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domingo, 30 de dezembro de 2007

Tênis> Retrospectiva 2007

Soberanos

Não é por acaso que Roger Federer e Justine Henin lideram com folga seus respectivos rankings. O suíço e a belga foram os grandes campeões do mundo do tênis em 2007, levantando, juntos, cinco dos oito troféus de Grand Slam e conquistando os dois eventos de fim de ano (Masters Cup e WTA Championship). O ano também foi marcado pela crescente ameaça da manipulação de resultados no tênis. A máfia das apostas é agora o alvo a ser combatido pelas entidades que governam a modalidade.

Federer, líder do ranking desde 2004, começou o ano conquistando o Australian Open sem perder um set. Alguns meses depois, o suíço terminou sua parceria com o técnico Tony Roche, mas fez uma bela campanha em Roland Garros, onde ficou com o vice, e se consagrou ao levantar seu quinto troféu em Wimbledon. Seu 50º título na carreira veio no Masters de Cincinatti. Em setembro, com o tetra do US Open, Federer chegou pela segunda vez à marca de três títulos de Grand Slam em um ano. O final com chave de ouro veio em Xangai, com o título na Masters Cup. Ao todo, foram US$ 8 milhões em prêmios só em 2007.

O ano de Justine Henin foi tão ou mais impressionante que o de Federer. Enquanto o suíço conquistou oito títulos, ela foi campeã de dez torneios. Após não jogar no Australian Open porque estava se divorciando, arrasou em Roland Garros e levantou o troféu pela quarta vez no saibro parisiense. Ela ainda venceu os WTAs de Toronto e Zurique e conquistou o bi no US Open. Assim com Federer, fechou 2007 com o título da edição feminina da Masters Cup, o WTA Championship.Outros fatos marcantes do ano foram surpreendentes derrotas de Roger Federer e a ascensão do tênis sérvio. O número 1 do mundo foi eliminado do Masters Series de Indian Wells pelo argentino Guillermo Cañas. À época, o resultado foi creditado pela opinião pública a um descuido de Federer, que não teria entrado em quadra consciente da ameaça do argentino. Menos de duas semanas depois, Cañas mostrou que não havia triunfado por sorte e voltou a bater o suíço, desta vez no Masters de Miami.

Federer não teve lá muita sorte contra argentinos este ano. No Masters de Madri, o suíço acabou superado na final por David Nalbandian, que chegava ao torneio apenas no 25º posto do ranking mundial, desacreditado após um ano instável. Nalbandian embalou e repetiu a dose no Masters de Paris, duas semanas depois. Ele voltou a bater Federer e acabou campeão do torneio francês.

* Sérvios fazem história

O tênis sérvio teve seu melhor ano. Pela primeira vez desde a separação da Iugoslávia, o jovem país teve um tenista na final de um Grand Slam. O feito veio com Ana Ivanovic, então com 19 anos, em Roland Garros. Muito bonita e dona de um dos sorrisos mais cativantes do tênis feminino, ela rapidamente se tornou a nova queridinha do público mundial.

Ivanovic sagrou-se ainda campeã do WTA de Los Angeles e terminou o ano na quarta posição no ranking mundial, à frente da musa Maria Sharapova, que sofreu durante boa parte da temporada com uma lesão no ombro direito e fechou o ano no quinto posto. Em Wimbledon, Ivanovic conseguiu uma incrível virada sobre Nicole Vaidisova, salvando match points e avançando às semifinais.

Outro destaque do país foi Novak Djokovic. Aos 19 anos, ele começou a temporada a 16ª posiçao no ranking e chegou ao fim do ano em terceiro lugar, graças principalmente aos títulos do Masters de Miami e de Montreal (neste, ele bateu Federer na final) e do vice-campeonato do US Open.

* Fora das quadras o lado negro do tênis

Nas quadras, não faltou emoção. Fora delas, porém, o tênis vive talvez a maior crise de credibilidade de sua história. O mau momento começou quando se levantou suspeita de que o top 10 russo Nikolay Davydenko teria perdido propositalmente uma partida. O escândalo deu início a uma série de suspeitas e declarações polêmicas. O próprio Davydenko, investigado pela ATP, chegou a ser multado por não se esforçar no ATP de São Petersburgo. O alemão Philipp Kohlschreiber foi acusado por um jornal de seu país, e o belga Giles Elseneer, denunciado por um diário inglês, por ter supostamente recebido uma proposta em Wimbledon. As entidades que controlam o esporte (ATP, WTA e ITF) deram início a uma verdadeira guerra contra a chamada "máfia das apostas". A ATP, inclusive, já consulta especialistas em apostas em corridas de cavalo. No Brasil, Flávio Saretta e Marcos Daniel admitiram terem sido procurados por apostadores que ofereceram dinheiro em troca de resultados. Até agora, nenhum apostador foi identificado ou preso, mas os italianos Alessio Di Mauro, Potito Starace e Daniele Bracciali foram punidos por realizarem apostas em partidas de tênis. O Australian Open, primeiro Grand Slam de 2008, já fala em banir tenistas corruptos.

* No Brasil, Marcos Daniel é o melhor

A temporada não foi lá das melhores para o tênis brasileiro nas simples. Ricardo Mello teve um ano abaixo das expectativas, Thiago Alves despencou no ranking, e Flávio Saretta, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos, sofreu uma fratura por estresse no cotovelo direito que o mantém fora das quadras desde setembro. O gaúcho Marcos Daniel, que passou pelo quali em Roland Garros e foi campeão do Challenger de Bogotá, é o atual número 1 do Brasil, e ocupa o 118º posto no ranking mundial.

Gustavo Kuerten, ainda o grande ídolo nacional, pouco venceu. Acumulou derrotas no Challenger de Santiago, no ATP de Viña del Mar e no Challenger de Florianópolis, até conseguir sua primeira vitória em 17 meses, no Brasil Open. Outro triunfo veio no ATP de Las Vegas, o que motivou o tricampeão de Roland Garros a dizer que estava a apenas 20% de seu nível ideal. Os fracassos que seguiram, nos Masters de Indian Wells e Miami, e também no Challenger de Sunrise, estouraram a bolha de otimismo, e Guga não voltou a jogar simples em 2007. Antes do fim do ano, porém, o catarinense voltou a afirmar que está longe da aposentadoria. Ele tem planos de voltar a jogar simples em 2008 e até assinou contrato com seu antigo fornecedor de material esportivo. No feminino, porém, há motivo para esperança. A jovem Teliana Pereira, de 19 anos, se tornou a número 1 do país e teve a melhor temporada de sua curta carreira. Ela conquistou o título do ITF de Campos do Jordão e chegou a figurar entre as top 200. Teliana chega ao fim do ano no 220º posto, já pensando em atingir o top 100 em 2008.

Em grandes torneios, o Brasil só conseguiu destaque nas chaves de duplas, graças ao entrosamento dos mineiros André Sá e Marcelo Melo. Unidos por uma série de coincidências, os dois conquistaram o primeiro título de ATP para o Brasil em quase três anos e alcançaram as semifinais de Wimbledon. A parceria ainda foi às quartas no US Open, mas não conseguiu manter a evolução. Melo foi flagrado em um exame antidoping no ATP de Queen's e acabou suspenso por dois meses.










Redator: André Oliveira

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