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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Copa das Confederações > Seleção passa sufoco, mas derrota a África do Sul de Joel Santana e vai à final

* Daniel Alves sai do banco de reservas e, de falta, faz o gol da vitória brasileira aos 42 minutos do segundo tempo

Não foi fácil vencer as vuvuzelas, a bênção de Nelson Mandela e, principalmente, Joel Santana. A seleção brasileira sofreu para fazer 1 a 0 na África do Sul, nesta quinta-feira, em Joanesburgo. As 48.049 pessoas que foram ao Ellis Park viram os “Bafana Bafana” dominarem a partida, mas a eficiência do time de Dunga prevaleceu e o Brasil vai enfrentar os Estados Unidos na final da Copa das Confederações, domingo, graças a um gol de Daniel Alves de falta aos 42 do segundo tempo. No apito final, a torcida local reconheceu o bom trabalho de sua equipe e aplaudiu os comandados de Joel Santana.

Joel afirmou antes do jogo que não deixaria os donos da casa na retranca. No início, não foi isso que aconteceu: a África do Sul se fechou lá atrás e conseguiu segurar os brasileiros. Mas os “Bafana” gostaram do jogo, foram para o ataque e tiveram boas oportunidades de marcar. O contra-ataque da seleção brasileira pouco funcionou e o gol só saiu nos minutos finais em cobrança de falta, quando a torcida já esperava prorrogação. Daniel Alves havia entrado no lugar de André Santos, lateral-esquerdo, pouco antes.

Enquanto o futebol brasileiro vive polêmica de racismo por causa das acusações na partida entre Cruzeiro e Grêmio, na Libertadores, Brasil e África do Sul deram um bom exemplo nesta quinta. Antes de a bola rolar, o capitão Lúcio leu uma mensagem contra o preconceito racial no microfone, assim como Mokoema, capitão dos donos da casa. Na tribuna de honra, o presidente do país, Jacob Zuma, viu o confronto ao lado de Joseph Blatter, presidente da Fifa.

Esta foi a terceira partida entre Brasil e África do Sul, todas em Joanesburgo. Duas vitórias brasileiras: 3 a 2, em 1996, e 3 a 1, um ano depois, em amistosos. Os sul-africanos enfrentam agora a Espanha, também no domingo, pela disputa do terceiro lugar.

Retranca de Joel não deixa o Brasil se criar

O primeiro chute a gol só saiu com 12 minutos, de Ramires, nas mãos do goleiro Khune. Joel armou a África do Sul na defesa e deixou Parker isolado na frente. Conseguiu segurar o Brasil no início. Para alegria das vuvuzelas, que não pararam de fazer barulho um só minuto no Ellis Park, os donos da casa gostaram do jogo e foram mais perigosos na etapa inicial.

Aos 13, Gaxa quase marcou ao bater da direita, perto da trave do goleiro brasileiro. A África do Sul voltou assustar Julio César aos 21: após falta da direita, Lúcio não subiu e Mokoena tocou de cabeça por cima do gol.

Principal arma brasileira, os contra-ataques não surtiam efeito. A todo instante, o mesmo grito na arquibancada: “Booooooth”. Sinal que o zagueiro Booth, o único branco titular da África do Sul, estava se dando bem contra os atacantes brasileiros.

Aos 27, Luisão fez falta perigosa em Parker, perto da área. Tshabalala cobrou bem, mas Julio César colocou para escanteio. Logo em seguida, Felipe Melo recebeu o primeiro cartão amarelo do Brasil na Copa das Confederações.

A seleção de Dunga assustou os donos da casa aos 30: a bola sobrou para André Santos na esquerda, o lateral bateu cruzado com força e obrigou Khune a se esforçar para defender.

Apesar do frio de 7º, a partida esquentou nos minutos finais. Aos 38, o Brasil teve sua melhor chance. Em jogada individual, Kaká dominou pela esquerda, avançou, driblou Mokoena na entrada da área e chutou rente à trave sul-africana. Três minutos depois, o contra-ataque funcionou de novo: Ramires roubou pela direita e deixou com o novo craque do Real Madrid, que arrancou até a área e bateu no cantinho esquerdo, mas Khune salvou. A África do Sul respondeu aos 42, também com perigo: Pienaar arriscou de fora da área e a bola passou muito perto do gol de Julio César.

Para tentar furar o bloqueio armado por Joel, o Brasil começou o segundo tempo já procurando o ataque. Robinho tentou logo aos dois minutos, de fora da área, para fora. Em cinco minutos, o time de Dunga conseguiu dois escanteios.

A África do Sul conseguiu voltar a dominar e chegou muito perto de marcar aos 12. Modise arriscou de fora da área, a bola bateu nas costas de Luisão e Julio César salvou o Brasil com grande defesa. A jogada incendiou a torcida. Vuvuzelas a todo vapor.

Com a torcida cantando, os donos da casa se empolgaram e foram para frente. Aos 15, André Santos recebeu o segundo cartão amarelo da seleção por falta em Modise, para parar um contra-ataque. O Brasil respondeu com Luís Fabiano, mas Khune pegou. Robinho também tentou, mas a pontaria foi ruim.

O panorama do jogo seguiu o mesmo ao longo da segunda etapa. Bem postada na defesa, a África do Sul seguiu bem fechada atrás, porém sem deixar de ameaçar o Brasil em alguns lances.

A seleção, por outro lado, não desistiu de tentar o ataque. Mas com o jogo afunilado pelo meio, teve muitas dificuladades para criar chances de gol.

Daniel Alves entra para jogar pela esquerda e se torna herói

A partida seguiu sem substituições até os 36 minutos do segundo tempo, quando Dunga surpreendeu ao trocar André Santos pelo lateral-direito Daniel Alves, que jogou solto pela esquerda.

E coube justamente a Daniel Alves resolver a parada, aos 42 minutos. Após falta sofrida por Ramires na entrada da área, o camisa 13 bateu com perfeição, no canto esquerdo do goleiro Khune. A bola ainda bateu na trave antes de entrar.

A partir daí, as vuvuzelas diminuíram a intensidade. A África do Sul ainda tentou na base do abafa o empate, mas quem esteve perto de marcar foi o Brasil, com Luis Fabiano, que perdeu cara a cara com Khune. No fim, muita festa brasileira e palmas da torcida sul-africana para sua equipe, que caiu de pé.

Ficha técnica
BRASIL 1 x 0 ÁFRICA DO SUL
Julio César, Maicon, Lúcio, Luisão e André Santos (Daniel Alves); Gilberto Silva, Felipe Melo, Ramires e Kaká; Robinho e Luis Fabiano (Kleberson). Khune, Gaxa, Booth, Mokoena, e Masilela; Dikgacoi, Mhlongo, Pienaar e Modise; Tshabalala e Parker.
Técnico: Dunga. Técnico: Joel Santana.
Gol: Daniel Alves, aos 42 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Felipe Melo, Daniel Alves, André Santos (BRA) e Masilela (AFS). Cartão vermelho: -.
Estádio: Ellis Park, em Joanesburgo. Data: 25/06/2009. Árbitro: Massimo Busacca (SUI). Auxiliares: Mathias Arnett (SUI) e Francesco Buragina (SUI).
Público: 48.049 pessoas

Próximos jogos
Disputa pelo 3º lugar
(28/06/2009 - Domingo)
10h00 África do Sul x Espanha

Final
(28/06/2009 - Domingo)
15h30 Brasil x Estados Unidos

Artilharia
3 gols
Luís Fabiano (Brasil)
Fernando Torres (Espanha)
Villa (Espanha)

2 gols
Parker (África do Sul)
Kaká (Brasil)
Zidan (Egito)
Dempsey (Estados Unidos)


Fonte: Globo.com e Uol
Fotos: AP e Getty Images



Comentário da Redação
A sorte está com o Dunga

O Brasil passou pela velha dificuldade de jogar contra um time fechado. A África do Sul ia para o ataque de forma contida e organizada e atrás não deixava espaços para a seleção brasileira. E foi de Joel que levou mais perigo durante o jogo.

A seleção de Dunga além dessa velha dificuldade de jogar contra time que não se expõe, alguns jogadores não estavam em um bom dia, como o Kaká (que não estava tão mal, mas espera-se mais dele) Ramires e o Robinho (esse não está bem faz tempo), dois jogadores importantes na hora dos contra-ataques.

Quando o jogo já estava se encaminhado para a prorrogação o Dunga sacou o André Santos - que não fez uma boa partida - e colocou o Daniel Alves pela esquerda, que já jogou assim na europa. Achei uma substituição errada. Mesmo sem ter feito uma boa partida, o André estava fazendo o arroz com feijão. O ideal era o Daniel Alves entrar no meio-campo e a entrada do Nilmar ou Júlio Baptista no lugar do Robinho daria um gás novo.

Mas veio a sorte do Dunga, que é enorme. Poucos minutos depois de entrar, Daniel Alves cobrou muito bem a falta e marcou o gol da classificação. Pra mim a substituição continua sendo desnecessária e na teoria dificilmente mudaria o panorama do jogo, mas é incrível a sorte do Dunga de logo depois de colocar um bom cobrador de faltas ter essa chance de marcar.

O que preocupa nessa seleção é o esquema previsível que tem. Tudo bem que mesmo sendo previsível é ruim para qualquer adversário enfrentar, porém é preocupante para a Copa do Mundo. O Brasil precisava ter um plano B, com um time mais leve e ofensivo quando for preciso, que consiga furar uma boa retranca.

Aí vem a critica ao Dunga, que tem tantas opções de jogadores para convocar e não consegue ter outro esquema para ser colocado em pratica quando for preciso. Ele sempre substitui jogador de acordo com a posição, ou seja, só entra um atacante se for para sair outro atacante, se sai um volante, entra outro volante. Isso realmente preocupa.

E que se cuide o Brasil, porque se os Estados Unidos repetir a retranca e a disposição que teve contra a Espanha a dificuldade será bem grande. Não me surpreenderia se tivesse uma grande zebra nesta final, pois para os americanos o que vier é lucro.

Direto da Redação


Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br

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