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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Copa Libertadores > Cruzeiro mostra força no Mineirão, bate o Grêmio e está perto da final

* Raposa faz 3 a 1 no Tricolor gaúcho e vai jogar em Porto Alegre com boa vantagem

O Cruzeiro está em vantagem na disputa por uma vaga na final da Taça Libertadores. Nesta quarta-feira, a Raposa derrotou o Grêmio por 3 a 1, no Mineirão, em um jogo cheio de emoção e alternativas. Na próxima quinta-feira, no Olímpico, o time do técnico Adilson Batista pode até perder por 1 a 0 ou por dois gols de diferença (a partir do placar de 4 a 2) que se classifica. Uma vitória por 2 a 0 garante o Tricolor gaúcho na próxima fase. Vitória gremista por 3 a 1 leva aos pênaltis.

Antes de se reencontrarem, porém, as equipes têm compromissos pelo Brasileirão. A Raposa recebe o Avaí, sábado, no Mineirão. O Grêmio vai ao Recife para efrentar o Sport, domingo, na Ilha do Retiro.

Competitividade em nível máximo

Nervoso, truncado, brigado. Jogo de Taça Libertadores da América é assim. E quando envolve dois times "copeiros" fica ainda mais empolgante. Bicampeões continentais, Cruzeiro e Grêmio fizeram um primeiro tempo em nível máximo de competitividade. Cada centímetro do gramado do Mineirão foi disputado como se fosse o único. O time de Adilson Batista entrou em campo desfalcado, quase remendado. O zagueiro Léo Fortunato e o lateral-esquerdo Gerson Magrão, machucados, foram vetados horas antes da partida. Thiago Heleno entrou na defesa, mas o técnico foi obrigado a improvisar o volante Marquinhos Paraná na esquerda.

O Tricolor gaúcho investiu em um jogo paciente e de contra-ataques. Quase se deu muito bem. Maxi López e Alex Mineiro tiveram as melhores oportunidades de surpreender a zaga celeste, mas pecaram nas finalizações. Aos cinco minutos, o argentino encarou a marcação de Elicarlos na direita, cruzou certinho para o parceiro, mas o camisa 9 errou o chute. Ele não marca há 125 dias.

O Cruzeiro parecia um time incomodado com a forma que estava disposto em campo. No entanto, se manteve perigoso. Aos oito, a principal característica apareceu. Com toques rápidos, Paraná encontrou Wellington Paulista na área. O atacante esperou o momento certo para fazer o pivô e rolar para a chegada do lateral-direito Jonathan. O chute com o pé esquerdo ficou fácil para Marcelo Grohe defender.

Durante 13 minutos, os visitantes fizeram valer a experiência do grupo, chegaram duas vezes e passaram muito perto. Primeiro com Alex Mineiro: após cruzamento de Túlio, aos 14, ele subiu sozinho para cabecear, mas Fábio estava atento. Aos 21, Thiago Heleno perdeu a bola no campo de defesa, Maxi López disparou, se livrou da marcação e bateu rasteiro. A bola, caprichosa, tocou a trave direita do goleiro Fábio. Se faltava o gol, sobrava discussão. Kléber e Túlio, Leonardo Silva e Maxi López, Henrique e Souza. Tudo era motivo para esquecer a partida e resolver alguma diferença.

Sorte que o Cruzeiro tem Kléber. Longe da área, quase como um meia, mas sempre perigoso, o Gladiador se apresentou cheio de vontade. Com um lançamento, achou Jonathan na área, aos 29. O lateral teve duas chances, mas Marcelo Grohe salvou. Aos 37, Kléber avançou pela direita, cruzou na cabeça de Wellington Paulista que não vacilou. Cabeçada precisa, fulminante. Logo ele, que no início do ano quase foi para o estádio Olímpico. Mineirão tremendo, Mineirão em chamas.

Mas o Grêmio é forte, principalmente quando Souza decide jogar o que sabe. Aos 41, ele arriscou de fora da área. De longe mesmo. A bola que parecia ir para a linha de fundo só não entrou porque Fábio, em grande fase, defendeu de mão trocada. Acredita em milagre? Foi o que garantiu a vantagem celeste no primeiro tempo.

Jogão com cara de final

Alguns torcedores ainda se acomodavam nas arquibancadas do Mineirão na volta do intervalo quando o Cruzeiro ampliou. Jogo de Libertadores é assim. Não dá tempo nem de piscar. No primeiro minuto, após cobrança rápida de escanteio, Wagner recebeu a bola, ajeitou o corpo e disparou de esquerda. O chute não saiu tão forte, mas um desvio em Tcheco enganou Marcelo Grohe: 2 a 0.

O gol deixou o Tricolor atordoado, mas também serviu para acordar. Aos sete, Rafael Marques deu uma de atacante, achou Souza livre na área, só que o camisa 8 isolou. O Grêmio sentia principalmente a falta do meia Tcheco, muito sumido até então. Alex Mineiro, pouco produtivo, teve uma boa chance. Aos 12, ele foi lançado e dividiu com o goleiro Fábio na área. Último lance dele no jogo. Herrera entrou para imprimir velocidade ofensiva. E por pouco não conseguiu o resultado no primeiro toque na bola. Lançado na direita, o argentino cruzou rasteiro para o compatriota Maxi López, mas Leonardo Silva chegou para dividir.

O desenho do jogo mudou. O Cruzeiro passou a explorar contra-ataques, enquanto o Grêmio se lançava sem muita organização. O terceiro golpe celeste foi duro. Aos 21, Marquinhos Paraná olhou para área, viu Fabinho pedir a bola, e cruzou da ponta esquerda, na cabeça do companheiro: 3 a 0. Primeiro gol do volante com a camisa celeste e gritos de "Tricampeão!" nas arquibancadas. A torcida ainda festejava quando Maxi López e Herrera por pouco não diminuíram, aos 23. Fábio saiu muito bem do gol para defender.

Aos 27 minutos, um lance pouco comum. O árbitro chileno Henrique Osses machucou a perna esquerda e precisou parar o jogo para receber atendimento médico. Como não conseguiu voltar, foi substituído pelo quarto árbitro, Jorge Osorio. Foram quase cinco minutos de interrupção.

O novo juiz deu sorte ao Grêmio. Aos 34, Souza cobrou falta com muita categoria e conseguiu diminuir o prejuízo. Foi a primeira vez que o Mineirão ficou em silêncio na partida. Em seis jogos fora de casa na Libertadores, o Tricolor fez gols em todos. E este pode fazer a diferença no Olímpico. O Cruzeiro cansou, parou de jogar e foi pressionado. A bola aérea virou a melhor opção dos gaúchos, mas a zaga celeste conseguiu suportar bem. A vantagem é mineira para o jogo da volta.

Ficha técnica
CRUZEIRO 3 x 1 GRÊMIO
Fábio, Jonathan, Thiago Heleno, Leonardo Silva e Marquinhos Paraná; Fabinho, Elicarlos (Jancarlos), Henrique e Wagner (Bernardo); Kléber e Wellington Paulista Marcelo Grohe, William Thiego, Léo, Réver e Fábio Santos; Túlio, Adílson, Tcheco e Souza; Alex Mineiro (Herrera) e Maxi López
Técnico: Adilson Batista Técnico: Paulo Autuori
Gols: Wellington Paulista, aos 37 minutos do primeiro tempo; Wagner, a um minuto, Fabinho, aos 21, e Souza, 34 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Elicarlos (Cruzeiro); Marcelo Grohe e Tcheco (Grêmio)

Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Data: 24/06/2009 Árbitro: Henrique Osses (CHI) e Jorge Osorio (CHI) Auxiliares: Cristian Julio (CHI) e Osvaldo Talamilla (CHI) Público: 51.296 pagantes Renda: R$ 1.387.644,94


Fonte: Globo.com
Fotos: Reuters e EFE



Comentário da Redação
Gol que pode ser decisivo

Conhecido nas fases seguintes como um time que perde muitos gols, o Grêmio pecou mais uma vez na hora de finalizar e perdeu três chances muito claras no primeiro tempo. Duas com o Alex Mineiro, que na primeira, sozinho com o Fábio, deu uma furada ridícula e na segunda cabeceou sem força numa bola que poderia ter sido dominada.

A outra chance foi com o Maxi López, que tomou a bola do Thiago Heleno e saiu cara a cara com o goleiro cruzeirense e chutou raspando do lado de fora da trave. Duas chances que poderiam com certeza mudar a história do jogo. Uma coisa é errar gols contra o Aurora na primeira fase, outra é contra um time grande e muito bom como o Cruzeiro, onde uma chance perdida pode fazer muita falta.

O Cruzeiro, que começou mal a partida, sobretudo na parte defensiva, foi se acertando aos poucos, mas ainda assim não jogava tudo que podia e o gol do Wellington Paulista no final do primeiro tempo veio em boa hora, para ir pro vestiário com vantagem e voltar tranquilo para a etapa final.

E o time mineiro não só voltou mais tranquilo como mais leve e jogando muita bola. Colocou uma correria no Tricolor, que não aguentou. Aos 21 minutos já estava 3 a 0, a torcida cruzeirense gritava "é campeão"(como se não tivesse adversário na final) e ensaiava gritos de olé. Porém um lance inusitado atrapalhou os donos da casa.

O árbitro machucou a perna e deu uma parada no jogo por cinco minutos, sendo substituído pelo quarto árbitro. Esse acontecimento mudou o panorama da partida. O Cruzeiro que estava no embalo da torcida e jogando muito acabou caindo de rendimento e os gremistas, antes perdidos na partida, tiveram uma conversa e se acertaram. Logo saiu o belo gol de falta do Souza, castigando a torcida, que já estava confiante no tri, e acabou ficando calada.

Por tudo que vem fazendo, o Cruzeiro ainda fica com uma boa vantagem e é o favorito a conseguir essa vaga. Porém o gol do Souza deixou o Grêmio vivo. O Cruzeiro que não se iluda com o ótimo jogo que fez contra o São Paulo no Morumbi, porque o espírito e o momento do Tricolor Gaúcho é outro. O Olimpico ficará pequeno e a pressão será grande. Um jogaço.

Destaques do jogo

Cruzeiro
Jonathan foi o grande jogador da Raposa na partida. Chegou com muito poder à frente e criou várias oportunidades pela direita. Wágner também fez uma boa partida, principalmente no segundo tempo.

E o grande defeito do Cruzeiro foi o lado esquerdo da sua defesa. Marquinhos Paraná foi improvisado na lateral-esquerda, e até fez uma boa partida, mas ficou buracos no seu setor. Não sei o que o Adílson armou ali, pelo que entendi era para o Henrique fazer a cobertura (dando liberdade ao Marquinhos) e foi muito mal feita. O fato é que o Gérson Magrão, muitas vezes criticado, acabou fazendo muita falta.

Grêmio
O Tricolor não teve nenhum jogador com grande atuação individual. Souza foi o principal homem gremista e marcou o gol que pode ser o da classificação, mas ainda assim não teve uma atuação acima da média. Apesar do gol perdido, Maxi López foi muito brigador na frente e inclusive no lance do gol perdido, ele só conseguiu criar a chance pela pressão que fez no zagueiro do Cruzeiro.

O destaque negativo do time gaúcho foi seu treinador. Paulo Autuori (que é muito competente) errou ao colocar o Alex Mineiro - que vive uma fase horrível - como titular. Os dois atacantes titulares de hoje ocupam o mesmo espaço e não dá certo essa dupla. Herrera e Jonas seriam duas opções bem melhores. Na lateral-direita, outro erro. Com um zagueiro na posição (William Thiego improvisado), o Tricolor não tinha uma boa opção de saída pelo lado direito. O Ruy, que ficou no banco, seria o ideal.

Direto da Redação


Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br

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