
Com o resultado, o Timão, que já tem vaga garantida na Taça Libertadores por ser campeão da Copa do Brasil, sobe para o quinto lugar do Brasileirão, com 36 pontos. Já o Peixe segue estacionado no décimo lugar, com 32 pontos, e vê o sonho de disputar a competição continental em 2010 cada vez mais distante.
Os dois times ganham folga no próximo fim de semana. O Corinthians agora só voltará a jogar no dia 16, contra o Coritiba, no Couto Pereira. Já o Santos joga no dia 13, contra o Santo André, na Vila Belmiro.
Timão aperta e Peixe se segura
O Corinthians trancou o Santos durante quase todo o primeiro tempo. A equipe praiana passou o tempo todo dentro de seu campo, dando chutões para a frente, enquanto o Timão jogava em cima. A estratégia do Peixe era tentar surpreender o rival em contra-ataques, mas isso só deu certo uma vez, aos 12 minutos, quando Madson arrancou pela esquerda, passou para Kléber Pereira, que abriu para George Lucas cruzar. O próprio Kléber entrava na área para completar, mas chegou atrasado. Por centímetros.
No mais, só deu Corinthians. Com as movimentações de Elias, Dentinho e Jorge Henrique, o Timão encurralava o Peixe, que se defendia como podia. Aos 15, Elias arrancou em velocidade pela direita e cruzou rasteiro. Emerson tentou cortar e se enroscou com a bola, que sobraria para Souza se o goleiro Felipe não aparecesse na hora H para afastar o perigo.
O domínio corintiano era amplo, com o time de Mano Menezes melhor posicionado. Os volantes Moradei e Boquita marcavam bem e apareciam para o jogo, tornando-se armadores. Era gente demais para os santistas marcarem. Emerson, ainda longe da forma física ideal, e Rodrigo Mancha corriam de um lado para o outro. Na armação, o Peixe tinha apenas Paulo Henrique Ganso, já que Róbson, perdido em campo, mal pegou na bola. Com isso, quando roubavam a bola, os zagueiros santistas davam chutões para a frente.
A bola voltava a toda velocidade, em bons toques dos corintianos. Aos 38, Elias superou a defesa santista mais uma vez e passou para Souza, que, mesmo atrapalhado para dominar, conseguiu ficar em condições de mandar para o gol. Ganso travou na hora H.
Peixe sai na frente, mas Timão vira
Se o primeiro tempo foi apenas morno, o clima esquentou na segunda etapa. Logo aos seis minutos, o Santos abriu o placar. Em cobrança de falta da esquerda, George Lucas jogou a bola para a área. Fabão desviou, Chicão chegou para cortar e acabou empurrando a bola para a rede. O gol foi dado para o zagueiro santista.
O jogo se tornou nervoso. O Timão perdeu o controle dos nervos e da partida. Passou a errar muitos passes e a abusar dos chutões. No banco, o técnico Mano Menezes retratava esse nervosismo. Aos dez, Pará, que entrou no lugar e Emerson, fez falta dura em Jorge Henrique. O árbitro não marcou, e Mano começou a esbravejar. Acabou expulso.
A arbitragem seguia irritando os corintianos ao parar muito o jogo no meio-de-campo. O Santos, com Neymar em campo (o garoto entrou no intervalo, no lugar de Madson), passou a prender mais a bola no ataque, abrindo espaços.
Aos 25, Mano mandou o recado pelo rádio, ordenando a entrada do atacante Bill e do lateral-esquerdo Marcelo Oliveira nos lugares de Souza, que mais uma vez foi vaiado, e Moradei. O objetivo era ganhar jogadas na área e fechar o lado esquerdo, já que Neymar caía pelo setor com perigo.
Com as mudanças, o Timão melhorou e foi para cima. Aos 31, após cruzamento da direita, Paulo André subiu livre e cabeceou firme. Felipe salvou. A pressão aumentou muito e se tornou insuportávelpara o Santos. Aos 33, após cruzamento para a área, Paulo André cabeceou bem, a bola bateu na trave e sobrou para Bill empatar.
O Peixe tentou retomar o controle da partida, mas o Timão foi mais eficiente e decidiu o jogo aos 43 minutos. Em jogada ensaiada, Elias cobrou falta sobre a área, e a bola foi escorada para o meio da área. A zaga santista parou, e Chicão se redimiu após o gol contra, garantindo a vitória do Timão.
Ao final, os corintianos se abraçaram no campo e nas arquibancadas, ao som de "Parabéns a você".
Ficha técnica
CORINTHIANS 2 x 1 SANTOS | |
Felipe, Chicão, Paulo André e Balbuena; Jucilei, Moradei (Marcelo Oliveira), Elias, Boquita e Jorge Henrique; Dentinho (Henrique) e Souza (Bill) | Felipe, George Lucas, Fabão, Eli Sabiá e Léo; Rodrigo Mancha, Emerson (Pará), Róbson (Germano) e Paulo Henrique Ganso; Madson (Neymar) e Kléber Pereira. |
Técnico: Mano Menezes. | Técnico: V. Luxemburgo. |
Gols: Fabão, 6, Bill, aos 34, e Chicão, aos 43 minutos do segundo tempo | |
Cartões amarelos: Emerson, Róbson, Felipe, Fabão, Paulo Henrique Lima (Santos) e Boquita (Corinthians). | |
Estádio: Pacaembu, em São Paulo. Data: 02/09/2009. Árbitro: Guilherme Cereta de Lima (SP). Auxiliares: Nilson de Souza Monção (SP) e Giovani Cesar Canzian (SP). Renda e público: R$ 821.368,00/25.645 pagantes |
Fonte: Globo.com
Foto: Gazeta Press
Visão corintiana > Virada na base da raça
por Pedro Silas - pedro_sccp@hotmail.com
Até o placar ser aberto, se tinha algum time que merecia um gol, era o Corinthians. Mesmo sem jogar um grande futebol e sem ter a alma que teve na maioria dos jogos no Pacaembu, o Timão foi melhor e criou mais chances durante o primeiro tempo e os minutos iniciais do segundo.
No entanto, quem marcou, aos 6 minutos do segundo tempo, foi a equipe santista. O Corinthians sentiu demais o gol sofrido. O jogo, que já era feio, ficou ainda pior. Um ataque com o Souza como referência é complicado para fazer gol. Não falta luta para o camisa 43, que até joga direitinho fora da área, mas na hora de finalizar não tem jeito. Seja por falta de sorte ou por incompetência, o gol dele não sai.
Quando o jogo parecia controlado pelo Santos, a reação corintiana veio. Só poderia ser de bola parada mesmo, porque criar, estava difícil. Naquela altura, um empate estava de ótimo tamanho para o Timão pelo péssimo futebol jogado no segundo tempo.
Mas o Santos também sentiu o baque do gol sofrido. E na base da raça, aos trancos e barrancos (porém numa jogada muito bem trabalhada), o Timão conseguiu a virada, para comemorar seu aniversário de 99 anos em grande estilo.
Incrível a força do Coringão no Pacaembu. O clássico desta quarta-feira a noite lembrou bem a primeira partida do Corinthians na temporada, contra o Barueri, no mesmo pacaembu. Na ocasião, o alvinegro jogou mal, tomou 2 a 0, mas conseguiu o empate, fazendo dois gols também após os 30 minutos do segundo tempo.
Esse tipo de jogo, com uma vitória mesmo quando o time joga mal, é muito importante. Principalmente em um clássico e no momento que vive o Corinthians. Agora o Mano terá duas semanas sem jogos para trabalhar a equipe e conseguir encaixar os novos reforços no time.
Conceitos
Felipe - BOM: A grande defesa que o camisa 1 do Timão fez, foi em um lance irregular. Mas se mostrou seguro nas defesas fáceis.
Jucilei - BOM: Seguro e sem deixar espaços atrás. Quando apoiou foi bem.
Chicão - BOM: Continua deixando a desejar nas jogadas aéreas, mas demonstrou boa melhora no seu futebol, e fez o gol da vitória.
Paulo André - BOM: Gostei dele hoje. E apesar de zagueiro, foi na parte ofensiva que ele se destacou. Antes de cabecear bem no lance do gol do Bill, ficou perto de marcar duas vezes de cabeça.
Balbuena - REGULAR: Cometeu um erro que quase custou um gol do Santos, mas foi importante para variar o esquema e esteve bem pela esquerda, inclusive no apoio, que não é o seu forte.
Moradei - REGULAR: Fez bem (discretamente) sua parte, colando no Ganso.
(Marcelo Oliveira) - BOM: Começou errando passes, mas se acertou e deu boa saída pelo lado esquerdo.
Elias - BOM: Bem ligado no jogo, ditou o ritmo do time. E que belo lançamento para o Balbuena no gol da virada!
Boquita - REGULAR: Arriscou alguns poucos chutes, mas sumiu do jogo.
Jorge Henrique - REGULAR: Tecnicamente não tão bem, mas foi o mesmo guerreiro de sempre, atuou pelos dois lados do campo, ajudou na marcação...
Dentinho - BOM: Chamou a responsabilidade e jogou muito bem no primeiro tempo. Mais uma vez não fez nada na segunda etapa.
Henrique - SEM CONCEITO: Entrou no final.
Souza - REGULAR: Saindo da área e com a bola nos pés, não foi mal mais uma vez. Mas quando o time necessita de gols, a cobrança, naturalmente, é em cima do centroavante. As oportunidades até apareceram, mas o centroavante corintiano falhou, seja se posicionando de forma errada ou finalizando mal.
(Bill) - BOM: Conceito somente pelo gol "achado".
Téc: Mano Menezes - BOM: Substituíção muito boa do Marcelo Oliveira no lugar do Moradei, levando o Balbuena pela direita, Jucilei pelo meio e com o Marcelo pela lateral-esquerda. Mesmo que mal tecnicamente, o time cresceu com a mexida.
Visão santista > Mais uma virada para a conta
por Ricardo Pilat - ricardo.pilat@yahoo.com.br
Amigos, mais uma vez no dia 2 de setembro, data em que este periodista que vos fala completa mais um ano de vida, o Santos perde para o Corinthians no Pacaembu. Nada pode ser pior que isso para um aniversariante santista. E esse é um filme repetido da mesma data, em 2007, ano em que o Corinthians foi rebaixado.
E o Santos perdeu de novo de virada. Impressionante o número de jogos neste campeonato em que o Peixe vencia e deixou escapar os pontos. Não tenho aqui a relação em mãos, mas acredito que se tivesse mantido a vitória em pelo menos 50% dos casos, o time estaria brigando com o Palmeiras pelo título.
Se hoje o Santos é o time da virada às avessas, muito se deve às infantilidades da marcação. E aqui não responsabilizo só os zagueiros, mas todo o sistema de defesa. Levar um gol como aquele do Chicão é o fim da picada! Aliás, a picada termina mesmo quando um time consegue levar um gol do Bill (por mais fácil que esse gol tenha sido).
O jogo não foi bom no Pacaembu. O primeiro tempo foi um horror. No segundo, o Santos voltou melhor e acabou achando o gol em uma jogada que está se tornando forte: bola na área com George Lucas. E ainda surgiram outras oportunidades depois, mas o ataque não estava bem.
E quando o ataque do Santos não funciona, a possibilidade de desastres é maior, porque dificilmente a defesa aguenta.
Foi o que aconteceu. Aos trancos e barrancos o Corinthians cresceu e o Santos recuou, o que é péssimo, pois é nítido que o Peixe não sabe jogar desse jeito. Forçando a barra, o Timão empatou e virou meio que "a seu estilo", um prato cheio para os jornais de hoje.
Os corintianos podem fazer festa, pois foi uma bela maneira de comemorar o aniversário. Mesmo não jogando nada, o time teve seus méritos para vencer a retranca santista, que não marca ninguém, diga-se de passagem.
E quanto ao Santos, só digo uma coisa: tomando tantas invertidas, não chegará nunca entre os quatro.
Conceitos
Felipe - ÓTIMO: Atuação impecável do jovem goleiro. Lembrou até aquela vez em que estreava contra o mesmo Corinthians, no Pacaembu, em 2006, vitória de 3 a 0 do Santos. Pena que o placar foi diferente.
George Lucas - ÓTIMO: Outro que jogou muita bola. Está se tornando mortal na bola parada.
Fabão - REGULAR: Até que marcou direitinho e ganhou um gol de presente (achei que foi gol contra do Chicão), mas reparei uma coisa: com seus quase dois metros, ele nunca está marcando ninguém pelo alto. Aliás a defesa santista é uma mãe nesse quesito.
Eli Sabiá - PÉSSIMO: Como joga mal esse rapaz. Completamente estabanado.
Léo - REGULAR: Às vezes se esforça tanto que comete bobagens, principalmente na marcação.
Emerson - BOM: Foi muito seguro. O Corinthians praticamente não jogou enquanto ele esteve em campo.
(Pará) - REGULAR: O Corinthians começou a jogar muito mais fácil pelo meio depois que ele entrou.
Rodrigo Mancha - REGULAR: Rouba bem a bola, depois não sabe o que fazer com ela.
Robson - REGULAR: Foi um desastre na primeira etapa, depois teve alguns lampejos.
(Germano) - SEM CONCEITO: Não tocou na bola praticamente.
Paulo Henrique - REGULAR: Estava em outro mundo. Jogou muito pouco do que sabe e isso faz falta ao time.
Madson - REGULAR: Vinha fazendo uma partida discreta, mas não entendi a sua saída. O certa era deixar e ele e Neymar juntos.
(Neymar) - PÉSSIMO: Entrou completamente fora da partida e fez uma péssima atuação diante do Corinthians. De novo.
Kléber Pereira - REGULAR: Nesse tipo de jogo, onde o atacante precisa aparecer, Kléber se omite totalmente. Participou muito pouco do jogo, sempre de forma burocrática ou errada.
Téc: Vanderlei Luxemburgo - PÉSSIMO: Luxa tem mania de escalar o time errado para depois corrigir no intervalo. Hoje ele escalou errado e conseguiu piorar com as substituições.
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Uma bela virada e segue vivo ainda.
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