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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Campeonato Brasileiro > Retrospectiva 2009

Hexa na raça
* No mais disputado Brasileirão da era dos pontos corridos, Flamengo conquista a taça na última rodada

O Campeonato Brasileiro 2009 pode ser dividido em muitos capítulos. Nesta retrospectiva, vamos separar em quatro, cada um contando a história dos clubes protagonistas do torneio, que teve o Flamengo hexacampeão após arracanada impressionante.

São Paulo, Internacional e Cruzeiro completaram a lista de classificados para a Libertadores 2010. O Palmeiras, líder por 19 rodadas consecutivas, teve de se contentar com vaga na Sul-Americana, junto com Avaí, Atlético-MG, Grêmio, Goiás, Barueri, Santos e Vitória.

Sport, Náutico, Santo André e Coritiba foram rebaixados. O clube paranaense foi responsável pelas cenas mais deprimentes do ano no futebol. Os grandes cariocas Botafogo e Fluminense escaparam na última rodada, no mais emocionante e disputado Brasileirão na era dos pontos corridos, que começou em 2003.

Capítulo I - Palmeiras decepciona

O primeiro protagonista do Brasileirão 2009 foi o Palmeiras. Depois da eliminação para o Nacional, nas quartas-de-final, o time de Vanderlei Luxemburgo ainda tentava encontrar seu caminho até que um fato novo aconteceu. Luxa se desentendeu com a diretoria e acabou demitido.

Enquanto o Palmeiras buscava outro treinador, Jorginho assumiu o comando do time interinamente. De forma surpreendente, ele acertou o time. Ficou cinco jogos seguidos sem derrota e chegou à liderança do campeonato. Mas o Palmeiras queria um treinador experiente e trouxe Muricy Ramalho, tricampeão brasileiro com o São Paulo. Os resultados vieram e o Verdão se manteve na liderança durante um bom tempo. Mais precisamente, 19 rodadas. Nesse meio tempo, chegou o atacante Vagner Love, ídolo da torcida.

Mas alguma coisa deu errado (até hoje ninguém sabe explicar) e a coisa desandou. Uma série de maus resultados - incluindo derrotas para três times da zona de rebaixamento - provocou uma crise sem precedentes no Palestra Itália. E na 34ª rodada, eis que uma derrota para o Fluminense, por 1 a 0, tirou a liderança do Alviverde.

Nas rodadas seguintes, derrotas para Grêmio (com briga entre Maurício e Obina) e Botafogo, um empate com o rebaixado Sport e uma vitória contra Atlético-MG não foram suficientes para levar o Palmeiras nem à Libertadores. Decepção total no Verdão. Melhor para o Cruzeiro, que herdou a quarta posição.

Capítulo II - São Paulo fica no quase

Enquanto o Palmeiras vaciliava, o São Paulo crescia. Após um começo ruim, o time do Morumbi trocou o comando técnico: Muricy Ramalho deu lugar a Ricardo Gomes. Depois de alguns tropeços, Gomes conseguiu endireitar o Tricolor.

Uma sequência de nove jogos sem derrotas tirou o São Paulo do 15º lugar e o levou à vice-liderança. Durante todo o segundo turno, o Tricolor rondou o 2º e o 3º lugar. Mas após a queda do Palmeiras, o "Jason" atacou e roubou o primeiro lugar, na 34ª rodada.

Quando o São Paulo chega ao topo, não costuma sair mais. Foi assim em 2006, 2007 e 2008. Mas em 2009, não. O Tricolor perdeu duas partidas cruciais fora de casa, para Botafogo e Goiás, e deu o título de bandeja para o Flamengo. Restou o consolo do terceiro lugar e uma vaga para a Libertadores.

Capítulo III - Campeão no Maraca

O campeão foi o Flamengo. O Rubro-Negro entrou no G4 apenas nas rodadas finais, após uma recuperação incrível. O time chegou até o 14º lugar no campeonato. Levou goleadas de Avaí (3 a 0) e Coritiba (5 a 0). Trocou de técnico (Cuca deu lugar a Andrade). A coisa estava feia. Nem Adriano dava jeito.

Mas, tal qual o Palmeiras, algo aconteceu e o Flamengo mudou. Muitos acreditam que foi entrada de Andrade no comando técnico. Outros acham que foi a chegada de Petkovic, um dos principais jogadores do campeonato. A contratação de Maldonado também fez a diferença para alguns. A verdade é que surgiu um campeão que foi arrasador nos momentos finais.

Na penúltima rodada, o Mengão se aproveitou do tropeço do São Paulo e chegou ao primeiro lugar após bater o Corinthians por 2 a 0, gols de Zé Roberto e Léo Moura. Na rodada final, no Maracanã, vitória suada sobre os reservas do Grêmio, 2 a 1, gols de David e Ronaldo Angelim, a dupla de zaga naquele dia. Na raça, o Flamengo conquistou o hexa de forma incontestável. O Imperador Adriano mostrou também sua força e foi artilheiro do campeonato ao lado de Diego Tardelli, do Atlético-MG (19 gols).

Pior para o Internacional, que ganha aqui nosso prêmio de melhor coadjuvante do campeonato. Apesar de não ter tantas história para contar como os times citados até aqui, o Colorado passou quase 100% do campeonato no G4 e ainda beliscou um vice-campeonato no final das contas.

Capítulo IV - Flu derruba os matemáticos

Um capítulo especial é a saga do Fluminense contra o rebaixamento. O Tricolor carioca flertou com a segundona durante todo o campeonato. Foram 28 rodadas na zona da degola, muitas delas na lanterna. Ninguém acreditava no Flu. Os matemáticos chegaram a cravar 98% de chances de queda.

Mas poucos ainda acreditavam. Era o caso do técnico Cuca. Ele chegou ao clube depois de sair do Flamengo (que seria campeão) e tinha missão de tirar o Tricolor da rabeira, coisa que Renê Simões e Renato Gaúcho não conseguiram.

Cuca conseguiu. Nas dez rodadas finais, o Fluminense não perdeu mais. Na penúltima rodada, após golear o Vitória por 4 a 0, o Tricolor escapou da zona de rebaixamento. O alívio veio na rodada final, com o empate em 1 a 1 diante do Coritiba, que acabou rebaixado, provocando um quebra-pau dentro do Estádio Couto Pereira (leia mais no box abaixo). Para o Flu, nem o terror daquela batalha campal tirou a alegria da vitória diante do improvável.


Herói: Cuca
Muitos poderiam ocupar a função de herói do Brasileirão, mas Cuca foi um herói na mais pura definição desta palavra. Tirou um time rebaixado por todos do fundo poço e conquistou a permanência na Série A, que teve gosto de título. O treinador merece todos os elogios pela coragem.

Vilão: Jobson

O atacante do Botafogo foi o grande jogador do clube na reta final do campeonato. Suas atuações foram fundamentais para que o Alvinegro fugisse da segundona. Mas Jobson pisou na bola e foi pego em dois exames anti-doping por uso de Cocaína. Um péssimo exemplo.

Dia D: 29 de novembro
O São Paulo liderava o campeonato e poderia até ser campeão na penúltima rodada, se derrotasse o Goiás e o Flamengo não vencesse o Corinthians. Aconteceu o inverso: Goiás 4x2, Flamengo 2x0. O Rubro-Negro assumiu a liderança e o título se confirmou na rodada seguinte.

Dia para ser esquecido: 6 de dezembro
No mesmo dia em que o Flamengo foi campeão brasileiro, cenas lamentáveis mancharam a festa do campeão. Em Curitiba, a torcida do Coxa não aceitou o segundo rebaixamento do clube em quatros anos e promoveu um espetáculo lamentável no gramado do Couto Pereira, deixando mais de 20 feridos.

O número: 19
Esse foi o número de rodadas em que o Palmeiras permaneceu na liderança do campeonato. No entanto, após derrota para o Fluminense, na 34ª rodada, o Verdão deixou o primeiro lugar e não voltou mais. Pior que isso, nem vaga na Libertadores o time de Muricy ramalho conseguiu.


Comentário da Redação
Um campeão importante

Para o Campeonato Brasil, foi muito importante que houvesse um novo campeão após cinco anos de hegemonia paulista. Estava na hora de alguém colocar um sotaque diferente na festa da taça.

Foi muito bom também que o campeão fosse o Flamengo. Multidões foram ao Maracanã nas rodadas finais para acompanhar o primeiro título brasileiro em 17 anos. Apesar de não ter regularidade no campeonato (a palavra mais falada quando se trata de pontos corridos), o Fla teve força na reta final e isso foi fundamental. Craques como Petkovic e Adriano também fizeram toda a diferença.

Cada vez mais o campeonato por pontos corridos mostra que pode ser emocionante, justo e equilibrado, agradando gregos e troianos. Mais que isso, a fórmula pegou e trouxe estabilidade ao futebol nacional.

Todos os times são capazes de conquistar o Brasileirão, sejam paulistas, cariocas ou de quaisquer outros estados. Basta o mínimo de organização e qualidade.

Direto da Redação











Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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ricardopilat

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