* Barça arrasa o Real duas semanas antes de gritar "campeón"

O título espanhol foi um dos seis conquistados pelo Barça em 2009. No comando de Pep Guardiola, em sua primeira temporada à frente dos "culés" o time venceu todos os torneios que disputou. Nada mal.
Além de Real e Barcelona, Sevilla e Atlético de Madrid garantiram vaga para a Champions League. Villarreal, Valencia, Deportivo La Coruña e Athletic Bilbao compuseram o grupo de participantes da Europa League. Já o Real Betis, o Numancia e o Recreativo Huelva foram rebaixados.
O título e a goleada
Definitivamente, a temporada espanhola foi do Barcelona. O time catalão conquistou a Liga das Estrelas de ponta a ponta, somando 87 pontos em 38 rodadas, nove a mais que o Real Madrid, vice-campeão.
O Barça também fechou o ano com 105 gols marcados, melhor ataque disparado, e 35 gols sofridos, melhor defesa. E muitos desses gols passaram pelos pés do trio ofensivo do time azul-grená. Eto'o, 30 vezes, Messi, 23, e Henry, 19, foram os principais goleadores da máquina catalã.
O Real bem que tentou fazer frente ao arquirrival. Depois de um começo ruim, o time de Bernd Schuster foi buscando o topo da tabela. No entanto, o treinador alemão não resistiu no cargo antes da derrota para o Barça, no Camp Nou, por 2 a 0. Isso mesmo, antes. Schuster havia dito, durante a semana daquele jogo, que seria impossível vencer o time de Guardiola fora de casa. Ele tinha razão, mas a diretoria não gostou.

Na melhor oportunidade, na 34ª rodada, o Real tinha quatro pontos de desvantagem e jogaria em seus domínios diante do time catalão. Contudo, Messi (2), Henry (2), Puyol e Piqué trataram de mandar a esperança merengue para o espaço com um goleada histórica: 6 a 2. Placar maior, somente em 1951, quando o Barça venceu por 7 a 2.
E o Barcelona nem precisou vencer mais para ser campeão. O título veio duas rodadas depois, após derrota contra o Mallorca. Nas rodadas finais, o Barça empatou duas e perdeu duas. O Real Madrid contribuiu muito para o caneco azul-grená, já que perdeu todas as quatro partidas restantes.
Copa do Rei também
Antes de confirmar o título espanhol, o Barcelona já conquistara também a Copa do Rei. Na final, contra o Athletic Bilbao, vitória por 4 a 1, em Valencia, partida única da decisão. A conquista foi a 25ª dos "Culés" na história do clube, que não vencia a copa nacional havia 11 anos. Foi também o primeiro título do ano em que o Barça levou tudo (além da Copa e do Campeonato Espanhol, o time catalão venceu a Super Copa da Espanha - também contra o Athletic - a Uefa Champions League, a Super Copa da Europa e o Mundial de Clubes).
Mais estrelas na liga

Mesmo com as novidades, o cenário do campeonato segue o mesmo. O Barcelona, do melhor do mundo em 2009, Lionel Messi, lidera com dois de vantagem sobre o Real, após 17 rodadas. No primeiro derby da temporada, deu Barcelona mais uma vez: 1 a 0, no Camp Nou.
Dia D: 3 de maio
O Real Madrid tinha quatro pontos para tirar do líder Barcelona, e jogaria com seu rival no Santiago Bernabéu. O pesadelo não poderia ser maior: derrota por 6 a 2, e o Barça praticamente conquistou o título espanhol ali, em Madrid. Mesmo sem vencer nas quatro rodadas seguintes, o time dirigido por Pep Guardiola levou o caneco sem fazer esforço.
Dia para ser esquecido: 31 de maio
O Real Bétis, campeão espanhol uma vez, não lembrará com alegria desta data. Muito menos o astro da equipe, Ricardo Oliveira. Jogando em casa, o Alviverde empatou com o Valladolid, 1 a 1, e foi rebaixado para a segunda divisão nacional. O atacante brasileiro já havia caído com o Real Zaragoza, no ano anterior. Isso sem contar a queda com a Portuguesa, no Campeonato Brasileiro 2002.
Herói: Samuel Eto'o
Com 30 gols no campeonato, Eto'o não foi o artilheiro do campeonato (perdeu para Diego Forlán, do Atlético de Madrid, 32 gols), mas foi o goleador do Barcelona naquela que foi a última temporada do camaronês com a camisa do clube catalão. Em cinco anos, ele jogou 145 vezes e marcou 108 gols pelo Barça. No meio do ano, Eto'o foi envolvido em troca com Zlatan Ibrahimovic e foi defender a Inter de Milão.
Vilão: Bernd Schuster
Na semana do clássico contra o Barcelona, no Camp Nou, o treinador alemão disse que seria impossível derrotar o arquirrival jogando na Cataluña. A declaração não foi bem recebida pela diretoria do Real Madrid, que demitiu Schuster, ex-jogador dos dois maiores clubes da Espanha. E ele assistiu a inevitável derrota na poltrona de sua casa: 2 a 0 para o Barça.
O número: 87
Com essa pontuação, o Barcelona alcançou, na temporada 2008/2009, um recorde na história da liga espanhola. O Barça detinha o recorde anterior: 84 pontos, em 2004/2005. O time catalão também ficou próximo de derrubar outro número importante. Com 105 gols no torneio espanhol, faltaram dois tentos para a equipe de Guardiola superar o Real Madrid de 1989/1990.
Comentário da Redação
Uma ajuda ao futebol espanhol
Mais do que encantar o torcedor ao redor do mundo, o Barcelona, campeão espanhol e de tudo mais nos últimos anos, dá uma grande contribuição ao futebol do país das touradas.
Ao buscar seus ídolos nas categorias de base do clube, o Barça fortalece a seleção nacional, tão carente de estrelas na década passada, em que os grandes clubes da Espanha priorizavam estrelas internacionais. Xavi, Iniesta, Puyol, Valdes, Piqué, todos nascidos nas "canteras" do clube, são os principais nomes da constelação azul-grená atual e também contribuem com a Fúria. Não é à toa que a seleção chegou ao patamar atual de time de ponta do futebol mundial.
Sem questionar o método que ainda segue o rival Real Madrid (dinheiro, dinheiro; craques, craques), acredito que o Barça tenha uma fórmula bem mais barata, lucrativa e saudável de administrar seu futebol com três ingredientes simples: investimento na base, contratações pontuais de estrelas e prioridade pelo futebol arte. Receita infalível pelos lados do Camp Nou.
Direto da Redação
Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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