* O Palmeiras viveu do quase em 2009. Quase no Paulista, quase na Libertadores e um quase doído no Brasileirão
No Paulistão, um "quase" na semifinal. Na Libertadores, quase o time passou pelo Nacional, nas quartas-de-final. E no Brasileirão, o Verdão ficou muito perto do pentacampeonato, mais novamente o tal do "quase" atrapalhou.
O Santos no caminho
Desacreditado no início do ano, o Palmeiras deu uma resposta surpreendente aos críticos. Sem grandes contratações, o Verdão fez uma excelente campanha na primeira fase do Campeonato Paulista. Foram 13 vitórias em 19 jogos. A única derrota foi contra o São Paulo, nas rodadas finiais. O jovem Keirrison foi o destaque, anotando 12 gols.
Tudo estava ótimo para o time de Vanderlei Luxemburgo, mas vieram as semifinais e a maré começou a mudar. O adversário seria o Santos, rival que foi goleado na fase de classificação por 4 a 1. Entretanto, no mata-mata a coisa foi diferente. Na Vila Belmiro, Keirrison abriu o placar, mas o Verdão não segurou o ímpeto do rival e cedeu a virada.
No jogo de volta, seria preciso uma vitória simples diante do Peixe. Novamente, a coisa não foi tão fácil como parecia e o Santos deu um baile no, até então, melhor time do campeonato. Com mais uma vitória por 2 a 1, o Alvinegro foi à final e o Palmeiras ficou chupando o dedo.
Sofrimento na Libertadores
O time chileno segurou a vantagem até os minutos finais. Mas o que parecia improvável aconteceu. Cleiton Xavier arriscou uma bomba do meio da rua e fez o gol da classificação palmeirense.
O sofrimento palmeirense continuou nas oitavas-de-final. Após derrotar o Sport por 1 a 0 no Palestra Itália, o Palmeiras segurava um empate sem gols na partida do Recife, mas não resistiu. Sofreu do mesmo veneno que o Colo-Colo, e levou o gol quando não podia. Dessa maneira, a decisão foi para os pênaltis na Ilha do Retiro. O Verdão, contudo, tinha São Marcos, mestre nas cobranças de pênalti. O goleiro defendeu três cobranças e classificou o Palmeiras.
Mas a sorte do Alviverde parou por aí. Mesmo com a estreia de Obina no ataque, o Verdão não passou de um empate de 1 a 1 contra o Nacional, em casa. No Uruguai, o rival tratou de segurar a vantagem durante os 90 minutos e dessa vez ninguém conseguiu um gol salvador. O Palmeiras ficou no quase de novo.
Crise sem explicação

Jorginho assumiu interinamente e o Palmeiras voltou a jogar algo parecido com o que fez no Paulistão. Em sete jogos no comando do clube no Campeonato Brasil, foram cinco vitórias e apenas uma derrota. Mas o verdão queria Muricy e ele veio.
Semanas depois, uma contratação forte: Vagner Love. Era o que faltava para o Palmeiras, líder do Brasileirão àquela altura, ser apontado como principal candidato ao título.
Mas alguma coisa desandou. Após 19 rodadas na liderança do campeonato (e muitas delas com folga), o Palmeiras perdeu a posição após derrota para o Fluminense, na 34ª rodada. Foi apenas a confirmação do que se desenhara nas rodadas anteriores. A queda de rendimento era nítida.

Não há muito o que explicar. Ainda com chances de título, o Palmeiras foi ao Engenhão e precisava de uma vitória diante do Botafogo para, pelo menos, garantir vaga na Libertadores. Não conseguiu. Como disse Pierre, o ano estava indo pelo ralo.
Violência
A briga entre Maurício e Obina não foi o único caso de violência entre palmeirenses. Antes da partida contra o Botafogo, três torcedores palmeirenses agrediram o ídolo (ou ex-ídolo) Vagner Love na saída de uma agência bancária em São Paulo.
Antes disso, após a derrota para o Fluminense, o presidente Beluzzo soltou um caminho de bobagens e chegou a dizer que se encontrasse o árbitro da partida, o gaúcho Carlos Simon, daria "uns tapas na cara dele". Não é difícil entender porque torcedor e os jogadores palmeirenses estavam tão dispostos a resolver as coisas no braço.
Herói: Marcos
Entre tantas decepções, o goleiro palmeirense seguiu com o posto de ídolo intacto e ainda mais valorizado. Nas oitavas-de-final da Libertadores, contra o Sport, ele mostrou que cresce na hora da decisão e pegou três pênaltis.
Vilão: Vagner Love
O atacante, ídolo da torcida alviverde, acabou sendo responsabilizado pela torcida diante dos maus resultados do Palmeiras. Três torcedores resolveram agir e agrediram o artilheiro do amor na saída de um banco. Para piorar o caso entre Verdão e Love, o atacante resolveu bater o pé e quer sair. Essa história ainda vai longe...
Dia D: 26 de julho
Uma das poucas alegrias do torcedor palmeirense em 2009 veio nesse dia. Com três gols de Obina, o Verdão derrotou o arquirrival Corinthians por 3 a 0, em Presidente Prudente. Se vale de consolo, o Palmeiras aumentou neste ano a invencibilidade diante do Alvinegro, que já dura três anos.
Dia para ser esquecido: 18 de novembro
Com certeza, muitos dias de 2009 serão apagados da memória do torcedor alviverde. Mas a briga entre Maurício e Obina, no intervalo da partida contra o Grêmio, em Porto Alegre, foi emblemática. Mostrou o que era o Palmeiras naquele momento: um turbilhão de nervos.
O número: 2
Esse foi o número de vitórias do Palmeiras nas últimas dez rodadas do Campeonato. Fora os triunfos contra o Goiás (4 a 0) e o Atlético-MG (3 a 1), foram seis derrotas e dois empates. Campanha de time rebaixado.
Comentário da Redação
Eu ainda não entendo nada
Meu amigo, vou te dizer uma coisa: até agora eu não consigo entender a queda vertiginosa do Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Perder para o Santos no Paulistão é normal. Cair diante do Nacional na Libertadores, vá lá! Agora, liderar um campeonato por 19 rodadas e terminar a temporada sem vaga nem para a Libertadores foi demais!!!
Hipóteses e explicações não faltam. Prefiro não me apegar a nenhuma. O Palmeiras não planejou o ano como deveria e acho que esse foi o maior problema. Mesmo assim, nada justifica perder um campeonato tão ganho.
A única coisa que salvou o ano foi aquele golaço do Diego Souza contra o Atlético-MG.
Para 2010, muita coisa deve mudar. Muricy, entretanto, continua, pois me parece claro que ele não tem culpa de nada. Mas o rabugento treinador vai precisar de muita paciência, pois terá de aguentar a pressão da torcida palmeirense, que, assim como eu, ainda está sem entender.
Direto da Redação
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