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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Santos > Trocando Ideia

Luiz Álvaro: "Somente com transparência voltaremos a vencer"
* Candidato da oposição à presidência do Santos aposta em gestão profissional e fundo de investimentos para reerguer o Santos

Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, de 67 anos, tem uma missão quase impossível. Ele é o candidato da oposição do Santos Futebol Clube para concorrer à presidência do clube nas eleições que acontecem neste sábado, dia 5 de dezembro, e terá de derrotar o atual presidente Marcelo Teixeira, candidato à reeleição e vencedor nos últimos cinco pleitos.

Em 2003, os dois já foram adversários nas urnas e Teixeira venceu: 60% a 40%. Para conquistar a vitória dessa vez, o confiante Luis Álvaro aposta em um discurso profissional. Em entrevista excluiva ao Redação do Esporte®, o candidato disse que a única saída para recolocar o Santos no caminho das vitórias é a transparência. "Temos que prestar contas aos sócios, os verdadeiros donos do clube. Com transparência na administração, atrairemos investidores sempre", disse Ribeiro.

Com vasta experiência no setor bancário e imobiliário, o candidato da chapa O SANTOS PODE MAIS, que foi conselheiro do Santos durante 17 anos, também tem na manga um fundo de investimentos que pretende trabalhar com valores em torno de 40 milhões de reais e conta com o apoio de santistas de grande importância no cenário econômico do Brasil e do Mundo. No entanto, Ribeiro acredita que o clube não pode depender só disso. "O Santos é capaz de caminhar com as próprias pernas", acredita.

Redação do Esporte® - Candidato, os dois últimos anos de mandato do presidente Marcelo Teixeira não foram marcados por grandes conquistas e o Santos fez campanhas abaixo da média nas últimas edições do Campeonato Brasileiro, brigando até contra o rebaixamento. O que a chapa O SANTOS PODE MAIS planeja fazer de diferente para recolocar o time no caminho das vitórias?
Em primeiro lugar, vamos implantar uma administração moderna, com princípios de governança corporativa e transparência. Só assim traremos novos investimentos e voltaremos ao caminho das vitórias. Temos que prestar contas aos sócios, que são os verdadeiros donos do clube. O estatuto do clube é medieval e precisa ser revisto urgentemente. Vamos acabar com as releições continuadas e sem fim. Daremos ao sócio o direito de votar após um ano no clube, e não três, como é hoje. Temos também que acabar com a exigência de dois mandatos como conselheiro para se eleger à presidência. Isso é absurdo.

Entre suas propostas, está a criação de um fundo de investimentos, que além de buscar contratações de grandes jogadores para o ano de 2010, irá trabalhar na renegociação das dívidas do clube, ampliação da receita e prestará consultoria gratuita ao clube na área financeira. O grupo de investidores tem nomes fortes como o do vice-presidente do banco Santander, José Berenguer, e do presidente do Conselho de Administração da Gol Linhas Aéreas e ex-presidente do Citibank, Álvaro de Souza. Na prática, como irá funcionar este fundo?
O objetivo principal do Santos é ter um time competitivo, mas isso só pode ser viabilizado com recursos. E o Santos dos últimos anos foi rebaixado nesse quesito. Não levamos público aos estádios, nosso patrocínio na camisa é o que paga menos entre os clubes de São Paulo, as nossas cotas de televisão e pay per view são baixas e não conseguimos arrecadar nada com o marketing. Nosso projeto é fortalecer esse fundo de investimento, em que estamos planejando contar com valores na ordem dos 40 milhões de reais. Não seremos um fundo especulativo, que vive da compra e venda de atletas. É um fundo de permanência, que será gerido por profissionais, e o Santos participará de todas as decisões. Esse fundo, no entanto, é apenas um caminho. Acho que não precisaremos disso eternamente e podemos caminhar com as próprias pernas. Para isso, temos que investir em ações de marketing efetivas, e não só uma baleinha ou baleião. Precisamos estruturar nossos produtos licenciados. Precisamos reformular o estatuto, para gerir o clube de forma transparente, o que atrairá investidores sempre.

O técnico Vanderlei Luxemburgo já declarou que só fica no clube se o presidente Marcelo Teixeira for reeleito. Qual o perfil de técnico que o senhor gostaria de ver no comando do clube durante seu mandato?
Foi bom que ele tenha condicionado dessa forma, pois evitou o trabalho que eu teria em dizer que gostaríamos de um técnico com outro perfil, que não queira ser manager, empresário de jogador, político e qualquer coisa que não seja treinar o time dentro de campo. Queremos um treinador jovem, mas com perfil e folêgo para ser campeão. Que saiba trabalhar com jogadores jovens e se concentre unicamente na evolução da equipe e do grupo, sem outras preocupações.

Em 2009, o Santos jogou seis vezes no Pacaembu como mandante e venceu cinco vezes, levando em média mais de 20 mil torcedores por partida. No seu mandato, o Peixe vai jogar mais na capital?
O Santos jogará na capital e no interior toda vez que o calendário assim permitir. Se não for assim, com todo respeito, vamos virar um Guarani ou XV de Piracicaba, clubes fortes em suas regiões, mas que ficam restritos a essa limitação. O Santos tem uma marca maior, que ultrapassa os limites de Santos. Não devemos ter preconceito de mandar nossos jogos capital. Nossa grande torcida está lá. De qualquer forma, a Vila Belmiro continuará sendo nossa sede eterna e permanente, pois é um palco do futebol mundial.

"Se o Santos não jogar mais na capital, vamos virar um Guarani ou XV de Piracicaba. A marca do Santos ultrapassa os limites da cidade", Luis Álvaro, candidato à presidência do Peixe.


Candidato, muito se fala que os clubes brasileiros não podem abrir mão da venda de jogadores para manter as contas em dia. O Santos é exemplo disso, já que fechou os últimos anos no vermelho e não vendeu muitos atletas após a era Diego e Robinho. O caminho para equilibrar o caixa é a venda das revelações santistas? Elas serão inevitáveis?
Não é o caminho e não vamos vender nossas revelações tão cedo. A intenção do fundo de investimentos é bancar a permanências dessa molecada. Só quando eles tiverem amadurecido e agregado valor ao clube e à carreira eles devem sair. Veja o exemplo do Kaká, que saiu do Brasil em 2003, por pressão de seu empresário, e o São Paulo levou apenas US$ 8 milhões. O grande valor ficou para os clubes europeus. Se o jovem quer sair aos 23 anos, ele vai sair, mas é preciso que o clube se beneficie financeira e tecnicamente.

O maior sucesso recente do Peixe veio no futebol feminino. Quais as suas propostas para dar sequência ao bom trabalho desenvolvido com as Sereias da Vila?
Vamos ampliar esse trabalho. Uma das nossas ideias é criar o time do Santos americano, para jogar na liga mais rica e competitiva do mundo, com a ajuda do Pelé, que será nosso embaixador e com certeza abrirá as portas. A exemplo dos times mexicanos, que já fazem isso, vamos colocar nossas meninas, Marta, Cristiane, Erika, que são grandes estrelas do futebol mundial, para jogar lá, defendendo as cores do Santos Futebol Clube. Duas multinacionais já nos procuraram quando souberam da ideia e estão dispostos a patrocinar a equipe.

Nas categorias de base, o Santos também vem mostrando bons resultados, revelando jogadores importantes e que já estão sendo aproveitados no time principal. Qual a proposta da chapa O SANTOS PODE MAIS para buscar novos meninos da Vila?
Vamos passar a limpo as categorias de base. Recentes reportagens mostraram o escândalo que é a relação do clube com os jogadores e os empresários. Hoje, se não tivesse um bom empresário, nem o Pelé conseguiria jogar no Santos. Não queremos mais isso. É preciso transparência na formação desses jovens que são o futuro do clube.

LEIA MAIS > Marcelo Teixeira: "Vamos montar um time que orgulhe o torcedor"

Antes das eleições, cogitou-se uma aliança com a situação por um candidato único. Por que a proposta de união não foi adiante?
A tentativa foi deles, mas eu nunca acreditei muito. Alguns investidores acreditaram e foram mais adiante. Mas na hora em que foi exigido transparência, gestão corporativa, mudanças no estatuto e etc., eles recuaram. A situação sempre se mostra resistente a fazer as coisas com clareza. Eles não querem que as eleições sejam com urnas eletrônicas, não querem que os sócios votem. Investidores gostam de sol e não de neblina. Quanto mais sol, mais fácil atrair recursos de gente séria.

Qual é o seu relacionamento com o presidente Marcelo Teixeira e qual a sua opinião sobre os dez anos de mandato dele à frente do Santos Futebol Clube?
Meu relacionamento com o Marcelo é cordial. Ele cometeu um ou outro deslize nessa campanha porque se sente acuado pelas pesquisas, pela possibilidade de derrota. O problema mesmo está nas pessoas que o cercam. Falaram muita bobagem, mentira e leviandades. Me rotularam de forasteiro e aventureiro. Para quem não sabe, meu avô (Álvaro de Oliveira Ribeiro) foi responsável pela compra do terreno onde hoje está o estádio da Vila Belmiro. Esse tipo de ataque é sórdido. Talvez o Marcelo tenha liberado seu pessoal para falar essas coisas, mas continuarei o cumprimentando sempre que preciso.

Candidato, muito obrigado por participar dessa entrevista e boa sorte. Por favor, deixe um recado ao torcedor e sócio santista que nos lê.
O sócio deve votar com traquilidade, não pode aceitar nenhuma pressão. Espero que haja lisura durante a votação. Não podemos permitir que pessoas em situações irregulares votem. Até defunto já participou de eleição no Santos. Dessa vez espero que seja diferente e que tudo corra bem.

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Para conhecer mais sobre os projetos da chapa O SANTOS PODE MAIS, acesse: www.osantospodemais.com.br


Direto da Redação











Reportagem: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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