Mais um santástico show de bola dos Meninos da Vila. Apesar de pequenos sustos - três, precisamente - o Santos goleou o Bragantino por 6 a 3, em casa, e se firmou de vez na liderança do Campeonato Paulista 2010.
O Peixe soma agora 22 pontos, quatro à frente de Botafogo de Ribeirão Preto, Corinthians e Santo André, os seguidores mais próximos. O Bragantino fica no 12º posto, com nove unidades.
Com sobras
O Santos sobrou no primeiro tempo de jogo. Praticamente não correu riscos. Fez três gols e poderia ter feito mais. O Bragantino resistiu o quanto pôde. Foram 23 minutos de bombardeio santista até que Wesley pegou a sobra da zaga, após boa jogada de Neymar, e encheu o pé direito. Chute forte, rasteiro, no meio do gol. Era uma bola defensável, mas o goleiro Gilvan deixou passar, 1 a 0.
O segundo foi dele: Robinho. Aos 27, Neymar cobrou falta da direita, André mergulhou no primeiro pau para desviar de cabeça, e a bola sobrou para o camisa 7, sozinho, com o gol aberto à sua frente. Gol e beijinho para o filho que assistia ao jogo no camarote térreo da Vila.
Aos 41, Robinho achou André pelo meio. O camisa 9, como um típico centroavante, recebeu de costas, girou e fuzilou de pé direito: 3 a 0.
Jogo duro
O Santos voltou para o segundo tempo sem tirar o pé. Logo a um minuto, Neymar enfiou para Robinho, que devolveu de primeira. O garoto entrou pela direita e chutou forte, rasteiro. O goleiro espalmou, e a bola sobrou para André marcar o quarto.
Com a goleada consolidada, o Peixe, finalmente, tirou o pé. E aí, o Bragantino se assanhou. Felipe fez duas boas defesas aos quatro e cinco minutos, em jogadas pelo alto, ambas com Frontini. Aos oito, o Braga acertou o alvo. Diego Macedo bateu falta com categoria, no ângulo esquerdo. Felipe nada pôde fazer.
Porém, aos 12, Robinho enterrou as esperanças do Braga. Ele recebeu de Ganso, avançou livre pelo meio e, com um leve toque, encobrou Gilvan. Um golaço: 5 a 1.
O jogo estava fácil e o Santos resolver mexer. Neymar, André e Robinho foram substituídos por Madson, Giovanni e Zé Eduardo. O time caiu de produção e o Bragantino assustou. Aos 27, Quixadá foi puxado dentro da área por Edu Dracena. Frontini cobrou bem e diminuiu. Aos 40, Rodriguinho arriscou de fora da área e acertou o canto esquerdo de Felipe.
Com o placar de 5 a 3, o Alvinegro voltou a jogar um pouquinho de bola e definiu a vitória aos 45. Madson arrancou livre pela esquerda e passou para Zé Eduardo, que tocou para o gol vazio e decretou os 6 a 3. Alívio, enfim.
Ficha do jogo
SANTOS 6 x 3 BRAGANTINO | |
Felipe, Roberto Brum, Edu Dracena, Durval e Pará; Rodrigo Mancha, Wesley e Paulo Henrique Ganso; Neymar (Madson), André (Giovanni) e Robinho (Zé Eduardo). | Gilvan; Marcelo Godri, Da Silva e Mauricio; Diego Macedo, Francis (Danilo Gomes), Paulinho, Lúcio (Rodriguinho) e Giba (Esquerdinha); Juninho Quixadá e Frontini. |
Técnico: Dorival Júnior. | Técnico: Marcelo Veiga |
Gols: Wesley, 23, Robinho, 27, André, 41 minutos do primeiro tempo; André, 1, Diego Macedo, 8, Robinho, 12, Frontini, aos 28, Rodriguinho, aos 41, Zé Eduardo, aos 45 minutos do segundo tempo | |
Cartões amarelos: Roberto Brum, Edu Dracena, Neymar (Santos), Da Silva, Paulinho (Bragantino). Cartão vermelho: . | |
Estádio: Vila Belmiro, em Santos (SP). Data: 18/05/2008. Árbitro: Leonardo Ferreira Lima. Auxiliares: Reinaldo Rodrigues dos Santos e Fábio Aparecido Gomes Ribeiro. Público e renda: 11.794 pagantes/R$ 262.850,00 |
Fonte: Globo.com
Comentário da Redação
Do jeito que eu gosto
Há alguns anos eu defendo aqui que o Santos só joga bem quando tem a posse de bola. É um time que precisa atacar, incomodar o adversário e não se deixar ser pressionado pelo adversário. Percebi, no entanto, que esse é o ideal para qualquer time, pelo menos na minha opinião.
Óbvio que outros times preferem tomar outras atitudes. Por exemplo, jogar no contra-ataque. Mas eu não gosto. Prefiro o que faz o Santos 2010, um exemplo de como incomoda ser atacado.
Claro que é muito mais fácil fazer esse futebol quando se tem na equipe Robinho, Neymar e Ganso. E quando os coadjuvantes surpreendem como fizeram hoje André e Wesley, a missão é ainda mais simplificada. Mas é assim que tem de ser. Pressão. O adversário não pode se achar dono do jogo.
Até o quinto gol, o Santos deu um baile no Bragantino por jogar dessa maneira. Sem deixar o rival respirar um minuto. Depois, com a vantagem quase garantida (o "quase" só se constatou quando o jogo acabou, diga-se de passagem), as estrelas saíram e o Peixe se preocupou mais em levar cartões - Neymar e Ganso conseguiram e estão fora do jogo contra o Mirassol, e aptos e enfrentar o Corinthians.
O Bragantino não desistiu um minuto sequer e a defesa do Santos, em ritmo de carnaval, vacilou muito, proporcionando chances até para uma possível tragédia que seria um empate. Mas no fim das contas, o placar fez alguma justiça ao show do Peixe até os 15 minutos do segundo tempo.
Conceitos
Felipe - BOM: Falhou no primeiro gol do Braga, mas fez belas defesas e evitou que o estrago defensivo fosse maior.
Roberto Brum - BOM: Demorou a se acertar jogando na lateral, mas logo pegou o jeito e cumpriu bem a função.
Edu Dracena - REGULAR: Completamente perdido em campo. Ainda assim, salvou algumas vezes a pátria.
Durval - REGULAR: Também jogou em ritmo sonolento.
Pará - BOM: Foi bem na marcação e passou poucas vezes ao ataque.
Rodrigo Mancha - BOM: Jogou sozinho na frente da zaga e só teve problemas quando o Santos deixou de jogar e marcar, no segundo tempo. Porém, deu conta do recado.
Wesley - ÓTIMO: O melhor em campo, sem dúvida. Marcou, desarmou, iniciou contra-ataques e ainda fez seu gol. Incrível como ele é diferente daquele Wesley que o torcedor conheceu há dois anos.
Paulo Henrique - PÉSSIMO: Sua única aparição na partida foi para forçar o terceiro cartão amarelo - e de forma esdrúxula.
Neymar - BOM: Não fez chover, mas nem precisou. Foi importante em várias jogadas. Também forçou sua suspensão e está livre para pegar o Corinthians, já que Robinho não joga.
(Madson) - REGULAR: Entrou errando muitos passes e contra-ataques. Teve sua importância, contudo, no sexto gol.
André - ÓTIMO: Sempre no lugar certo e na hora certa. Marcou dois e foi pro abraço.
(Giovanni) - PÉSSIMO: Sua função era segurar a redonda no ataque, mas o Messias quase não tocou nela. Mostrou ainda estar fora de forma.
Robinho - ÓTIMO: Atuação impecável. Marcou duas vezes, com direito a golaço por cobertura. O craque está feliz e assim seu jogo flui fácil.
(Zé Eduardo) - BOM: Deu mais movimentação ao ataque e ainda balançou a rede.
Téc: Dorival Júnior - REGULAR: Armou a equipe brilhantemente, mas errou ao achar que o jogo estava ganho antes da hora e mudar o time inteiro.
Direto da Redação
Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
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