
O resultado aumenta ainda mais a vantagem alvinegra para o confronto de volta, na Vila Belmiro, no próximo domingo. Agora, o Santos pode perder por até um gol de diferença e mesmo assim seguirá para a final do Paulistão 2010. O Tricolor precisa, necessariamente, vencer por dois ou mais gols de vantagem.
E a vantagem só aumentava...
O Santos entrou em campo no Morumbi com a vantagem de poder jogar por até dois empates na semifinal. Mas Dorival Júnior escalou o time para frente, com cinco homens de frente e apenas um volante. O Tricolor não deixou por menos, e também entrou no 4-3-3, com Marlos, Dagoberto e Washington no ataque.
Mas as duas equipes se respeitaram nos minutos iniciais. Mesmo com a iniciativa da partida, o São Paulo não criou grandes lances. O Santos, por sua vez, parceria sentir a bola queimando nos pés e errava muitos passes.
Mas aos 26, um jogador sumido na partida resolveu dar o ar da graça: Neymar. O camisa 11 recebeu na esquerda e rolou na medida para Léo, que passava ao seu lado. O lateral cruzou com veneno, e Júnior César caiu no golpe, colocando a bola dentro do próprio gol: 1 a 0 para o Peixe.

Com 11 contra 10, o jogo do Peixe fluiu ainda mais. E aos 40, Neymar iniciou mais uma jogada de perigo. E com um toque primoroso, ele serviu André, que apareceu livre na pequena área para ampliar: 2 a 0.
Dagoberto comanda reação. Mas...
Com 2 a 0 para o adversário e um homem a menos, a situação do São Paulo parecia delicada. Ricardo Gomes mexeu no intervalo, tirando Washington e colocando Cicinho em campo. Mas o Tricolor não recuou. Pelo contrário.
O que se viu nos minutos iniciais da primeira etapa foi uma pressão enorme do time da casa. Acuado, o Santos viu sua vantagem começar a sumir aos sete minutos. Hernanes driblou Wesley e Marquinhos na entrada da área e bateu firme, de perna direita. A bola foi no cantinho e Felipe não pôde fazer nada. Na jogada seguinte, o Santos tabelou rápido e Robinho mandou uma bomba na trave.

E aos 21, ele foi recompensado da forma mais inesperada. Cicinho cruzou na medida e Dagol cabeceu firme, sem marcação: 2 a 2. A vantagem do Santos, pelo menos na partida, tinha ido para o espaço.
Vendo seu time perdido em campo, Doriva Júnior promoveu três substituições nos minutos seguintes. Entraram Pará, Madson e Zé Eduardo; saíram Neymar, Marquinhos e André. O Tricolor também mudou: Dagoberto e Jorge Wagner deixaram o gramado, para a entrada de Marcelinho Paraíba e Fernandinho.
O jogo esfriou. O São Paulo parecia satisfeito com o resultado e o Santos ainda anestesiado. Mesmo assim, o Peixe criou uma das melhores chances da partida. Em cruzamento venenoso, Zé Eduardo chutou para fora uma bola que estava quase dentro do gol.
Mas o clássico ainda não estava acabado. Aos 44 do segundo tempo, Durval foi derrubado por Miranda na lateral-direita. O zagueirão foi para a área e acabou recompesando. Madson cruzou e ele cabeceou com o gol livre, já que Rogério Ceni não achou nada: 3 a 2 para o Peixe.
Ficha do jogo
SÃO PAULO 2 x 3 SANTOS | |
Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda e Júnior César; Rodrigo Souto, Hernanes, Jorge Wagner (Fernandinho) e Marlos; Dagoberto (Marcelinho) e Washington (Cicinho). | Felipe, Wesley, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Marquinhos (Zé Eduardo) e Paulo Henrique Ganso; Neymar (Madson), André (Pará) e Robinho. |
Técnico: Ricardo Gomes. | Técnico: Dorival Júnior. |
Gols: Júnior César (contra), aos 26, André, 40 minutos do primeiro tempo; Hernanes, 7, Dagoberto, 21, Durval, aos 44 minutos do segundo tempo | |
Cartões amarelos: Neymar, Léo, Paulo Henrique Ganso, Robinho, Wesley, Edu Dracena (Santos). Cartão vermelho: Marlos (São Paulo). | |
Público e renda: 35.695 pagantes / R$ 1.578.325,25 | |
Estádio: Morumbi, em São Paulo. Data: 11/04/2010. Árbitro: Marcelo Rogério. Auxiliares: Vicente Romano Neto e David Botelho Barbosa. |
Comentário da Redação
Não foi justo, nem injusto
Mal o juiz encerrou a partida, e já começaram os primeiros questionamentos aos jogadores e técnicos sobre a justiça do placar. Alguns acharam justo, outros não. Até o treinador santista, Dorival Júnior, achou que o 2 a 2 estaria de bom tamanho.
Minha opinião é a seguinte: não foi justo, nem injusto. O placar de 3 a 2 cabe muito bem ao que as duas equipes apresentaram, mesmo que fosse um 3 a 2 para o São Paulo. Cada time teve seu momento na partida.
O que muita gente valoriza é o empenho do Tricolor quando perdia por 2 a 0, com um homem a menos, e mesmo assim conseguiu empatar. Mas não é só por isso que o Santos não teria o direito de retomar a vitória.
No primeiro tempo, vimos um equilíbrio muito grande, pois o São Paulo jogava para anular o Santos e vice-versa. O Peixe só encontrou o gol com a ajuda de Junior César, contra. O placar de 1 a 0 desestabilizou o Tricolor, que perdeu Marlos e ainda viu o Peixe ampliar, com André.
Aliás, sobre Marlos e a arbitragem: na minha opinião, o juiz seguiu um critério e expulsou bem o atacante do São Paulo. No segundo tempo, ele continuou distribuindo cartões por faltas leves, principalmente contra o Santos. Ou seja, pelo menos ele teve um padrão.
Voltando ao jogo, o São Paulo fez um excelente segundo tempo, pelo menos até o momento do gol de empate. O time de Ricardo Gomes encurralou o Santos. Os jogadores chegavam em cada dividida como se brigassem por água no meio do Saara. Enquanto isso, os santistas assistiam passivos, sem o mesmo espírito de guerra. Assim, o empate foi questão de tempo.
Mas o São Paulo não aguentou manter o ritmo durante todo o segundo tempo, e permitiu que o Santos respirasse, tocasse mais a bola e administrasse, enfim, a vantagem de um homem a mais. E meio que por acaso, o Peixe fez o terceiro, em bola parada, com Durval.
No fim das contas, mesmo sem jogar tudo que sabe, o Santos venceu mais uma vez. Uma vitória importante, de um time pronto para ser campeão, mas que ainda precisa aprender muita coisa para não tomar tantos sustos.
E o São Paulo terá a dura missão de vencer o Peixe na Vila por dois gols de diferença. Não é impossível, longe disso, mas acredito que a chance tricolor era hoje, e não foi aproveitada.
SÃO PAULO - conceitos
Rogério Ceni - PÉSSIMO: Praticamente não viu a cor da bola. Mas no lance capital da partida, foi pegar borboletas e falhou feio.
Jean - REGULAR: Mais uma vez provou que não consegue jogar bem na lateral-direita. Quando foi para o meio-campo, melhorou um pouco.
Alex Silva - BOM: esteve atento aos principais lances de perigo do Santos.
Miranda - REGULAR: Bateu mais do que marcou.
Júnior César - BOM: Apoiou melhor do que marcou, mas esteve bem. Teve azar de fazer o gol contra.
Rodrigo Souto - BOM: Melhorou bastante no segundo tempo.
Hernanes - ÓTIMO: Um dos melhores em campo. Fazia tempo que não chamava a responsabilidade como fez hoje.
Jorge Wagner - REGULAR: Ficou bem escondido. Participou muito pouco da partida, mesmo quando o São Paulo dominava a partida.
(Fernandinho) - SEM CONCEITO: Nem tocou na bola.
Marlos - PÉSSIMO: Falem o que quiser, mas se um jogador sabe que tem cartão amarelo precisa jogar com mais cautela. Poderia ter prejudicado o São Paulo com sua atitude (e até prejudicou, levando em conta o placar final).
Dagoberto - ÓTIMO: Um dos melhores em campo, sem dúvida. Correu muito, infernizou a defesa do Santos e fez seu gol de cabeça.
(Marcelinho) - SEM CONCEITO: Jogou pouco tempo.
Washington - PÉSSIMO: Completamente fora do jogo. Foi substituído no intervalo.
(Cicinho) - BOM: Finalmente fez uma boa partida. Foi dele o cruzamento para o gol de Dagoberto.
Téc: Ricardo Gomes - ÓTIMO: Escalou bem a equipe e foi muito bem também na mudança no intervalo. Ganhou o meio-campo e motivou a equipe para buscar o empate.
SANTOS - conceitos
Felipe - BOM: Não falhou nos gols e ainda fez defesas importantes.
Wesley - BOM: Fez um excelente papel na marcação. Vão dizer que ele falhou no gol do Dagoberto, mas não era nem pra ele estar ali.
Edu Dracena - BOM: Ganhou quase todas dentro da área.
Durval - ÓTIMO: Além de ser uma muralha na defesa, ainda foi letal no ataque, marcando o gol da vitória, seu primeiro com a camisa do Santos.
Léo - BOM: Subiu só na boa e participou bem do primeiro gol santista.
Arouca - ÓTIMO: O melhor em campo, na minha opinião. Jogou por 3 volantes no primeiro tempo. No segundo, cansou um pouco, mas ainda seguiu desarmando jogadas perigosas.
Marquinhos - REGULAR: Participou muito pouco do jogo. Cansou no segundo tempo e foi bem substituído.
(Zé Eduardo) - PÉSSIMO: Teve um chance incrível nos seus pés e desperdiçou.
Paulo Henrique - REGULAR: Não fez uma grande partida. Ficou muito recuado e levou pouco perigo ao time são-paulino.
Neymar - BOM: Não brilhou intensamente, mas foi importante nos gols santistas do primeiro tempo. Aliás, foi genial no segundo. caiu de produção na etapa final.
(Madson) - BOM: Pouco tempo em campo foi o bastante para dar mais movimentação à equipe. Ainda deu o passe para o gol de Durval, em bela cobrança de falta.
André - REGULAR: Fez o gol e só. Poderia ter saído mais da área e buscado o jogo.
(Pará) - BOM: Sua entrada deu muito mais equilíbrio ao time.
Robinho - BOM: Também não brilhou, mas sua experiência foi importante durante todo o jogo. Quase deixou sua marca em duas oportunidades.
Tec: Dorival Júnior - BOM: Armou o time corretamente, da maneira como eu faria. Suas alterações surtiram efeito e foram importantes para equilibrar o jogo no momento mais complicado.
Direto da Redação
Redator: Ricardo Pilat
ricardo.pilat@yahoo.com.br
Siga-me no Twitter: @ricardopilat
Nenhum comentário:
Postar um comentário