Fora da disputa pelo bicampeonato do Paulistão, o Corinthians confirmou nesta quarta-feira o grande momento que vive na Taça Libertadores, o seu grande objetivo no ano do centenário. O Timão superou uma noite de chuva, frio e um apagão no sistema de iluminação do estádio Parque Central, no Uruguai, para vencer o Racing de Montevidéu por 2 a 0. Com o resultado, garantiu a classificação antecipada às oitavas de final da principal competição sul-americana. Mais do que isso, o Alvinegro fica com a melhor campanha geral, o que garante a vantagem de fazer em casa o segundo jogo na fase de mata-matas.Após apagão no estádio, Dentinho abre o placar
Uruguaios e brasileiros tiveram pouco tempo para mostrar futebol. Com um minuto e 40 segundos de bola rolando, os refletores do estádio Parque Central, que já estavam sendo abastecidos por geradores, apagaram por um problema em um deles. Foram 15 minutos de paralisação, e no retorno, ainda com muita chuva, Racing e Timão foram muito tímidos no ataque.
Porém, aos 18 minutos, o Corinthians ficou em vantagem em jogada que saiu dos pés de seus principais jogadores no ano: Roberto Carlos e Dentinho. Em grande fase, o lateral recebeu passe pela esquerda, disparou até a linha de fundo e bateu forte para o meio da área. A zaga afastou mal, e a bola sobrou para o atacante chutar com precisão, no canto direito de Contreras.
A vantagem o time brasileiro optar por um jogo em “banho Maria”, com a equipe tocando a bola e esperando alguma falha uruguaia. O Racing, aliás, mostrou pouca qualidade para atacar. Antes do fim do primeiro tempo, Danilo teve ótima oportunidade de marcar. Dentinho aplicou lindo drible pela esquerda e cruzou na medida. O meia apareceu sem marcação na entrada da pequena área, mas cabeceou mal.
Timão recua, mas Elias garante vitória
Na volta do intervalo, antes mesmo de o Racing pensar em pressionar, o Corinthians quase fez o segundo, logo no primeiro minuto. Após ótima troca de passes, a bola passou pelos pés de Ronaldo e Elias e chegou até Dentinho. Livre, o atacante bateu cruzado na entrada da área, e Contreras conseguiu fazer grande defesa, espalmando a escanteio. Melhor em campo, o jovem atacante voltou a aparecer bem pouco depois. Aos três, ele pedalou pela direita e chutou forte para o goleiro salvar novamente, agora no ângulo.
O que parecia um jogo tranquilo, no entanto, começou a ficar mais difícil a partir dos 15 minutos. O Timão recuou prematuramente e permitiu que os uruguaios ganhassem força na frente. Para tentar corrigir a falha e dar velocidade ao ataque, Mano tirou Ronaldo e Dentinho e colocou Jorge Henrique e Iarley, respectivamente.
Mas as trocas não surtiram o efeito esperado pelo treinador, e o Racing continuou melhor. A partir dos 40, o time da casa começou a apostar nas bolas cruzadas para a área. Entretanto, o Timão garantiu o triunfo em seguida. Iarley puxou o contra-ataque e tocou para Jucilei cruzar. Elias apareceu como um atacante entre os zagueiros e cabeceou com precisão no canto esquerdo.
Ficha do jogo
| RACING 0 x 2 CORINTHIANS | |
| Contreras, Brasesco, Hernández (Reyes), Pallás e Tejera; Cazulo (Barrientos), Vega (López), Ostolaza e Mirabaje; Cauteruccio e Quiñonez | Julio Cesar, Moacir, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Elias e Danilo (Paulo André); Dentinho (Iarley) e Ronaldo (Jorge Henrique) |
| Técnico: Juan Verzeri | Técnico: Mano Menezes |
| Gols: Dentinho, aos 18 minutos do primeiro tempo; Elias, aos 42 minutos do segundo tempo | |
| Cartões amarelos: Tejera (Racing); Moacir e Jorge Henrique (Corinthians) | |
| Estádio: Parque Central, em Montevidéu, Uruguai Data: 14/04/2010 Árbitro: Héctor Baldassi (Argentina) Auxiliares: Ricardo Casas (Argentina) e Hernán Maidana (Argentina) | |
Fonte: Globo.com
Comentário da Redação
Postura covarde novamente
Com a vitória no Uruguai, o Corinthians fica ainda mais como um dos grandes favoritos a conquista do título da Copa Libertadores 2010. A vaga nas oitavas de final já era esperada e certamente viria. O mais importante neste momento foi ter conseguido assumir a liderança na classificação geral da competição.
Se confirmar o favoritismo e vencer o Independiente no Pacaembu, na última rodada, o Alvinegro irá garantir a melhor campanha de todos os times e poderá decidir sempre em casa no mata-mata. Com a força que esse time tem quando joga no Pacaembu, isso é uma vantagem para ser bastante comemorada.
Mas para a próxima fase, os comandados de Mano Menezes precisam melhorar. Hoje eles mostraram as mesmas características dos outros jogos fora de casa pela competição sul-americana. Arrumado e seguro na parte defensiva, o time teve controle fácil do jogo e, mesmo com um pouco de lentidão do meio para frente, conseguiu criar oportunidades e abrir o placar.
Na volta do intervalo, a equipe alvinegra surpreendeu e começou em busca do segundo gol para definir o jogo. Criou algumas oportunidades e o gol parecia questão de tempo. Porém, antes dos 20 minutos o time inexplicavelmente recuou, não mostrou mais futebol até o final do jogo e pior, chegou a sofrer pressão. Somente o gol do Elias, quase nos acréscimos, afastou qualquer perigo de sofrer o empate.
Vendo essa situação, Mano Menezes resolveu mexer. Colocou Jorge Henrique e Iarley nos lugares de Ronaldo e Dentinho, com o objetivo de dar mais velocidade. Não substituiu mal, mas poderia ser melhor. Tirar o Danilo em vez do Dentinho, para escalar um trio de ataque, seria uma opção mais interessante para tentar definir o jogo.
Mas parece que esse sufoco no final é regra para o técnico corintiano. No final, ainda deu motivos para os que o chamam de retranqueiro, ao tirar o camisa 10 e colocar o zagueiro Paulo André. Dá para entender na situação em que o jogo se encontrava, mas isso é preocupante para a fase final.
É torcer para o Mano escalar um time mais rápido e ofensivo quando for preciso no mata-mata. Afinal, é importantíssimo fazer gols na casa do adversário. Por isso é interessante utilizar um trio de atacantes (que voltam para marcar) como no ano passado. Até porque, o apático Ronaldo é mais um meia armador em alguns momentos, pois sai da área e não mostra o menor pique para voltar e tentar finalizar a jogada.
Conceitos
Júlio César - REGULAR: Fez uma boa intervenção e só.
Moacir - REGULAR: Tirando um erro de passe aqui, outro ali, fez bem o arroz com feijão.
Chicão - REGULAR: Sem ser muito exigido, foi bem quando apareceu.
William - REGULAR: Também pouco exigido, deu apenas um pequeno vacilo em um ataque dos uruguaios.
Roberto Carlos - BOM: Não apareceu muito, mas quando chegou ao ataque, foi decisivo, fazendo a jogada do primeiro gol.
Ralf - BOM: Mais uma atuação boa do camisa 5. Deu segurança para a zaga.
Jucilei - ÓTIMO: Dá um volume de jogo enorme para a equipe, tomou conta do meio-campo. Ainda teve gás para dar assistência para o Elias marcar o segundo. Vem se tornando uma peça bastante importante.
Elias - REGULAR: Apagado, pouco ajudou. No final, marcou seu terceiro gol na competição, todos em cima do Racing.
Danilo - REGULAR: Deu o toque de qualidade do meia na etapa inicial, mas sumiu no segundo tempo.
Dentinho - ÓTIMO: Jogou demais. Se dedicou o tempo inteiro, criou oportunidades, fez o goleiro trabalhar e foi oportunista no lance do gol.
Ronaldo - PÉSSIMO: Mais uma atuação no estilo tiozão de churrasco. Além de ficar parado, ainda errou muito.
Téc: Mano Menezes - REGULAR: Até a última substituição, não estava indo tão mal, mas não deixou a covardia de lado. Do jeito que estava o jogo no começo do segundo tempo, tinha que empurrar o time para definir o jogo. Uma hora isso pode custar caro.
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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