
Mesmo sem o Mineirão, o Cruzeiro fez valer o fator campo e armou uma pressão nos minutos inicias. E deu certo. Logo aos dois, Montillo encheu o pé no canto esquerdo de Julio Cesar. Quatro minutos depois, o Timão teve uma chance de ouro para empatar, quando Everton colocou a mão na bola. Pênalti, que Bruno César bateu no meio do gol e Fábio fez a defesa com os pés.
A partir daí, os mineiros passaram a jogar atrás, ameaçando apenas em contragolpes esporádicos. O Alvinegro, por sua vez, não aproveitava a posse de bola. A melhor oportunidade após o pênalti foi um cruzamento que Paulo André mandou no travessão, de cabeça.
O Cruzeiro passou a jogar ainda mais recuado no segundo tempo, mas criava boas chances nos contra-ataques. Vendo a derrota se aproximar, Adilson colocou Souza e William Morais para tentar dar um novo sangue no ataque, mas foi em vão. O Timão pouco incomodou o Fábio e saiu mesmo derrotado.
Ficha do jogo
CRUZEIRO 1 X 0 CORINTHIANS
Estádio: João Havelange, Uberlândia (MG)
Data/hora: 25/8/2010 - 22h
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)
Auxiliares: Ênio Ferreira de Carvalho (DF) e César Augusto de Oliveira (DF)
Cartões amarelos: Edcarlos, Everton, Wellington Paulista, Cláudio Caçapa, Henrique e Gil (CRU); Chicão, William Morasi e Jorge Henrique (COR)
Gol: Montillo 2'/1°T
CRUZEIRO: Fábio; Cláudio Caçapa, Edcarlos, Gil; Jonathan, Henrique, Marquinhos Paraná, Montillo (Roger), Everton (Pablo); Wellington Paulista e Robert (Wallyson). Técnico: Cuca
CORINTHIANS: Julio Cesar, Alessandro, Chicão, Paulo André e Roberto Carlos (Paulinho); Ralf, Jucilei, Elias e Bruno César (William Morais); Jorge Henrique e Iarley (Souza). Técnico: Adilson Batista
Comentário da Redação
Dá para acreditar em título assim?
Jogando no Pacaembu, ao lado da sua torcida e com o clima todo a favor, o Corinthians tem mostrado defeitos, mas vem conseguindo supera-los na boa. Algumas vezes consegue até fazer o seu grande problema, que é a fraqueza no ataque, virar um trunfo, ao explorar a qualidade dos seus meias e laterais, dando-lhes liberdade para chegar à frente, e a movimentação intensa da sua dupla de ataque. O clássico contra o São Paulo foi um exemplo disso.
Fora de casa, entretanto, o time alvinegro tem muita dificuldade para conseguir superar essa limitação. Foi assim hoje novamente. Jorge Henrique volta para marcar e tentar puxar contra-ataques o tempo todo... o problema é que quando ele consegue partir para o campo ofensivo com a bola, dificilmente tem opção, porque era para o próprio estar ali, ou então o Iarley, que é outro que cai para todos os lados, mas nunca onde realmente deve estar.
Quando consegue encaixar um ataque legal, que tenha o centroavante dentro da área para finalizar, os jogadores cruzam por cima, facilitando totalmente a vida dos defensores cruzeirenses. É inacreditável não fazer UM cruzamento rasteiro para ajudar um dos atacantes baixinhos. Todos foram, inutilmente, pelo alto.
Não se pode colocar a culpa somente no ataque também. O meio-campo corintiano foi lamentável. Com atuações individuais ruins, não conseguiu criar nada. Tanto faltou criatividade que o Fábio quase não trabalhou, exceto no pênalti mal batido pelo Bruno César. E mesmo passando quase o tempo inteiro se defendendo, o Cruzeiro chegou mais perto de fazer o segundo do que o Timão empatar.
Dá para acreditar em um time assim disputando o título? Está parecendo o Grêmio do ano passado, que tinha um aproveitamento de campeão em casa, e de rebaixado fora. No fim, o bom time tricolor não ficou nem perto da vaga na Libertadores. Se não melhorar o desempenho como visitante, o Corinthians dará adeus ao título e lutará apenas pelo G-4.
Adilson Batista terá mais duas semanas para fazer seu time jogar melhor fora dos seus domínios, pois os próximos dois jogos serão no Pacaembu, contra Vitória e Goiás - no meio deste dois jogos terá rodada, mas clube do Parque São Jorge conseguiu adiar o jogo contra o Vasco, que caía no dia do seu aniversário de 100 anos.
Conceitos - CORINTHIANS
Julio Cesar - REGULAR: Tomou um gol bem defensável. Foi seguro depois, principalmente numa ótima defesa no fim do jogo.
Alessandro - BOM: O Cruzeiro explorou bem o seu lado, e o gol saiu por lá, porém, o lateral-direito corintiano teve uma boa atuação, com muita raça do início ao fim.
Chicão - REGULAR: Atento, fez algumas boas intervenções. Mas quando foi exigido não foi tão seguro.
Paulo André - BOM: Seguro, voltou a mostrar sua qualidade no jogo aéreo e quase marcou de cabeça. Falo isso há algum tempo: pra mim ele seria o titular no lugar do William.
Roberto Carlos - REGULAR: Fez muito o arroz com feijão. Faltou tentar uma tabela, chegar à linha de fundo...
(Paulinho) - REGULAR: O seu lance mais relevante foi uma bola perdida, que quase proporcionou uma grande oportunidade aos donos da casa.
Ralf - BOM: Não parou um minuto e marcou muito bem. E a situação tava tão complicada para o Corinthians, que o camisa 5 foi o que teve a saída de bola mais segura.
Jucilei - PÉSSIMO: Confuso demais, errou muitos passes e dribles.
Elias - PÉSSIMO: O símbolo do time. Só vai bem no Pacaembu.
Bruno César - PÉSSIMO: Pior partida dele pelo clube, sem dúvidas. Perdeu o pênalti e se abateu demais.
(William Morais) - REGULAR: Individualmente, não fez a menor diferença. Pouco apareceu.
Jorge Henrique - BOM: Que garra do Baixinho!!! Correu demais, fez o que pôde.
Iarley - REGULAR: As vezes mal posicionado, mas não dá para reclamar muito dele não. A bola pouco chegou em condições de fazer algo relevante.
(Souza) - REGULAR: Fora da área foi um desastre. Dentro, dá para quebrar o galho. Arrumou um ótimo passe num lance que não valeu.
Téc: Adilson Batista - REGULAR: Jogou com o time, gritou o tempo inteiro, mas poderia ter mexido melhor. Por mais que o Bruno César tenha feito uma partida ruim, eu não teria o tirado, e sim colocado o William Morais ao seu lado - sacaria um dos volantes - para tentar confundir a marcação do Cruzeiro.
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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