
Inter começa melhor, mas sai atrás no placar
O começo de jogo em Guadalajara não teve um Inter acuado, muito menos um Chivas pressionando. Os papéis fora trocados. Os gaúchos com mais posse de bola dominavam o meio de campo. E por pouco não abriram o placar logo aos cinco minutos, quando Kleber acertou o pé da trave esquerda de Michel em chute cruzado.
A sorte, entretanto, parecia não estar do lado da equipe brasileira. Primeiro, mais uma bola no travessão, desta vez de Alecsandro. No lance, o artilheiro colorado sentiu contusão e foi substituído por Everton. Mais tarde, quando o empate no primeiro tempo parecia definido, os mexicanos chegaram ao gol. Aos 46, Fabián ergueu para a entrada da área. Renan, mal colocado, foi encoberto pela cabeçada de Bautista.
Colorado usa a cabeça para virar
Logo na volta do intervalo, o Colorado seguiu dominando, mas sem criar grandes oportunidades. Com 26 minutos, Roth sacou Everton, que entrou apagado, e colocou Sóbis. Dois minutos depois Kleber fez ótimo cruzamento e Giuliano deslocou Michel para fazer justiça no placar.
Quatro minutos mais tarde, D’Alessandro colocou na cabeça de Índio. O zagueiro escorou para o meio e Bolívar só teve o trabalho de descolar pelo alto para o fundo da rede e deixar o Internacional a um empate do título.
Ficha do jogo
CHIVAS X INTERNACIONAL
Estádio: Omnilife Stadium, em Guadalajara (MEX)
Data/hora: 11/8/2010, às 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Hector Baldassi (ARG)
Auxiliares: Ricardo Casas (ARG) e Hernán Maidana (ARG)
Cartões Amarelos: Fabián (CHI), Luna (CHI) e Sandro (INT)
Gols: Bautista (1-0), 45'/1°T; Giuliano, (1-1), 27'/2°T; Bolívar (1-2), 31'/2°T);
CHIVAS: Luis Michel; Luna, Reynoso, Mangallón e Ponce; Báez (D'Ávila), Mejía e Fabián (Escalante); Arellano (Araujo), Bautista e Omar Bravo. Técnico: José Luís Real.
INTERNACIONAL: Renan, Nei, Bolívar, Indio e Kleber; Sandro, Guiñazu, D'Alessandro, Giuliano e Taison (Wilson Mathias); Alecsandro (Everton) (Sóbis). Técnico: Celso Roth.
Comentário da Redação
Inter foi muito superior
Em todos os confronto anteriores de mata-mata, o Internacional havia perdido os jogos fora de casa, e avançou sempre pelo critério de gols fora, por vencer em casa sem tomar gols. Por isso, se imaginava que o Colorado fosse ao México para segurar o Chivas, e apostar na força do Beira-Rio para conquistar o título.
A postura do time brasileiro, entretanto, foi muito diferente. Jogou como se estivesse no seu estádio, mostrou-se muito superior tanto na raça quanto na técnica, e dominou o jogo desde o início. Tanto que logo aos cinco minutos, Kléber já tinha acertado a trave.
Mesmo com outra bola na trave, em cobrança de falta de Alecsandro, faltou ser mais incisivo, buscar mais o gol ainda no primeiro tempo. Nos acréscimos, veio o inesperado, e em uma cabeçada de fora da área, o Chivas achou um gol. Um lance bonito e bizarro ao mesmo tempo. Não se pode tomar um gol desse. Mais uma falha do Renan. Se o 0 a 0 já poderia ser considerado injusto para o Inter, a derrota por 1 a 0 então, foi inacreditável.
O segundo tempo continuou do mesmo jeito, com domínio e superioridade da equipe de Celso Roth. Faltava, no entanto, criar oportunidades claras. O ataque colorado era inofensivo. Faltava a presença de área de Alecsandro, que saiu machucado (Everton entrou em seu lugar e foi mal).
Coincidência ou não, quando Roth resolveu consertar seu erro e colocar Rafael Sóbis no lugar do Everton, o gol de empate saiu. E já teve participação de Sóbis, que começou a jogada. Mas o gol foi do talismã Giuliano. Quatro minutos depois, veio a virada.
Resultado muito justo, e o bi está pertíssimo. Essa taça tem mesmo que ir para o Beira-Rio. É o melhor time, o que mais merece. Mas ainda precisa jogar bola para conquista-la, até porque a equipe de Guadalajara não tem mais nada a perder e deve ser irresponsável no jogo decisivo. Todo cuidado é pouco.
Conceitos
Renan - PÉSSIMO: Falhou no gol do Chivas, e não passou a mínima confiança.
Nei - REGULAR: Teve sua parcela de culpa no gol do Chivas. No mais, a mesma garra de sempre.
Bolívar - ÓTIMO: Muito bem na defesa, foi à frente para fazer o gol da virada.
Índio - BOM: Não teve grandes problemas na zaga, e deu a assistência para o seu companheiro de zaga marcar.
Kleber - ÓTIMO: Foi a grande arma do Inter. Muito técnico, apoiou bem demais. Deu cada cruzamento preciso, que parecia ser com as mãos, inclusive o do primeiro gol. E ainda chegou na área para finalizar bem, como foi no início do jogo, com a bola na trave.
Sandro - BOM: Atento e firme na marcação.
Guiñazu - BOM: Correu demais e marcou com precisão. Muito bem na saída do campo de defesa para o ataque também.
Giuliano - BOM: Estava apagado, mas sua estrela brilhou novamente. Mesmo sem ser titular absoluto, é um dos principais nomes do Colorado na Libertadores.
D'Alessandro - BOM: Estava com tanta vontade que mostrou nervosismo em alguns momentos. Mas foi um importante. Além do cruzamento para o segundo gol, ditou o ritmo do time na etapa final, sobretudo após os gols.
Taison - REGULAR: Muita correria e só.
(Wilson Mathias) - SEM CONCEITO: Entrou depois dos 40 minutos.
Alecsandro - REGULAR: Mandou uma bola no travessão, mas estava apagado até sair contundido. O torcedor colorado o critica bastante, mas é um jogador importante, o cara que coloca a bola para dentro, e fez muita falta ao time.
(Everton) - PÉSSIMO: Não sabia o que fazer em campo. Parecia um cara que caiu de paraquedas no campo e tem que jogar bola de repente.
(Rafael Sóbis) - BOM: Ainda fora de ritmo, mas em pouco tempo produziu mais.
Téc: Celso Roth - BOM: Foi bem ao colocar o Giuliano na vaga do suspenso Tinga. Durante o jogo, não mexeu bem. Mesmo sem a condição ideal, o Rafael Sóbis é quem deveria ter entrado no lugar do Alecsandro. O lado bom é que ele soube consertar seu erro. Outro treinador poderia preferir não tirar o cara que colocou durante o jogo. E erros e acertos à parte, Roth é um grande profissional, muito competente e merece o título.
Direto da Redação
Redator: Pedro Silas
pedro_sccp@yahoo.com.br
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