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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Campeonato Brasileiro > Retrospectiva 2010

De 99% rebaixado a 100% campeão
* Fluminense coroa incrível recuperação em 2009 com título brasileiro após 26 anos

Uma das recuperações mais fantásticas que o futebol já viu foi coroada de uma forma perfeita. Depois de chegar a ser dado como 99% rebaixado em outubro de 2009, o Fluminense conseguiu uma reviravolta e se salvou da degola. Um ano depois, sob o comando do então tricampeão brasileiro Muricy Ramalho, o Tricolor coroou a belíssima volta por cima com um título brasileiro, que não conquistava há 26 anos.

O vice-campeão Cruzeiro, Corinthians e Grêmio se juntam a Internacional e Santos como classificados para a Copa Libertadores 2011. Enquanto isso, Atlético-PR, Botafogo, São Paulo, Palmeiras, Vasco, Ceará, Atlético-MG e Flamengo conseguiram vaga na Sul-Americana.

Na briga contra o rebaixamento, os grandes Flamengo e principalmente Atlético-MG chegaram a fazer parte, mas se salvaram antes mesmo da última rodada. Grêmio Prudente, Goiás, Guarani e Vitória são os quatro últimos e disputarão a Série B na próxima temporada.

Timão começa muito bem, mas Flu encosta

Com cinco vitórias nas sete primeiras rodadas, o Corinthians passou a parada de pouco mais de um mês da Copa do Mundo como líder. A grande surpresa, no entanto, foi o Ceará, que terminou a 7ª rodada empatado em pontos com o time paulista. Enquanto isso, o Fluminense era o terceiro.

Na volta do campeonato, os cearenses não sustentaram a campanha e caíram para 11º lugar ao fim do primeiro turno. Enquanto isso, o Tricolor carioca colou no Timão e passou a disputar palmo a palmo a liderança até o fim do primeiro turno. Aliás, o campeão simbólico do turno só foi conhecido em outubro, devido ao adiamento de um jogo do Corinthians contra o Vasco - o Flu terminou na frente.

Quem também encerrou o turno em alta foi o Cruzeiro de Montillo, que estreou na 14ª rodada, mas logo se tornou um dos grandes nomes do campeonato. A Raposa bateu o Palmeiras de virada por 3 a 2, em pleno Pacaembu, na 19ª rodada, e encostou no G-4.

G-4 tem mudanças; Trio se destaca

Por falar no grupo dos quatro primeiros, logo nas primeiras rodadas do returno, a Conmebol decidiu tirar uma vaga do Campeonato Brasileiro, passando a ser G-3. Enquanto isso, o trio Fluminense, Corinthians e Cruzeiro começava a se destacar e abrir vantagem na frente.

Botafogo e Atlético-PR chegaram a sonhar com título - o primeiro, inclusive, até a seis rodadas do inal -, mas nunca de forma efetiva. Para a alegria deles e de outros, a CBF conseguiu a volta do G-4, mas desde que um clube brasileiro não fosse campeão da Copa Sul-Americana.

Isso voltou a deixar a competição mais interessante e emocionante, já que o três primeiros continuavam a se destacar e mostrar um futebol superior aos demais. Tanto que, como se imaginava, eles conquistaram a vaga para a Libertadores sem grandes problemas.

Grêmio tem recuperação fantástica com Portaluppi

Brigando na parte de baixo da tabela, o Grêmio apostou em Renato (Gaúcho) Portaluppi, ídolo no clube como jogador, para reverter a situação. Em quatro meses, ele levou a equipe tricolor da zona de rebaixamento à 4ª colocação no Brasileirão, terminando o segundo turno como primeiro. Uma recuperação fantástica! Na rodada final uma importante vitória sobre o Botafogo, em confronto direto.

Com a mudança do G-4, uma coisa inusitada aconteceu: o Grêmio teve de torcer para o Independiente bater o Goiás na final da Sul-Americana para ir à Libertadores 2011, jogo que aconteceu três duas após o término do Brasileiro. Deu certo. Com vitória dos argentinos nos pênaltis, os gremistas comemoraram por todo o estado do Rio Grande do Sul como se fosse um título.

Polêmica com rivais

Na disputa pela taça na reta final, o então terceiro colocado Corinthians ultrapassou o Cruzeiro ao vencê-lo no Pacaembu, e ainda alcançou a liderança após tropeço inesperado do Fluminense em casa, para o Goiás. Faltando três rodadas para o fim, o Timão voltava a depender só das próprias forças depois de uma fase muito ruim, onde ficou sete partidas sem vencer.

Já o Fluminense tinha pela frente São Paulo e Palmeiras, dois rivais locais da equipe do Parque São Jorge, além do Guarani na última rodada. Surgiu, então, a grande a polêmica: os dois grandes paulistas, que não tinham mais objetivo no campeonato, iriam entregar para prejudicar o Timão?

Esse era o assunto mais discutido em todo lugar onde se falava do Campeonato Brasileiro. E a manifestação de boa parte dos são-paulinos e palmeirenses que compareceram ao estádio nos seus respectivos jogos, pedindo deliberadamente para que os times entregassem a vitória ao rival, com faixas (foto), gritos e até ameaças, aumentou ainda mais a polêmica.

Com entrega ou não, o fato é que o Flu acabou vencendo os dois desafios, e contou com tropeço do Alvinegro com o Vitória para colocar a mão na taça. Uma vitória de 1 a 0 em cima do Guarani, no Engenhão, confirmou a conquista do bicampeonato tricolor - com a unificação dos títulos semanas depois, o bi virou tri.

Herói: Darío Conca
Não é atoa que Muricy Ramalho diz que o custo-benefício de Conca é excelente. Eleito o craque do Brasileirão, o argentino conseguiu a façanha de jogar absolutamente todas as 38 rodadas do campeonato. E além de ter sido o rei das assistências (18), o meia terminou como vice-artilheiro da equipe carioca, com nove gols.

Vilão: Vanderlei Luxemburgo

Pentacampeão brasileiro, neste ano Luxemburgo passou longe de disputar o título. Pelo contrário, lutou para não cair nas duas equipes por onde passou (Atlético-MG e Flamengo). A situação pior foi pelo Galo, onde acumulou incríveis 15 derrotas em 24 jogos. Não por acaso, se Luxa fosse um time, teria sido rebaixado com apenas 33,3% de aproveitamento dos pontos.

Dia D: 20 de novembro
Faltando três rodadas para terminar o campeonato, o Fluminense precisava derrotar o São Paulo e torcer por tropeço do Corinthians, que enfrentava o Vitória, para voltar à liderança. E conseguiu. Com um 4 a 1 diante dos paulistas, o Tricolor carioca contou com um empate no Barradão para assumir a ponta. A partir daí, foram apenas mais duas vitórias para levantar o caneco.

Dia para ser esquecido: 10 de outubro
O Corinthians entrou o mês de outubro como o grande favorito à conquista do título, mas uma sequência de sete jogos sem vencer mudou completamente essa condição. E o pior tropeço foi, sem dúvida, o 4 a 3 para o Atlético-GO, em pleno Pacaembu. Na metade da etapa final, o Timão chegou a estar perdendo por 4 a 1, mas evitou vexame maior.

O número: 3
Com a unificação dos títulos, o Fluminense "ganhou" duas taças do principal torneio do país em menos de um mês, sagrando-se campeão brasileiro pela terceira vez: 1970, 1984 e 2010.


Comentário da Redação
Não precisa cair para mudar

O Internacional já havia nos mostrado uma volta por cima magnífica em poucos anos. A partir de 2002, quando se livrou do rebaixamento apenas na última rodada, o Colorado cresceu demais e passou a lutar somente por títulos. E em apenas oito anos, saiu do rebaixamento para conquistar a América duas vezes.

Agora o Fluminense, em curto prazo conseguiu uma recuperação ainda mais improvável em 2009 e concretizou a volta por cima com um belo título no ano seguinte. Isso prova que não é preciso cair para mudar, pelo contrário, é infinitamente mais fácil haver uma mudança estando na Série A.

Só não podemos falar do Tricolor carioca como um clube que mudou pois ainda há muito o que melhorar. Mas a conquista deste ano e a presença do exigente e vencedor Muricy Ramalho no comando técnico já é um grande começo.


Direto da Redação












Redator:
Pedro Silas

pedro_sccp@yahoo.com.br

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