Sem Adilson Batista e com Marcelo Martelotte no comando técnico, o Santos foi bem diferente dos últimos jogos apesar de ter conquistado um resultado que esta virando rotina: empate. Empate com sabor de derrota, diga-se de passagem, já que o Cerro Porteño chegou à igualdade no despertar da coruja, como diziam os antigos.
O resultado foi uma pena, porque o Peixe foi muito aplicado no jogo de ontem. Mesmo que não jogou bem mostrou raça e vontade e o time de Martelotte mostrou ter muita mais qualidade que o rival (o que é óbvio). Porém, o Santos perdeu (ou empatou) para o nervosismo no duelo pelo Grupo 5 da Libertadores nesta quarta-feira.
No primeiro tempo a coisa estava ainda pior, pois em dados momentos o Cerro chegou a ser melhor e criou chances de real perigo ao gol de Rafael. O Santos chegou algumas vezes também assustando os paraguaios. Mas o nervosismo era evidente. Zé Eduardo teve uma bola rolada com açúcar na pequena área e furou feio. Neymar era marcado de perto por 2 ou 3 adversários.
A pressão era mesmo grande no Caldeirão apesar de apenas pouco mais de 6 mil santistas estarem presentes na Vila - e espero que a diretoria tenha aprendido que jogo nenhum de primeira fase de Libertadores vale R$ 100.
Na etapa final, logo aos 10 minutos veio o alívio para a torcida e principalmente para os jogadores. Zé Eduardo foi derrubado pelo goleiro Barreto na área e o pênalti foi marcado. Elano cobrou bem e abriu o placar.
A partir daí o jogo santista fluiu mais, só que a equipe ainda falhava nas conclusões. Neymar, Léo e Jonathan (que fez o impossível) perderam gols feitos e o Santos não conseguiu definir a vitória. O Cerro quase não assustava, parecia até saber que o empate viria.
E veio, no último minuto de jogo. No abafa, Bareiro recebeu a bola dentro da área e foi infantilmente derrubado por Edu Dracena. Pênalti bem marcado e bola na rede.
A situação do grupo já é crítica para o Santos, pois a equipe perdeu pontos para o adversário mais fraco do grupo fora de casa e no primeiro jogo na Vila. Na teoria, o Peixe precisa de mais 9 dos 12 pontos em disputa no Grupo 5 para chegar à segunda fase. Mas antes de qualquer coisa, o time precisa voltar a jogar aquele futebol alegre que a torcida se acostumou a ver.
Conceitos
Rafael - BOM: Fez boas defesas em chutes de longa distância. Lembrando que choveu durante os 90 minutos de partida.
Jonathan - REGULAR: Está bem fora de forma. Teve a chance de matar o jogo nos pés, mas furou de forma bisonha.
Edu Dracena - PÉSSIMO: Fazia uma partida razoável, mas o pênalti bobo que fez no último lance do jogo complicou a atuação do capitão. E o problema é que não é a primeira vez que ele faz isso.
Durval - BOM: Muito bem no combate e nos desarmes.
Léo - ÓTIMO: Um dos melhores em campo. Impressionante o vigor físico do camisa 3 em 2011.
Danilo - ÓTIMO: Incrivelmente, foi o melhor em campo. Parece que nasceu para ser volante de marcação. Não deu boi para os meias paraguaios.
Rodrigo Possebon - BOM: Apesar de errar muitos passes, foi bem na marcação. A dupla de volantes santistas não deu moleza para o Iturbe (o tal do novo Messi).
(Adriano) - BOM: Entrou firme na marcação. Dessa vez não fez nenhuma bobagem.
Elano - REGULAR: Teve claramente mais vontade do que nas partidas anteriores, mas também não jogou bem. Pelo menos está mandando bem nas penalidades.
Diogo - REGULAR: Errou quase tudo que tentou e deixou a torcida do Santos irritada. Valeu pela raça e pelo passe no pênalti sofrido por Zé Love.
(Alex Sandro) - REGULAR: Entrou muito afoito. É bom de bola, mas estabanado.
Zé Eduardo - REGULAR: Outro que esteve mal. Tentou cavar uns 12 pênaltis. Pelo menos o juiz marcou o único que foi.
(Keirrison) - SEM CONCEITO: Jogou pouco.
Neymar - BOM: Chamou o jogo e deu uma pequena mostra do que sabe fazer em lances individuais. Foi marcado de perto o jogo inteiro pelos beques paraguaios, mas ele terá de conviver com isso cada dia mais.
Tec: Marcelo Martelotte - BOM: Acho que fez as substituições acertadas de acordo com as opções do banco. Infelizmente ele não tinha o Maikon Leite (machucado), que seria uma boa opção.
Foto: Reuters
Redator: Ricardo Pilat
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