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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Gringolaço > Real Madrid 0 x 2 Barcelona

Visão madrileña > Uma derrota quase irreversível
Por Rogério de Sá - alviroger@hotmail.com

Guerra. Essa é a palavra que definia bem o sentimento de Jose Mourinho, dos jogadores do real, e dos mais de 80 mil torcedores presentes no estádio, que levaram faixas de incentivo ao time escritas "Vivemos por Ti, Vença por nós", transformando o Santiago Bernabéu um verdadeiro caldeirão. Porém, parece que toda essa atmosfera não foi suficiente para empurrar o Real Madrid para o ataque.

José Mourinho não queria dar chance para o Barcelona, e entrou com a mesma formação dos últimos clássicos, com Cristiano Ronaldo no ataque, Dí Maria jogando nas costas do Daniel Alves e o luso-brasileiro Pepe de volante, com a clara intenção de congestionar a região do meio campo, que é o ponto forte do adversário.

E no primeiro tempo, o time do Real deixava o Barça ficar tocando a bola, e pressionava a partir do meio campo. Nesse espírito, Cristiano Ronaldo se mostrava dentro do jogo, pedindo para os companheiros subirem ao ataque junto com ele, para marcar a saída de bola do rival.

Com méritos, o time de Madri anulou os catalães na primeira etapa, forçando inúmeros erros de passe do adversário, mas, abdicou do jogo, apostando apenas nos lançamentos longos e bolas paradas.

Com a necessidade de fazer gols em casa, Jose Mourinho sacou Özil e colocou Adebayor, mas a tática de colocar o time para frente foi por água baixa quando Pepe foi expulso, com excesso de rigor, por uma solada em Daniel Alves.

Desde então, com um time nervoso, Cristiano Ronaldo omisso e Joée Mourinho sem mudar taticamente o time, o Real se tornou presa fácil de Messi, autor de dois gols que praticamente colocam o time azul-grená na final.

No fim das contas, o jogo foi uma lição para José Mourinho, que precisa entender que e um time recheado de estrelas e do porte do Real Madrid, não se pode dar o luxo de apenas ficar na defesa e catimbar o jogo inteiro. Agora é hora de colocar a cabeça no lugar e ir para Barcelona tentar o quase impossível.

Conceitos

Casillas - REGULAR: Não teve culpa nos gols
Arbeloa - REGULAR: Apenas defendeu, e quando o time precisou mudar o placar, não teve futebol para ajudar
Sérgio Ramos - BOM: Fez o que pode para segurar o ataque do Barça.
Albiol - BOM: Assim como Sérgio Ramos, segurou enquanto pode a equipe adversária
Marcelo - REGULAR: Estava bem defensivamente no jogo, até falhar na marcação do primeiro gol do Barcelona.
Pepe - PÉSSIMO: Improvisado como volante, tentava ajudar ofensivamente no primeiro tempo, mas acaba atrapalhando com seus lançamentos, e prejudicou a equipe ao ser expulso.
Diarra - PÉSSIMO: Não acrescentou nada ao meio campo do Real.
Xabi Alonso - REGULAR: Ficou escondido o jogo todo.
Özil - REGULAR: Dentro da proposta tática da equipe, fez o básico. Saiu no intervalo.
(Adebayor) - PÉSSIMO: Não acrescentou nada ao ataque do Real Madrid, e ainda merecia ser expulso por entrada em Busquets.
Cristiano Ronaldo - PÉSSIMO: Pela fama e habilidade que tem se espera muito mais do jogador. Ficou escondido entre os zagueiros do Barcelona, e em nenhum momento chamou a responsabilidade do jogo para si.
Di María - BOM: Jogou sozinho no ataque e impediu as jogadas do Daniel Alves.

Visão Catalã > Uma vitória do talento
Por Thiago Jacintho - thi.jacintho@gmail.com

Apesar do placar que pode até ser considerado elástico, dadas as circunstâncias do jogo, o Barça demorou pra conseguir furar o esquema defensivo do Real Madrid. Aliás, desde que Mourinho conseguiu um empate no jogo válido pelo Campeonato Espanhol jogando recuado, ele concluiu que essa é a única forma de parar o Barcelona.

Mas para isso dar certo, tem de estar com 11 contra 11 em campo. Alguns podem argumentar que no jogo do Espanhol, o Real chegou também a ter um jogador expulso, sair perdendo e empatar. Acontece que aquele gol saiu de um pênalti que não existiu nem lá, nem na China.

Malandragens à parte, o primeiro tempo do jogo de ontem em Madri foi recheado delas, ou pelo menos de tentativas. Muito truncado, o Barcelona foi quem ditou o ritmo do jogo fazendo seu tradicional e eficiente toque de bola.

Sem Iniesta machucado, Keita ficou incumbido da impossível missão de substituí-lo à altura. Mesmo tendo ido bem, o time catalão sentiu muito a falta de seu segundo homem de criação no meio de campo, função que ficou concentrada em Xavi.

Pedro saía mais da área para buscar o jogo e o Barcelona esperava mais um erro adversário pra poder marcar, do que tentando criar jogadas. O sempre ofensivo lateral-direito Daniel Alves ficou bastante preso atrás, muito em função da marcação de Marcelo, o lateral-esquerdo do Real.

Messi, marcado de perto por Pepe, nada conseguia fazer. Na verdade, nenhum dos times conseguia fazer nada. A maior prova disso foi que quem mais apareceu nos primeiros 45 minutos foram o volante-ator Busquets e o árbitro. Era um festival de simulação de agressão, e de exagero na sensação de dor quando a agressão existia.

Mesmo assim, um fato que acabou consolidado ao fim do jogo, já aparecia àquela altura: o domínio da posse de bola pelo time do Barcelona. Não lembro de ter visto a informação no primeiro tempo, mas logo no início do segundo, as estatísticas mostraram 71% de posse pro Barcelona e somente 29% pro Real Madrid. E o jogo era na casa dos merengues…

Falando em segundo tempo, foi nele que a situação se resolveu. E a solução veio depois de um ato de violência. O sempre maldoso e imprudente Pepe, que no momento da falta fatal estava atuando no meio ofensivo de seu time (ele é zagueiro de origem e ontem estava escalado como volante) deu uma entrada criminosa em Daniel Alves, que só não teve uma fratura séria porque, graças a Deus, seu pé não estava preso ao chão no momento do choque. Sem exagero algum, foi uma das faltas mais violentas que já vi no futebol. Sem exagero algum também, o árbitro acertadamente mandou o português pro chuveiro no ato.

Mal sabia o Real Madrid que ali começou seu sepultamento, que teve como coveiros, principalmente, dois jogadores: Afellay, que um pouco depois da expulsão de Pepe entrou no lugar de Pedro (que aliás, ao meu ver não jogaria nem no Guarani/SP) e Messi, o craque argentino. Psicologicamente, o jogo ficou totalmente à favor dos catalães. Só faltava o principal no futebol: o gol. E acabaram saindo dois.

O primeiro aos 22 minutos, após linda jogada de Afellay pela direita, Messi se antecipou o zagueiro e deu um toquinho na bola que passou debaixo das pernas de Casillas. Aos 31, o segundo. Messi recebeu na intermediária. Passou para Busquets e correu para receber. O volante-ator só ajeitou a bola para o argentino que correu com ela dominada em direção a área, livre de marcação. Com sua ágil perna esquerda cortou para a direita da área, se livrou de um, de dois, de três... na saída de Cassilas chutou de direita, no cantinho, e correu pro abraço.

Um golaço, histórico. Feliz de quem ama futebol e pode acompanhar um craque desse em ação. Feliz o Barcelona, que derrotou por dois gols de diferença o seu maior rival, em sua casa, na competição mais importante da Europa.

Do segundo gol em diante, restou ao mundo assistir nos últimos minutos, o que aconteceu nos primeiros: o toque de bola perfeito do Barcelona, o melhor time de futebol da atualidade, e certamente um dos melhores de todos os tempos.

Conceitos

Valdez – BOM: Não levou gol, mas praticamente não trabalhou. Leva esse conceito em homenagem à bela partida do seu time. 
Dani Alves – BOM: Mais preso na defesa, pouco ajudou no ataque, como é costumeiro. Sofreu a falta que mudou o jogo. 
Puyol – BOM: Seguro. É o líder do time. Segura as broncas na defesa e também quando precisa colocar uma pressão psicológica no juiz ou adversário. 
Piqué – BOM: Não teve muito trabalho. Também não se envolveu em muita polêmica. Aliás, o Cristiano Ronaldo, teoricamente o homem mais perigoso do Real, entrou em campo ontem? 
Mascherano – BOM: Marcou com a eficiência de sempre. Impõe respeito. Como bom argentino, catimba e provoca muito bem quando precisa. Isso ajuda em jogos desse porte… 
Busquets – REGULAR: Apesar de ter feito sem erro o que lhe foi mandado, não gosto das encenações constantes que ele faz. Ontem merecia o Oscar. 
Keita – BOM: Entrou pra impossível missão de substituir Iniesta à altura do talento deste e como se esperava, falhou nela. Porém, foi raçudo e brigador o tempo todo. E claro, como o restante do time, não errou um passe sequer, o que tem muita valia. 
Xavi – BOM: Incansável e insistente. Sentiu a falta de Iniesta, mas se virou como pôde. 
Pedro – PÉSSIMO: Como sempre, não fez nada. Perdeu um gol feito. Encenou demais no primeiro tempo. Quando foi substituído, o time melhorou muito. 
Messi – ÓTIMO: Vinha mal até Pepe, seu marcador ser expulso. Dali em diante conseguiu jogar. Até demais. Marcou os dois gols, sendo o segundo, um golaço 
Villa – REGULAR: Apareceu pouco no jogo. Finalizou algumas vezes com perigo e só. 
Afellay – ÓTIMO: Melhorou o time depois que entrou. Em poucos minutos, deu uma assistência pro primeiro gol de Messi e criou inúmeras jogadas. Merece a vaga de Pedro no time titular. 
Sergi – SEM CONCEITO: Jogou três minutos. Não conta.


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