Numa final com todos os ingredientes que um jogo desses merece, o Chelsea foi a Munique, encarou o Bayern, conseguiu segurar os donos da casa durante 90 minutos, mais prorrogação e nos pênaltis contou com a infelicidade do craque Bastian Schweinsteiger para finalmente soltar o grito de campeão da Uefa Champions League. Quem diria, que após anos de investimentos de Roman Abramovich, o título europeu viria numa temporada de poucos gastos.
O jogo durante o tempo normal foi muito amarrado. O Chelsea queria isso. Sem fazer a mesma retranca que deu certo contra o Barcelona, preferiu se defender bem e tentar o contra-ataque. Algumas vezes teve eficiência, mas foram poucas. Já o Bayern estava muito nervoso. O jogo com Robben, Müller, Ribery e Gomez não fluiu em momento algum.
Quem jogou muito bola foi justamente Schweinsteiger. E foi dele o lançamento preciso que Thomas Müller concluiu de cabeça para o gol, a queima-roupa, complicando a vida de Peter Cech. O Bayern abriu o placar aos 38 do segundo tempo, mesmo jogando mal, e diante da torcida bávara nada indicava que pudesse haver uma reviravolta. Mas ela houve!
Aos 44, o Chelsea fez um de seus únicos ataques da etapa final, mas foi mortal. Cobrança de escanteio na cabeça de Didier Drogba, que praticamente chutou a bola com o crânio. Neuer não segurou e a partida se igualou.
Na prorrogação, o Bayern teve mais uma chance para ganhar o título. Drogba, assim como diante do Barcelona, fez um pênalti bobo, dessa vez em Ribery. E assim como naquele jogo no Camp Nou Messi perdeu a cobrança, dessa vez foi Arjen Robben quem cobrou mal e parou nas mãos de Cech.
Ídolos
E os pênaltis decidiriam mais uma vez a Champions League. Curiosamente, as duas últimas finais europeias de Chelsea e Bayern haviam terminado assim. Mata perdeu logo a primeira cobrança e deixou o clima mais uma vez favorável ao time de Munique. Até Neuer cobrou pênalti e converteu, dando a entender que tudo se encaminhava para o pentacampeonato bávaro.
Mas o futebol não é tão simples assim de explicar. Olic perdeu a quarta cobrança e Schweinsteiger (foto), justamente o melhor jogador em campo durante os 120 minutos de bola rolando, mandou a bola na trave, ainda com desvio de Cech. Ali na trave bateu também o coração da torcida do Bayern, que tinha no camisa 31 um símbolo do clube.
E falando em ídolo, Didier Drogba teve a missão de fechar a série e com muita maestria converteu a penalidade, garantiu o primeiro título do Chelsea na UCL e entrou de vez para a história do clube, que finalmente tem argumentos para dizer que é grande.
Assim como foi grande Roberto Di Matteo, campeão europeu mesmo ocupando um cargo de técnico interino. Alguém arrisca tirá-lo agora? Lembro ainda de Frank Lampard, um ícones dessa fase vencedora do Chelsea e que ontem gastou a bola.
Deixo aqui também os parabéns aos dois brasileiros do Chelsea, David Luiz, que jogou muito e ainda marcou um gol na disputa de pênaltis, e Ramires, que estava suspenso na decisão, mas marcou aquele golaço diante do Barcelona e foi decisivo para essa campanha vencedora.
Fotos: AFP e Reuters
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* A coluna Gringolaço analisa os principais torneios e acontecimentos do futebol europeu.
Redator: Ricardo Pilat
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