por Ricardo Pilat - pilatportasio@gmail.com

O Timão está de parabéns pela vitória de ontem. Fez um jogo quase perfeito, com cara de campeão da Libertadores. Anotou um gol no primeiro tempo e depois jogou no erro santista, marcando muito forte e sem individualizar em jogadores específicos como Neymar (de quem falo mais adiante). Nas bolas que sobraram mais limpas no segundo tempo, lá estava Cássio para fechar o gol.
O único erro do Corinthians, na minha opinião, é a tendência eterna na era Tite de jogar no limite do resultado. Fez 1 a 0 e recuou muito, especialmente no segundo tempo. Tiros de meta, faltas e laterais eram cobrados depois de uma eternidade. Não acredito que fosse o momento de pensar tanto em segurar o resultado. Isso antes da expulsão do Sheik (justa, a meu ver), porque com um a menos essa tendência era natural.
Nada me faz crer que a postura será diferente no Pacaembu. Novamente veremos o Corinthians recuado e o Santos atacando, mesmo que desordenadamente como fez na Vila. Mas um gol santista já deixa tudo igual e pode complicar o esquema corintiano. Não é uma vantagem tão grande assim, ainda mais se tratando de um clássico.
E falando sobre a tal atuação do Santos especificamente, muitos dirão que o maior problema foi o mau futebol de Neymar. Não concordo 100%, mas passa por isso sim. Faz algumas partidas que o camisa 11 vem mal. E dessa vez não teve marcação específica como diante do Vélez, por exemplo. Faltou movimentação e atitude ao craque, mas já vimos esses atributos nele em outros jogos decisivos, por isso não é justo que o torcedor do Santos coloque a culpa nele. O time inteiro não se encaixou e ficou refém da marcação do Corinthians.
Quem jogou muita bola, quase solitário, foi PH Ganso. Ele surpreendeu a todos, atuou 90 minutos e não sentiu as dores após a cirurgia no joelho. Mas ele era um bom arco, sem flechas inspiradas para ajudar. O Corinthians tinha 10 jogadores marcando dentro da área ou na entrada dela, e estava difícil para que ele pudesse colocar algum atacante na cara do gol como costuma fazer.
Para o segundo jogo, acredito que Muricy deve arriscar a equipe com 3 atacantes, como fez na etapa final, quando o Santos melhorou e criou alguma coisa, mesmo que pouco. São as alternativas para tentar o que parece muito difícil... e é mesmo.
Conceitos
Rafael - REGULAR: Praticamente não participou do jogo. Era indefensável o chute do Emerson.
Henrique - PÉSSIMO: Não marcou ninguém (principalmente o Emerson, no lance do gol) e foi muito mal no apoio.
Edu Dracena - BOM: Muito guerreiro, lutou o tempo inteiro. Até na área se arriscou no final da partida.
Durval - BOM: Idem ao de cima. Quase marcou o gol de empate.
Juan - RUIM: Tentou ir ao ataque, se dedicou, mas estava errando tudo.
Arouca - BOM: Fazia uma boa partida, mas não aguentou fisicamente o ritmo e teve de ser substituído.
(Felipe Anderson) - PÉSSIMO: Jogou pouco mais de 10 minutos, o suficiente para lembrar a torcida do Santos que não dá para contar com ele.
Adriano - ÓTIMO: O melhor em campo pelo lado santista. Brigou durante os 90 minutos, se arriscou no ataque e merecia sorte melhor.
Elano - PÉSSIMO: Uma atuação digna de pena. Quem achou que ele já tinha se recuperado, deve ter mudado de ideia.
(Borges) - REGULAR: Sua entrada deu ao time mais alternativas de ataque, mesmo sem brilhar. Conseguiu algumas finalizações, mas sem sucesso.
PH Ganso - BOM: Nem parecia que fez uma cirurgia no joelho havia 19 dias. Jogou 90 minutos e tentou comandar um time que dava poucas opções a ele.
Neymar - PÉSSIMO: Errou tudo que tentou. Foi estático, burocrático e apático. Faz tempo que não joga bem e, não é coincidência, o Santos também não.
Alan Kardec - RUIM: Ficou sem função durante o jogo inteiro.
(Dimba) - SEM CONCEITO: Entrou nos acréscimos.
Tec.: Muricy Ramalho - REGULAR: Fez uma boa alteração no intervalo, o time melhorou, mas depois fez opções equivocadas. O Henrique não jogou nada e faltava um lateral mais incisivo. Mesmo não sendo craque, o Maranhão merecia entrar no jogo. Bem mais que o Felipe Anderson.
Visão corintiana > Time de Libertadores, Corinthians fica perto da final
por Pedro Silas - pedro_sccp@yahoo.com.br
Além de jogar em casa, com o apoio da Fiel e toda a atmosfera a favor, eu não consigo imaginar outra coisa que não seja a mesma postura do jogo de ontem. Ou seja, uma equipe solidária, se redobrando em campo, mostrando raça em cada dividida e marcando como se fosse o último jogo da vida de cada um.
O primeiro tempo foi perfeito. Uma aula de como esfriar o adversário e sua torcida. Marcação implacável, concentração total e uma frieza impressionante. E ficou do jeito que os visitantes queriam quando Emerson recebeu passe de Paulinho e teve a frieza já citada e muita categoria para acertar um chute raro, no ângulo. Um golaço histórico na Vila!
Jogando sem um atacante de referência, o meio-campo corintiano avançou a marcação e conseguiu ter espaço para trocar passes com tranquilidade. Um espaço, aliás, que poderia ter sido melhor aproveitado, como no lance do gol. Quem deveria ter feito o time chegar com mais perigo e fez justamente o contrário foi o Alex. Centralizado na frente, a bola passou muito pelos seus pés, mas o meia esteve abaixo tecnicamente e desperdiçou praticamente todos os ataques.
Precisando ganhar presença ofensiva, Muricy tirou Elano e colocou Borges no intervalo. Isso significava mais atenção de Ralf, Chicão, Castán e cia., porém, fatalmente sobraria mais espaço no meio-campo, sobretudo pelo lado esquerdo, de Emerson. E assim como no primeiro tempo, o atacante foi o protagonista da etapa final.
Primeiro, poderia ter definido o confronto, mas errou a passada e caiu no chão - alegou pênalti, mas não houve. Mais pra frente, deu entrada burra, completamente desnecessária, em Neymar e foi expulso (segundo amarelo). O campeão brasileiro já havia passado a jogar recuado desnecessariamente e, obviamente, abdicou do ataque por completo com um homem a menos.
Aos 37 minutos, a energia caiu na Vila, e quando voltou o Timão, recuado, esperava o apito final. A marcação continuou atenta e o que passou da defesa o gigante Cássio, que ainda não tomou gols na Libertadores, garantiu. Agora, basta o goleiro continuar invicto nos próximos 90 minutos de jogo para o Corinthians garantir a inédita vaga na final do torneio sul-americano. Falta pouco!
Conceitos
Cássio - ÓTIMO: Frio, passou confiança demais e fechou gol.
Alessandro - BOM: Não precisou marcar tanto o Neymar porque o santista não caiu por ali, mas jogou (marcou) direitinho o lateral-direito.
Chicão - BOM: Atuação segura do zagueiro.
Leandro Castán - ÓTIMO: Bem demais na marcação, posicionamento, saída de bola e até mesmo nas investidas ao ataque... o camisa 4, além de regularidade de alto nível, cresce em decisões.
Fábio Santos - BOM: Se doou o tempo inteiro e marcou muito bem. Ganhou confiança e cresceu muito o lateral-esquerdo desde que chegou ao Parque São Jorge.
Ralf - ÓTIMO: Deu suporte para a zaga e foi bem com a bola nos pés também.
Paulinho - ÓTIMO: O motor do time, como de costume. Bela arrancada e passe para o Sheik no gol.
Danilo - BOM: Não foi brilhante, mas jogou para o time. Ajudou a esfriar o jogo nos momentos certos.
Alex - RUIM: Teve espaço e não aproveitou. Matou os ataques que passaram pelos seus pés.
(Wallace) - SEM CONCEITO: Entrou depois do apagão para preencher mais o campo defensivo nos minutos finais.
Jorge Henrique - RUIM: Mais uma vez foi figura nula ofensivamente. Muitas trombadas e pouco futebol.
Émerson - ÓTIMO: Golaço e muita garra, acompanhando e voltando para marcar pelo lado esquerdo. Nem a expulsão mancha a belíssima atuação do Sheik. Vai fazer falta na volta.
Téc: Tite - ÓTIMO: Já o critiquei em muitos aspectos, mas o que falar dessa campanha e da brilhante vitória na Vila Belmiro? O Corinthians nunca foi tão... time de Libertadores!
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Discordo da análise do Alex e JH, poderia dizer que ambos foram regulares. Alex errou alguns passes mas se movimentou e abriu espaços, tanto que no gol do Sheik ele puxou a marcação consigo deixando ainda mais espaço pra chegada e passe do Paulinho. E o Jorge Henrique ajudou o Alessandro na marcação pelo lado direito.
ResponderExcluirAmbos colaboraram para o time mesmo, como não poderia ser diferente. O "REGULAR" até cabia, mas optei pelo RUIM porque acho que as poucas coisas boas que o Alex fez não compensaram as que errou. Sempre com aquele corte manjado para o lado esquerdo, desperdiçou ataques que poderiam ter definido a vaga na final. Travou demais a equipe.
ResponderExcluirO Jorge Henrique marcou como de costume, correu muito, se doou... porém, foi completamente inócuo ofensivamente. Não cria absolutamente nada, irrita muito. Não teve uma boa chegada no ataque. Mas merece um "REGULAR" mais que o Alex, já que o meia tem a OBRIGAÇÃO de criar, e não o fez. O JH cumpriu melhor seu papel, mas ainda foi pouco, na minha opinião.