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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Futebol de Salto Alto > De grão em grão a galinha enche o papo

A noite da última quarta-feira foi histórica. O segundo jogo da semifinal da Libertadores entre Santos e Corinthians mostra que o futebol é sempre uma caixinha de surpresas. O Santos, com jogadores renomados e por não dizer “famosinhos”, entrou em campo esperando que suas vitórias emblemáticas pudessem assustar seus adversários. O Corinthians tinha a vantagem de um gol, mas seu grande estímulo (jogando em casa) foi a maior e fiel torcida.

A partida me surpreendeu e muito, não vi brigas entre jogadores, nem desafetos entre técnicos e juízes. Contemplei uma partida de luta e garra de ambos, tratando-se de dois excelentes times, não poderia ser diferente mesmo. Porém, um deles voltaria pra casa, desmoralizado de alguma forma, afinal tratava-se de uma classificação para a final da Libertadores, isso tem peso, não só pelo vencedor representar o Brasil contra outro time latino, mas pelo jogo de vaidade e ego entre quem ganha e quem perde.

O Santos se apresentou de azul claro e o time adversário com seu tradicional uniforme preto e branco, apenas dois personagens não mudam nunca, o técnico Tite, goticamente de preto, e o goleiro Cássio todo de amarelo e a faixa preta no cabelo.

Ainda me pergunto se vale mesmo iniciar um jogo com o hino nacional. É previsível que 70% dos jogadores não o cantarão, ainda não descobri se eles não honram o país que é apaixonado por futebol e que engordam seus bolsos, ou se não sabem mesmo a letra e preferem não arriscar, de qualquer maneira não tem lógica tocá-lo, o hino não faz mais sentido para muitos brasileiros, principalmente em noites de partidas decisivas.

Vamos ao jogo. Nos dez minutos do primeiro tempo assisti um lance digno de futebol europeu. Com uma velocidade impressionante, os jogadores Jorge Henrique e Danilo driblaram os jogadores do Santos por quase meio campo e quase fizeram um gol! Quase, não fosse o Willian ter freado a bola que seus colegas suaram para lhe passar. Bastou para a torcida do Corinthians vibrar, cantar e gritar o gostoso “olé” em cada bola tirada dos pés dos adversários.

O mais irritante foi o juiz! Qualquer lance bobo o cara apitava e isso, além de paralisar a partida, tirou a velocidade das equipes que tiveram que parar a cada sinal daquele apito chato.

Mesmo sendo donos dos melhores lances, os corintianos sofreram um gol aos trinta e cinco minutos. O menino Neymar botou a bola pra dentro e a torcida santista vibrou e cantou também, revelando que não se intimidaram com a torcida contra, que era a maioria.  Até o último minuto do primeiro tempo o Corinthians tentou, mas o placar fechou em 1 a 0 para o Santos. E se não houvesse nenhum outro gol, os times decidiriam nos pênaltis.

O segundo tempo começou quente. Aos dois minutos, numa cobrança de falta, Danilo empatou o jogo, e o melhor foi a cena de uma criança corintiana olhando o céu e agradecendo a benção que seu time acabara de ganhar. Mas, para estragar a imagem, fui obrigada a ver o Adriano, do Santos, saltando em cima de um gândula que demorou para entregar a bola. Entendo que o “repositor de bolas” não pode demorar ou segurar o jogo, mas nada, nada mesmo, justifica a ação do jogador, ficou feio e tive a impressão de que ele precisava descontar o nervosismo em alguém. O juiz não estava tão chatinho no segundo tempo, mas este lance merecia um cartão amarelo. Aliás, nenhuma equipe foi advertida com cartão neste jogo.

Enfim, seria injustiça da minha parte dizer que o Santos jogou mal no segundo tempo, pelo contrário, mas como diria Carlos Drummond de Andrade, “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”, e a muralha era o homem elástico Cássio, que defendeu bolas que eu pensei que ele não fosse pegar. Ele mostrou que veio pra ficar, afinal tem salvado o time de tragédias e vergonhas que o antigo goleiro, Júlio César, não conseguiu evitar.

A partida era mesmo do Corinthians, jogaram com vontade e em equipe, mostraram cumplicidade e defenderam a camisa em todos os jogos e revelando ao Brasil que podem conquistar o título que lhe cobram tanto. Parabéns Tite, parabéns bando de loucos.

E vocês, meninos da Vila, boa viagem, a baixada santista lhes espera.

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* Esqueça esquemas táticos, jogadas ensaiadas e análises de impedimento. A coluna Futebol de Salto Alto é a visão feminina e irreverente do esporte que é a paixão nacional.

Redatora: Tatiana Andrade

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