Dançamos o "fardo". Sim, o fardo. Em uma alusão
ao fado, típica dança portuguesa, e, em homenagem à origem dos nossos
adversários, eu afirmo: dançamos o fardo. O fardo de termos uma
personalidade em casa e outra fora de casa.
O São Paulo é
impressionantemente um time bipolar. Se joga no Morumbi, é capaz de dar
um show, tamanha a confiança apresentada. Já se joga fora de casa,
parece uma criança indefesa, que não ameaça o adversário uma vez sequer,
tanto é que, até então, o time só conseguiu duas vitórias longe dos seus domínios,
sendo que a única vitória fora do estado foi contra o Cruzeiro, no agora
longíquo primeiro turno.
Com a cabeça totalmente fria, analisar o
jogo deste sábado é tarefa ainda mais fácil do que foi imediatamente
após a tranquila vitória contra os lusitanos.
Nos cinco primeiros
minutos de jogo, o São Paulo aplicou a chamada blitz, encurralando a
Portuguesa em seu campo de defesa. Até o primeiro gol sair, justamente
aos cinco, a Lusa não conseguiu sair da condição de presa do time
tricolor. O gol de Osvaldo não só comprova esse fato, como a jogada
inteira de Lucas, e depois o complemento de Luis Fabiano, sustentam que o
corpo dos jogadores da Portuguesa até estavam no Morumbi, mas a alma…
O jogo só não se resolveu no primeiro tempo porque o excesso de
preciosismo não deixou, e depois porque a trapalhada do desengonçado
Toloi atrapalhou. Bruno Mineiro, sozinho, empatou a partida.
Na
volta do intervalo o time entrou ainda um pouco receoso de
contra-ataques, mas conforme constatou que os visitantes só iam se
defender, foi ficando mais ousado e aos 13 da segunda etapa, Cortez, que
ontem estava surpreendentemente confiante, desviou chute de Lucas e
recolocou o Tricolor do Morumbi à frente.
Mais adiante, o toque de
bola envolvente do time da casa colocou os lusos na roda e, aos 31, Luis
Fabiano deixou o seu, voltou ao posto de artilheiro do campeonato e deu
números finais à partida.
A torcida agora é para que o time aja assim também fora de casa.
Não existe bicho-papão para quem é confiante.
Conceitos
Rogério Ceni – REGULAR: Na única vez que foi exigido, foi vazado.
Wellington – REGULAR: Estava improvisado na lateral-direita, e como é
volante, ficou mais preso. Atuação discreta, porém, sem falhas.
Rhodolfo – BOM: Sem falhas, o que, diante dos gols que temos levado, já é muito.
Rafael Toloi – REGULAR: Posicionou-se bem no geral, apesar de errar
pela segunda vez seguida em um gol do adversário, dessa vez, de forma
bizarra.
Cortez – BOM: Ousado, subiu para o ataque mais vezes,
algumas indo até a linha de fundo (o que deveria ser praxe). Fez um gol
de puro oportunismo.
Denílson – REGULAR: Não foi muito exigido. Marcou sem violência.
Maicon – REGULAR: Outro que foi bastante discreto.
(Cícero) – SEM CONCEITO: Entrou no fim.
Jadson – REGULAR: Ficou mais contido na função de meia, sem aparecer muito.
(Paulo Assunção) – SEM CONCEITO: Fez pouco para ser conceituado.
Lucas – ÓTIMO: Participou efetivamente dos três gols do jogo. Melhor em campo.
Osvaldo – ÓTIMO: Fez o primeiro gol e deu trabalho para os defensores da Lusa.
(Casemiro) – REGULAR: Só cumpriu a função que lhe foi incumbida.
Luis Fabiano – BOM: Fez o seu e esteve bem posicionado em outros lances. Voltou ao posto de artilheiro do campeonato.
Téc. Ney Franco – BOM: Foi ousado em colocar o time com três atacantes,
porém, não consegui enxergar a vitória ter vindo por causa disso, mas
sim, por qualidade dos jogadores, principalmente o Lucas.
Foto: VIPCOMM
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* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.
Por Thiago Jacintho | thi.jacintho@gmail.com
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