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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Futebol de Salto Alto > Minha moral em preto e branco

Adoro dormir até tarde, principalmente aos domingos, mas na manhã do último domingo tudo isso não passou de um sonho. Afinal tratava-se da final do Mundial entre Corinthians e Chelsea. E fui obrigada a sair do meu cafofo quentinho por causa do excesso de fogos, da gritaria na rua e, infelizmente, da algazarra dentro da minha própria casa.

Sou a única palmeirense daquele lar, ou seja, dá pra imaginar o meu ânimo ao acordar às 08h30 (no único dia que se pode dormir até sentir o cheiro do almoço no fogão) com essa farra alheia por causa de um “joguinho”, ... só que não, para uma nação aquilo era o fim ou começo de um novo mundo.

Não falarei dos lances do jogo, afinal o Pedro Silas já o fez com excelência, mas expressarei tudo que observei sobre as ações, sentimentos e emoções de alguns corintianos que presenciei.

Confesso que liguei a televisão do meu quarto porque queria assistir o jogo sem os berros dos meus irmãos e da minha mãe, afinal eu era a única ali que torcia contra. Nem sabia de onde era o tal time do Chelsea, eles podiam vir de Marte, tanto faz, eu contava que ganhariam do Corinthians.

Não foi o que aconteceu. O time inglês perdeu de um gol, perderam o mundial, perderam a moral e percebi que diante dos fogos, choros e urros da galera nas ruas e dentro de casa, eu também perdia a minha moral, porque foi ali, diante daquele cenário inimaginável que me perguntei o que eu e tantos outros tínhamos contra aquele time que lutou tanto, venceu diversos campeonatos este ano e calou a boca de tantos, como eu.

O Corinthians é (e sempre será) aquele time que traduz amor e ódio. Nós, os antis, sempre aplicaremos piadinhas desonestas com os fieis torcedores, daquelas que sempre englobarão falta de educação, nível social, religião e até suas orientações sexuais. Veja bem, caro leitor, deixemos nossos juízos de valores de lado, estou dizendo que sempre usaremos isso, mas sabemos que todos o fazem com qualquer time.

Mas o que nós, antis, jamais conseguiremos é fazer com que um corintiano deixe de amar seu time. Nada, por mais que provemos (em matérias impressas, vídeos, áudios, etc) fará com que um torcedor se iluda com aquilo que está enraizado em sua vida e em sua história. É exatamente isso que torna esse time branco e preto tão odiado e amado, pois nada muda, o amor deles é inatingível.

É claro que não posso só florear toda essa história porque venceram este campeonato tão importante, principalmente para eles, que já ganharam o mesmo campeonato de uma forma bastante questionada pelos outros times brasileiros. Enfim, não podemos esquecer das destruições em aeroporto, avenidas, comércios, etc. Ok, outros times também fizeram. Concordo, ainda que em menor proporção, vandalismo é sempre vandalismo.

Mas deixarei meu orgulho de lado e admitirei: queria ter o mesmo amor, a mesma lealdade e o mesmo orgulho que os corintianos têm por seu time. Ainda que não ganhem absolutamente um tostão com este futebol, que acaba mascarando tantas mazelas e deficiências sociais, é com este time que conseguem expressar que o amor ainda existe, que é latente e que todo corintiano é fiel e, agora, realizado.

Parabéns, mas agora me deixem dormir em paz. Obrigada!

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* Esqueça esquemas táticos, jogadas ensaiadas e análises de impedimento. A coluna Futebol de Salto Alto é uma visão feminina e irreverente do esporte que é a paixão nacional.

por Tatiana Andrade
| @tatiana.andrad

Um comentário:

  1. Rsrs ... a última frase precisa ser antipática né Tá?! Porém, escreveu bem na maior parte do texto sobre a essência corinthiana ;)Beijão

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