O jogo deste domingo no Morumbi, válido pelas quartas-de-final do Chatistinha, foi marcante. Para
começar, o uniforme do São Paulo, principalmente a camisa: uma das
camisas mais feias da história do futebol mundial, não tenho dúvida. A
única coisa que superou-a em feiúra no primeiro tempo foi o jogo.
O
Penapolense entrou totalmente recuado, colocando os onze jogadores no
campo de defesa, enquanto o Tricolor tocava a bola naquele jeitão dele,
devagar, esperando alguém do adversário dar uma brecha - algo que
evidente nunca aconteceu e não aconteceria em um jogo de mata-mata. As
emoções na primeira etapa foram poucas, fato comprovado por eu ter
jogado Super Trunfo com meu sobrinho Kauã durante boa parte dela.
Quando
os quinze minutos do intervalo se passaram e as esquadras voltaram para
o segundo tempo é que o caldo ferveu. O time de Penápolis veio com uma
proposta totalmente diferente da apresentada nos 45 minutos iniciais,
talvez por perceber que os donos da casa estavam soberbos, achando que
resolveriam quando quisessem. E era isso mesmo que o São Paulo
demonstrava.
A ousadia do adversário acordou o mandante, que passou a
se movimentar mais, principalmente com Osvaldo pela esquerda e Ganso
regendo o time pelo meio com passes desconcertantes, que certamente
fizeram Pilatos (nosso editor) se remover de inveja na zona norte de São Paulo. Chupa
Pilatos!
O Penapolense, porém, não deixava barato. Cada ataque era um
susto. Chegaram inclusive a fazer um gol, mas o atacante estava
impedido. Guaru, Silvinho e o lateral-esquerdo Rodrigo Biro incomodaram
bastante.
Porém, nós temos Osvaldo, também conhecido como Cristiano
Osvaldo, o arretado, o cabra da peste do Morumbi! Insistente, o camisa
17 tentava sua jogada clássica pela ponta esquerda, mas sempre na hora H
algum zagueiro cortava ou o cruzamento saía ruim.
Até que quase na
metade do segundo tempo, quando a angústia já se apossava do torcedor,
Osvaldo conseguiu na raça pura passar pelo lateral-direito adversário e
cruzou. Jailton, no primeiro pau, foi desviar para fora mas mandou a
bola para o fundo da sua própria rede, deixando com cara anal o goleiro
Marcelo, que hoje fez mais cera que ouvido de neném...
Logo após o
gol o São Paulo criou mais algumas boas chances, mas nos 15 minutos
finais relaxou de novo e o Penapolense resolveu que era hora de testar
nossa saúde. Sérgio Motta, revelado nas categorias de base do Morumbi,
fez com que Rogério fizesse um milagre, provavelmente a defesa mais
difícil do final de semana, já aos 43 do segundo tempo. Olha, acho que
se levássemos o empate àquela altura, não faríamos outro e não sei se o
resultado final seria de vitória nos pênaltis.
Ganhamos, com uma boa dose de
sorte. Sorte essa que não seria necessária se o time não tivesse dado
sopa para o azar. São Paulo, é o seguinte: seriedade, porra! Sempre!
Conceitos
Rogério Ceni - ÓTIMO: Fez um milagre. Sem mais.
Paulo Miranda - RUIM: Parecia desconcentrado. Erros bobos em jogadas simples corroboram isso.
(Rodrigo Caio) - SEM CONCEITO: Jogou 10 minutos.
Rafael Tolói - BOM: Foi muito bem na cobertura. Parece que se entrosou com o Lucimar.
Lucio - BOM: Teve um bom desempenho também, sem falhas e ainda ajudando o ataque.
Carleto
- BOM: Raçudo, voluntarioso e gosta de arriscar de longe, algo que, não
sei porque, caiu em desuso no futebol brasileiro.
Wellington - REGULAR: Foi substituído e saiu vaiado, mas sinceramente, eu não acho que ele foi tão mal assim hoje.
(Douglas) - RUIM: Sempre erra o último passe. O Ney Franco confia muito nele e eu não entendo o porquê.
Denílson - ÓTIMO: Jogou muito! Até armou jogadas e seguindo Carleto, arriscou algumas de longe.
Jadson - RUIM: Apagado. Se movimentou pouco e não criou nada. Me pareceu inibido com a presença do Ganso.
(João
Schimidt) - SEM CONCEITO: Jogou 8 minutos, mas até faço um adendo:
mostrou frieza nos momentos tensos do final do jogo e isso é ótimo.
Ganso - ÓTIMO: Os passes que esse cara dá são geniais, desconcertantes. Regeu o time e ainda marcou muito bem.
Osvaldo
- ÓTIMO: Como sempre, decidiu. Incansável. Quero saber qual a dieta e
treino desse cara, porque, porra, corre o jogo inteiro e consegue dar
piques aos 48 do segundo tempo!
Luis Fabiano - REGULAR: Meio sumido. Se movimentou pouco. Ainda assim, meteu duas na trave.
Téc. Ney
Franco - BOM: Montou o time que todos achamos ideal. Acho que erra ao
insitir com o Douglas na função de meia-atacante / ponta. Acho que
acerta ao não deixar nem no banco os senhores Fabrício, Cortez e Cañete,
que foram muito insolentes no último jogo. É isso aí, tem que mostrar
quem manda.
Camisa vermelha - PÉSSIMA: Grotesca.
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* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.
Por Thiago Jacintho
| thi.jacintho@gmail.com
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