Mudou!

O Redação do Esporte mudou de hospedagem! Acesse nosso conteúdo atualizado em: www.redacaoesporte.com.br

sábado, 18 de maio de 2013

Esquadrão de Ouro > Menos do mesmo

Por Thiago Jacintho | thi.jacintho@gmail.com

Foi como o tempo decorrido entre a autorização do árbitro, a corrida do jogador e a batida na bola posicionada na marca da cal dentro da área. Expectativa total e absoluta de ouvir um único nome. Não qualquer nome e não com qualquer letra. Um nome que já encantou Paris, Barcelona, Milão e torcedores do mundo todo. A letra “R”, tão enfatizada pelos locutores de TV que já gritaram muitos “Ronaldo”, “Rivaldo”, “Roberto Carlos”. Ronaldinho. Ou Ronaldinho Gaúcho para os mais tradicionais. Cadê o nome dele?

Não houve.

O que houve foi a hesitação. Depois o questionamento, seguido de imediato pela incredulidade e finalmente o riso. Alguns de deboche, outros de satisfação, mas certamente todos de perplexidade. O principal jogador brasileiro em atividade no Brasil no momento não foi convocado para a principal competição entre seleções do ano, uma prévia da Copa do Mundo.

O mesmo sujeito que no domingo, junto aos seus companheiros do muito bem encaixado Atlético Mineiro, massacrou o maior rival na final do campeonato estadual. O mesmo sujeito que há menos de uma semana comandava o atropelamento que o São Paulo sofreu na Libertadores.

O “mesmo” foi o que não levou Ronaldinho à Copa das Confederações: por não ser o mesmo. Ronaldinho Gaúcho nunca repetiu na seleção as atuações que tinha nos clubes que jogava. Exceto por dois lampejos de genialidade contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 2002, o atual camisa 10 do Galo nunca justificou sua fama de jogador decisivo com a camisa amarelinha. Isto é um fato e ninguém pode contestar.

O torcedor também não pode dizer que Felipão não deu chances. Deu, sim, e deu muitas, diante do contexto e da atual safra de talentos nacional. A principal – e última – foi no último amistoso do Brasil, contra o Chile. Ronaldinho foi convocado com louvores, foi titular e capitão, era para ser o maestro, o protagonista. Não foi nem um, nem outro. Sequer chegou perto de ser.

E isso aconteceu em todos os outros seis jogos do Brasil em 2002. Em todos os cinco jogos do Brasil na Copa de 2006. Em 2010 ele nem foi convocado. Não é coincidência ou implicância.

Aconteceu em Copa América, das Confederações, amistoso. É notório que ele sente o peso de ser o regente de um país inteiro. Ele se intimida e se apaga.

Na verdade, não é que Ronaldinho não foi convocado. Ele riscou seu próprio nome da lista.
Bernard, seu companheiro de clube, e a nova safra de talentos brasileiros agradecem. Sinceramente? Eu também.

Pontos positivos e negativos da convocação
por Helder Rivas | lendasdabola.blogspot.com.br | @LendasDaBola

Pontos positivos: a coerência. Felipão quer formar sua nova “família Scolari” e provavelmente levará até o fim seus homens de confiança. Sua base, a famosa “espinha dorsal” não foge de suas condições. Do anteriormente contestado Julio Cesar até seu goleador Fred, ele chamou muitos daqueles que já vinham sendo convocados por Mano Menezes e em quem ele confiou desde seu primeiro jogo, mesmo com os recentes resultados não muitos bons nos amistosos. A ausência de Ramirez, que por enquanto especula-se ter sido justificada por algum problema extra campo prova isso o quanto ele confia no grupo. O mesmo vale para Ronaldinho e Kaká, veteranos que muitos vinham pedindo na seleção. Ambos tiveram suas chances e não as aproveitaram. Paciência.

Negativos: a mesma coerência que às vezes se transforma em teimosia e que todos já conhecem de longa data. Muitos se apegam ao histórico não muito bom de Ronaldinho com a seleção (salvo em 2002 quando se destacou sob o comando do mesmo Felipão), mas ao contrário de Kaká, o Gaúcho vive uma fase espetacular comandando o Atlético Mineiro. Uma fase que salvos o volante Paulinho do Corinthians e os zagueiros Thiago Silva e David Luiz, ninguém mais vive no momento. Nem mesmo a grande estrela do time, Neymar, está tão em paz consigo mesmo como Ronaldinho Gaúcho.

Outro ponto negativo se encontra na lateral direita, onde ao invés de convocar alguém do ofício, preferiu apostar em um volante improvisado. Jean vem jogando bem como volante no Fluminense há muito tempo, e como lateral apesar de nunca comprometer a equipe, nem mesmo na época do São Paulo, não se mostra como uma grande opção para a posição. Marcos Rocha do Galo poderia ter uma chance principalmente por ser jovem, seria uma bela oportunidade de se ganhar experiência e prepará-lo para o futuro.

No final, não há muito do que se reclamar dessa convocação. Ela foi coerente e bateu com o que se esperava e como citado mais acima, conhecemos muito bem o técnico Felipão e sabemos o quanto ele valoriza suas convicções. Agora só nos resta torcer e ver no que vai dar nessa Copa das Confederações.

____________________________________

* A coluna Esquadrão de Ouro analisa as novidades da seleção mais vitoriosa da história do futebol.


Direto da Redação
| redacao_esporte@hotmail.com | @redacaoesporte

Nenhum comentário:

Postar um comentário