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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Comentário da Redação > Espanha (7) 0 x 0 (6) Itália

Visão espanhola > Assim não dá
por Dhiego Vicario | dhiegovicario@hotmail.com


A Espanha está na final. Derrotou a Itália, nos pênaltis, e decidirá a Copa das Confederações diante da seleção brasileira. Porém, quem esperava facilidade e um placar dilatado, como na decisão da Eurocopa de 2012, se enganou.

Em um jogo aberto, com chances para ambos os lados, se teve uma seleção que chegou mais perto do gol e que merecia sair de campo classificada, foi a italiana. A equipe de Buffon, Pirlo e companhia conseguiu anular as principais jogadas da Fúria e em contra-ataques rápidos chegava com muito perigo.

Os espanhóis não pareciam espanhóis. Até tiveram a maior posse de bola, trocaram passes, mas muito longe daquele time que encantou o mundo. Se realmente houve aquela baguncinha marota no hotel (se é que me entendem) envolvendo os jogadores da Espanha, não saberemos, mas que os jogadores pareciam um tanto cansados, ah, pareciam!

Para ter uma noção do baixo rendimento da Fúria na partida de hoje, a chance mais clara de gol da equipe veio dos pés de Fernando Torres. Não, não é piada. Ainda no primeiro tempo, o centroavante do Chelsea limpou o zagueiro de maneira genial – o que é de se estranhar, vindo dele – e finalizou pra fora.

Sinceramente, desde o início do torneio, estava convicto do título espanhol nessa edição da Copa das Confederações. Mas, após a atuação de hoje, tenho lá minhas dúvidas. Se a seleção brasileira tiver metade das chances que a Itália teve, não vai dar para a Fúria.

Conceitos


Casillas – BOM: Foi bem quando exigido, embora a postura nos pênaltis tenha sido estranha.
Arbeloa – RUIM: Não se encontrou na marcação e mal apareceu no apoio ao ataque.
Piqué – RUIM: Muito mal na marcação. Acho que estava mais preocupado com a presença da Shakira na arquibancada.
Sergio Ramos – REGULAR: Assim como o sistema defensivo inteiro, deu muitas brechas ao ataque italiano.
Alba – PÉSSIMO – Levou um baile de Maggio o jogo inteiro. Muito mal na marcação e nos avanços ao ataque.
Busquets – BOM: Não comprometeu na marcação e era o desafogo quando Iniesta e Xavi estavam bem marcados
Xavi – REGULAR: Não foi genial, como se espera, mas levou perigo em alguns lances.
Iniesta – BOM: Disparado o jogador espanhol mais aceso na partida. A equipe só aparecia com perigo, quando a bola passava pelos pés dele.
Pedro – RUIM: Completamente perdido, errando lances simples.
(Mata) – REGULAR: Se apresentou para o jogo, porém sem muito sucesso.
David Silva – RUIM: Errou muitos passes e parecia perdido pelo lado esquerdo.
(Jesús Navas) – BOM: Entrou bem, se apresentando para as jogadas pelo lado direito e bateu muito bem o pênalti que classificou sua seleção para a final.
Fernando Torres – BOM: Hoje foi bem. Hoje.
(Javi Martínez) – REGULAR: Quando acionado, fez o simples e não comprometeu.
Téc: Vicente Del Bosque – REGULAR: Eu não escalaria a equipe dessa maneira, porém, foi bem em duas das alterações.

Visão italiana > E foi por muito pouco....
por Helder Rivas | lendasdabola.blogspot.com.br | @LendasDaBola

É rapaz, para aqueles que juravam de pés juntos que a Espanha golearia a Itália novamente, a Azzura mostrou que a Roja não é tão “invencível” quanto parece e que é possível neutralizá-los. Mostraram também que não se pode desrespeitar ou esnobar uma camisa tão tradicional como aquela azul antes de uma partida. E principalmente mostraram o quanto precisam treinar mais finalizações...

Jogando com grande parte da torcida ao seu favor, a Itália iniciou o jogo apenas observando e esperando a movimentação do seu adversário. Com seu já nominado “tik taka”, a Espanha dominou a partida por quase 15 minutos após o inicio. E os italianos, não querendo repetir o vexame da final da última Eurocopa, resolveram se armar de seu bom e velho estilo “Catenaccio”, a famosa (e lendária) formação 9-1-0. Eis que após esse 1/3 de tempo, um contra ataque perigoso assustou a meta de Iker Casillas que em seguida, ao tentar repor a bola, viu-se na necessidade de usar do famoso chutão, numa tentativa de ligação direta com o ataque. Algo que ele não costuma fazer. E por quê? Porque de súbito, além de Gilardino, outros três jogadores italianos pressionavam sua saída de bola. Pronto, isso foi o bastante para fazer a Espanha se perder.

Pela primeira vez em muito tempo, a Fúria viu sua posse de bola se tornar infrutífera. O sistema imposto por Cesare Prandelli conseguiu isso graças ao empenho de todos os jogadores que, salvo o centroavante Gilardino, congestionavam o meio de campo e limitavam a movimentação espanhola, o que os obrigava a jogar pelas pontas. Pontas que também foram pouco eficazes. O revezamento perfeito entre ataque-defesa de Maggio e Candreva impediu as subidas do lateral Jordi Alba e o desnorteavam na marcação. Pela esquerda, Chiellini fez grande partida marcando Pedro, que na tentativa de se livrar dessa marcação, tentava se infiltrar pelo meio, mas acabava desarmado por Bonucci. Falando em Maggio, o ala italiano teve a chance de matar o jogo em duas oportunidades, mas parou em grandes defesas de Casillas. Outro destaque fica pela participação de Giaccherini no ataque. Um dos melhores em campo, também fez o goleiro do Real Madrid trabalhar e ainda lhe assustou com uma bomba que explodiu na trave.

No segundo tempo, Prandelli promoveu a volta do anteriormente lesionado Montolivo no lugar de Barzagli, deslocando o volante De Rossi para a defesa como 3º zagueiro, mas que melhorava a saída de bola da defesa italiana. O camisa 18 deu maior criatividade ao meio de campo da Azzura, uma vez que o maestro Pirlo estava mais empenhado na defesa e com pouca liberdade de movimento, e criou boas oportunidades que foram ou desperdiçadas por seus companheiros. Aquilani entrou nos minutos finais, mas não contribuiu para uma melhora efetiva a curto prazo (e nem a longo, convenhamos...). Mas o jogo ficou no zero.

Já na prorrogação a Itália começou a sentir os efeitos de sua estratégia e da temperatura alta de Fortaleza. O desgaste físico era notório nos atletas de ambos os times, mas os italianos demonstravam mais. Numa tentativa de mudar isso, Prandelli colocou o pequeno Giovinco para dar mais mobilidade (e fôlego) a equipe, mas nem mesmo o polegar de Turim conseguiu mudar o panorama do jogo.

Quem por muito pouco não mudou a história do jogo foi o goleiro Buffon. Sim, ele, um dos maiores goleiros da história, por pouco não saiu de campo com um belo peru depois de errar o tempo de bola em um chute de Xavi Hernandez. Antes do final da prorrogação, desafiando qualquer lógica, o ala Maggio se atreveu a dar uma arrancada impressionante nos minutos finais que cansou mais seus companheiros que o viram fazer isso e não puderam acompanhar. Àquela altura, ter feito isso, cansou até mesmo os espectadores.

Fim de jogo, vamos aos pênaltis. E que pênaltis! Uma aula de cobranças tranquilas e bem colocadas de ambas as equipes, sem nenhuma chance de defesa para Buffon ou mesmo Casillas. Mas como diria alguém em um filme por ai: “só pode haver um!”. E esse um foi definido por Bonucci, que encarnando o espírito de Roberto Baggio (e não no bom sentido do nome desse gênio italiano), mandou a bola por cima da trave e definiu a classificação dos espanhóis.

A Itália foi desclassificada, mas contrariando prognósticos, saiu de cabeça erguida e por muito pouco não venceu o jogo. Alguns dizem que se Balotelli estivesse em campo, as coisas teriam sido diferentes. E sinceramente acredito que seriam, mas isso não muda o fato de que os italianos precisam voltar aos seus clubes para treinar mais finalizações. De qualquer maneira, fica a lição para o Brasil domingo. A Espanha não é esse bicho papão todo. Só precisam de um esquema certo e empenho de jogadores certos para jogar de igual para igual com os campeões do mundo.

E no começo dessa analise, citei que a Itália jogou no 9-1-0. Você provavelmente pensou “Ué?! Tá faltando um!” Sim, estava. Eu vi o nome dele na escalação, mas não o vi. Afinal, alguém reparou no Gilardino em campo?

Conceitos

Buffon – BOM: o experiente arqueiro não teve muitos problemas durante os 120 minutos de jogo, mostrando segurança nas poucas vezes que foi exigido. Quase tomou um frangaço no final, mas manteve a calma.
Barzagli – REGULAR: Mesmo tendo jogado apenas o primeiro tempo, não teve nenhum erro, sempre firme nas jogadas.
(Montolivo) – REGULAR: entrou no segundo tempo apenas, mas conseguiu criar boas oportunidades para a Itália.
Bonucci – REGULAR: errou o pênalti decisivo, mas se mostrou bem na marcação durante a partida, mesmo quando esteve esgotado na prorrogação.
Chiellini - BOM: atuando como “zagueiro clássico”, não queria saber de brincadeira frente a sua área.
Maggio – BOM: teve boa atuação revezando o apoio no ataque e marcação na defesa com Candreva, dominando o lado direito do campo e impedindo as subidas de Jordi Alba. Destaque para seu pique no último minuto da prorrogação, que àquela altura de tempo e temperatura, nem um nordestino “da gema” conseguiria dar.
De Rossi – BOM: polivalente, se destacou na marcação tanto no meio campo quanto na defesa.
Pirlo – REGULAR: jogando mais preso no meio de campo do que o costume, não teve a chance de criar jogadas como normalmente faz. Mas como sempre, errou poucos passes e foi perfeito nos lançamentos.
Marchisio – REGULAR: se apresentando no ataque e chegando dentro da área espanhola, foi bem. Na marcação pelo sistema proposto por Prandelli, destoou de seus companheiros.
(Aquilani) – REGULAR: jogador diferenciado. O único que conseguiu a proeza de não ajudar em nada, mas também não comprometeu a equipe. (?!?!)
Giaccherini – ÓTIMO: atuando pelo lado esquerdo, deu uma bela canseira em Arbeloa e Pique. Driblou, criou jogadas e finalizou uma bola na trave que não deixou chances para Casillas.
Candreva – ÓTIMO: Como citado anteriormente, revezava as subidas no ataque com Maggio. Impecável em ambos os setores, ainda bateu o primeiro pênalti da disputa com direito a cavadinha.
Gilardino – RUIM: a eterna promessa não esteve à altura de substituir Balotelli. Sua presença praticamente não foi notada.
(Giovinco) – RUIM: entrou com a responsabilidade de dar mais velocidade à equipe, não conseguiu.
Téc. Cesare Prandelli – ÓTIMO: guardem esse nome. Pode ser que estejamos de frente a um novo Fabio Capello. Ousado em sua estratégia, revezou o clássico Catenaccio italiano com um “abafa” na saída de bola da Roja, tornando o “Tike Taka” espanhol ineficaz.

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* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.

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