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domingo, 7 de julho de 2013

Clinch > O dia que eu mais temia, chegou!

Dia 6 de julho de 2013 não será esquecido jamais pelos amantes do MMA. Assim como um dia James “Buster” Douglas fez com Mike Tyson, Matt Serra fez com GSP, dessa vez sofremos na pele a tristeza de ver um de nossos maiores campeões caindo. Eu nunca pensei que um dia veria ou falaria isso, mas o reinado de Anderson Silva, o maior lutador de MMA de todos os tempos, infelizmente acabou. Acabou por méritos de Chris Weidman, que ao contrário dos nove desafiantes que Spider enfrentou, não caiu no jogo psicológico do brasileiro

De ontem para hoje li muito em redes sociais e microblogs que Anderson mereceu perder, por ter sido desrespeitoso com o adversário e por não ter sido profissional o suficiente. Mentira, isso para mim é um comentário sem fundamento, embora eu respeite quem pense assim. Vimos nas dez defesas de cinturão dele, ele usar e abusar do psicológico do adversário, que sempre caiu direitinho na pilha do campeão. É aí que estão os méritos de Weidman, que em nenhum momento perdeu e linha e sempre esteve focado. Acho que acima de um bom “camp” de treinamento que o americano fez, ele teve um trabalho psicológico sensacional nos bastidores.

O brasileiro entrou no octógono e logo no primeiro round mostrou sua confiança. Foi derrubado pelo americano que é ótimo de wresteling, mas mostrou muita calma ao ficar por baixo. Weidman trabalhou muito bem o ground-and-pound e no meio do round, quase finalizou com uma chave de perna. Mas Anderson se levantou e começou a querer dar o seu show, abaixando a guarda e chamando Chris para a luta. No fim do primeiro assalto, o americano parecia começar a mostrar um semblante de frustração, mas eu estava enganado.

Ele conversou com o seu corner e voltou para o segundo round muito bem. Anderson permaneceu com a estratégia de querer desviar a atenção dele, mas não teve sucesso como em todas as suas defesas de cinturão. No meio do round, aconteceu a fatalidade, o momento que o mundo se assustou e parou. Após querer mostrar que os golpes do americano não estavam sendo eficazes, o Spider começou a fazer caretas e um show de esquivas, mas parou em um golpe de encontro que pegou na ponta do seu queixo, e o levou a lona. Acho que nem Weidman acreditou no que viu.

No término da luta, ao conversar com Joe Rogan, o brasileiro descartou uma revanche, coisa que Dana White havia garantido durante a semana, caso ele perdesse. Ele falou que não quer mais lutar pelo cinturão, mas isso para mim é uma forma indireta de dizer que pretende se aposentar. Eu sempre tive em minha cabeça que no dia que Anderson não tivesse o triunfo no octógono, ele anunciaria a sua retirada do esporte. Vamos aguardar os próximos dias e ver uma definição dele.

Uma coisa é certa, ele deixou um legado para o Brasil e com toda certeza foi o principal responsável pelo crescimento do esporte no país. Quanto à categoria do médios, acho que ele ganha novos rumos. Weidman é um bom lutador, mas acho que não ficará com o título por muito tempo. O próximo desafiante dele tem tudo para ser Vitor Belfort, e eu cravo aqui agora que o brasileiro vence o confronto. Outro brazuca que pode se dar bem diante de Chris é Lyoto Machida, que atualmente luta nos meio-pesados, mas sempre teve em mente descer para os médios no dia que Anderson deixasse de ser campeão. Talvez essa seja a sua hora.

Mais Brasil


O UFC 162 contou com mais cinco brasileiros no card. No co-main-event da noite, Charles do Bronx foi guerreiro, lutou os três rounds, mas não deu perigo ao ex-campeão peso leve, Frankie Edgar que após três derrotas seguidas, finalmente conquistou um triunfo. O americano teve o controle da luta, tanto em pé quanto no chão e garantiu a vitória por decisão unânime. Outro brasileiro, Roger Gracie, estreante no UFC e dono do melhor jiu-jitsu do mundo também não conquistou a vitória. Ele até tentou no início do combate finalizar Tim Kennedy, ao levar a luta para o chão, mas não teve muito sucesso. A partir daí, o americano conseguiu o seu objetivo, manter a luta em pé, e ter o controle do octógono, para no fim vencer também por decisão unânime.

Teve confronto de brazucas também no evento. Edson Barboza enfrentou Rafaello Trator e massacrou o adversário. Com diversos chutes na perna, deixou o renomado lutador de jiu-jitsu no chão, sem conseguir tem forças para levantar. No fim das contas, vitória por nocaute técnico no segundo round.

O melhor momento do nosso país na noite veio das mãos de Gabriel Napão, que nocauteou Dave Herman com um lindo gancho aos 17 segundos de luta. Foi o quarto nocaute mais rápido da história do UFC.

Confira os resultados oficiais do UFC 162
Chris Weidman derrotou Anderson Silva por nocaute no segundo round
Frankie Edgar derrotou Charles Do Bronx por decisão unânime
Tim Kennedy derrotou Roger Gracie por decisão unânime
Mark Muñoz derrotou Tim Boetsch por decisão unânime
Cub Swanson derrotou Dennis Siver nocaute técnico no segundo round
Andrew Craig derrotou Chris Leben por decisão dividida
Norman Parke derrotou Kazuki Tokudome por decisão unânime
Gabriel Napão derrotou Dave Herman por nocaute no primeiro round
Edson Barboza derrotou Rafaello Oliveira por nocaute técnico no segundo round
Brian Melançon derrotou Seth Baczynski por nocaute no primeiro round
Mike Pierce derrotou David Mitchell por nocaute técnico no primeiro round

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* A coluna Clinch traz a análise dos principais eventos de artes marciais do planeta.



por Fernando Borchio | fernando.borchio@hotmail.com

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