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A bola que colocou o Olímpia perto do quarto título da Libertadores (Crédito: Reuters) |
Antes dessa bola entrar na rede, o jogo me parecia mais um capítulo da saga que levaria (ou que ainda levará) o Atlético-MG ao título da América. O time começou jogando bem diante de um Olímpia com poucos recursos técnicos e abusando da pancadaria. O Galo jogava no contra-ataque, com muita velocidade pelos lados, mesmo sem Bernard (que fez muita falta).
Luan foi o substituto do camisa 11 e começou bem, puxando contra-ataques, recebendo faltas, amarelando a defesa paraguaia. Mas um detalhe no posicionamento dele mudou a história do jogo. Cuca optou por colocá-lo mais recuado, ajudando na marcação, além de sair pro ataque quando possível. E logo se viu que ele não sabe marcar ninguém e não compensou tanto atacando.
O gol do Olímpia começou ali em cima dele, no meio. Silva veio, passou por ele como se passasse por um cone, contou com a observação atenta de Richarlyson, que também se posiciona muito mal, e ainda com um assustado Réver, que na dúvida entre marcar quem vinha de trás e quem vinha pela frente, não marcou ninguém. Com espaço aberto, Silva bateu e abriu o placar.
A partir daí, o jogo foi outro. O Atlético sentiu o jogo, o peso do rival, ainda mais jogando em casa. Errou muitos ataques, afroxou a marcação e correu o risco de levar mais, com o Olímpia empurrado pela torcida. Assim foi até os 20 minutos do segundo tempo, quando Cuca percebeu que era o momento de agir. Tirou Luan, que sofria como marcado, e colocou Rosinei, que sabe fazer essa função de terceiro homem no meio. E tirou Ronaldinho Gaúcho - que não fora citado até aqui já que mal participou do jogo - para lançar o iluminado Guilherme.
O time melhorou. Marcou melhor e atacou melhor. Tardelli, que fazia boa partida, teve muitas chances de gol, mas não concluiu bem. Assim como Jô, que parou nos pés do bom goleiro Silva. Mas o time era mais equilibrado, era mais próximo do que esperávamos.
Correu apenas um grande risco que foi mais um dos momentos que mostravam que a sorte estava do lado mineiro. Em um lance bem tramado pelo Olímpia, Leonardo Silva salvou uma bola em cima da linha e no rebote, Bareiro perdeu com gol aberto. Depois, Richarlyson, pra variar, foi expulso e mesmo assim o time segurou o 1 a 0 até o final. Dentro das circunstâncias, o resultado poderia ser comemorado.
Mas... veio o gol de falta, no último lance do jogo, em falta de comunicação de Victor e Alecsandro. E assim muita coisa muda. A sorte deixou o Galo na mão.
O resultado é o mesmo que o Atlético precisava reverter diante do Newell's. E conseguiu. Mas digamos que o grau de exigência agora, numa final, diante de um gigante chamado Olímpia, que luta pela quarta Libertadores, é muito maior.
Sendo assim, no jogo de volta, o time precisa de mais que sorte de campeão. Precisa de uma atuação perfeita, de um Mineirão pulsando o triplo que o Independência faria (pelo menos em tamanho fará) e de muita frieza para lidar com um adversário que está acostumado a jogar esse tipo de jogo.
Conceitos
Victor - REGULAR: Não teve a mesma segurança de outros jogos.
Marcos Rocha - BOM: Foi um dos melhores do time, ao lado do Tardelli. Participou de boas jogadas de contra-ataque.
Leonardo Silva - BOM: Teve muito trabalho e deu conta do recado, na medida do possível. Fez um defesa "a la Victor", mas com os pés.
Réver - REGULAR: Não teve uma atuação desastrosa, mas deixou a desejar. Especialmente no lance do primeiro gol.
Richarlyson - PÉSSIMO: Pra variar, foi expulso, deu chilique, marcou mal e errou muitos passes. Não necessariamente nessa ordem.
Josué - REGULAR: Teve um papel importante até o momento do primeiro gol do Olímpia. Depois sumiu no jogo.
Pierre - BOM: Foi um guerreiro, como sempre. Mesmo com a cabeça enfaixada.
Luan - REGULAR: Estou vendo muita gente detonando o menino, mas ele jogou fora de posição. Não tem muito como culpá-lo.
(Rosinei) - BOM: Entrou dando mais equilíbrio ao time.
Ronaldinho - RUIM: Pra um jogador do nível dele, não pode jogar tão mal assim em uma final.
(Guilherme) - REGULAR: Dessa vez, não brilhou.
Jô - RUIM: Teve trabalho no meio da defesa do Olímpia. Na única chance clara que teve, perdeu.
(Alecsandro) - PÉSSIMO: Só fez uma coisa enquanto esteve em campo, atrapalhar Victor no lance do segundo gol.
Diego Tardelli - BOM: Muita movimentação. Participou bem no ataque. Faltou o gol pra ganhar 10.
Téc. Cuca - REGULAR: Acertou ao escolher Luan no lugar de Bernard, mas errou ao pensar nele como defensor. Tentou corrigir depois e por isso salva a nota.
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* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.
* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.
por Ricardo Pilat | pilatportasio@gmail.com | @ricardopilat
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