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sexta-feira, 12 de julho de 2013

O Cara da Semana > Victor: quando nascem os santos

A Libertadores da América costuma criar santidades. Desde os anos 60, quando Gilmar voava entre as traves santistas, passando por Raúl Plasman, Danrlei, Carlos Germano, Clemer. Mas eis então que veio Zetti pelo São Paulo nos anos de 92, 93 e 94. Até então, poucos goleiros haviam sido tão importantes durante as campanhas quanto ele. Em 99, Marcos, indo mais além, foi condecorado como o melhor jogador da competição. E eis que em 2005, Rogério Ceni transcendeu a posição e marcou gols fundamentais para a campanha do 3º titulo continental do Tricolor. Recentemente Cássio protagonizou o lance símbolo da campanha corintiana de 2012 ao parar Diego Souza nas quartas de final, ainda adicionando uma boa atuação contra o Santos na Vila Belmiro, pela semifinal. E então chegamos a 2013, ao Atlético Mineiro, e a Victor.

Assim como o clube que defende, Victor sempre carregou o estigma de “cavalo Paraguaio”. Vários gremistas diziam que nos momentos mais agudos, ele não suportava a pressão. Tal qual o Galo, era motivo de constantes piadas e chacotas não apenas dos rivais, mas de outros torcedores pelo Brasil. E o que dizer do técnico Cuca, o mais famoso “pé frio” de sua classe em atividade? Pois é. Tantos fatores “negativos” somados e a equipe está na final mais importante da sua história. E o principal responsável por isso é Victor.

Mesmo com as fases anteriores relativamente fáceis, a até então “defesa símbolo” da campanha do Galo havia sido feita contra o Tijuana. A equipe mineira jogando em casa, no seu famoso Horto, comete um pênalti aos 48 do segundo tempo. Choro da torcida, pessimismo a tona, rivais preparando as gozações... e Victor defende. Nas semifinais, a derrota contra o Newell’s Old Boys na argentina fez os “profetas do Apocalipse” saírem de suas tocas para recomeçar as rezas de pessimismo. Num jogo que já está na história, os mineiros reverteram o placar (com uma ajuda da pausa “divina” dos refletores, que lembrem-se sempre) e foram para os pênaltis. Na disputa na marca da cal, eis que o goleiro brilha novamente. Pela primeira vez, o Clube Atlético Mineiro está na final da Libertadores graças ao novo santo de Minas Gerais.

Existem muitos santos com esse nome. São Victor de Marselha, Victor de Damasco, São Victor, o Mouro, entre outros. Em comum, todos se tornaram mártires, assim como o goleiro já foi. O reconhecimento e importância de todos foram tardios, assim como a dele. E independente do que os deuses do futebol reservem para a final, assim como seus “xarás”, seu nome já está marcado para sempre como um novo padroeiro. Mas diferente deles, ainda em vida, Victor tem a chance se fazer história a comprovar sua santidade frente ao Olímpia.

Mais do que nunca, tanto ele quando o Galo e Cuca estão sendo respeitados. Até porque depois de tudo que aconteceu e já vimos, ninguém mais está rindo agora.

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* A coluna O Cara da Semana fala dos personagens do esporte que tiverem seu momento de glória, seja por uma semana, seja por um dia, seja para sempre.


por Helder Rivas | lendasdabola.blogspot.com.br | @LendasDaBola

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