O 0 a 0 no Pacaembu foi emblemático. Mostrou muito do que é o Timão na temporada. A começar pelos erros de seu comandante. O primeiro deles veio antes de a bola rolar: na escalação, sem um verdadeiro atacante. Já não tinha Guerrero, a serviço da seleção, e preteriu, inexplicavelmente, Alexandre Pato. Como se o artilheiro do time no campeonato fosse proporcionar menos situações de gols que Emerson e Romarinho, além de Danilo estar em má fase...
A formação ainda conseguiu ser pior na prática. A equipe jogou, de fato, sem atacante. Um esquema que eu definiria como 4-2-4-0: Ralf e Maldonado na contensão, e um quarteto à frente dos volantes com Emerson e Romarinho pelas pontas, encaixotados pela marcação cruzeirense, e Danilo e Douglas centralizados no meio de campo, sem ter a quem municiar na frente. Foi vergonhoso a covardia e inoperância do ataque corintiano.
Como não poderia ser diferente neste cenário, o bom e organizado Cruzeiro foi muito mais perigoso e merecia ter ido para o intervalo com uma vantagem no placar, teve chances para abrir até um 2 a 0. A sorte do agora 11º colocado é ter contado com um Cássio em dia de final de Mundial. Desde aquele 16 de dezembro eu não via o goleiro tão seguro.
Mesmo com o lamentável primeiro tempo, nada de substituição, nada de Pato. A postura e o posicionamento, porém, mudaram. Em suma: o Alvinegro entrou em campo. Com Emerson centralizado como atacante, os donos da casa avançaram a marcação e resolveram jogar com o mínimo de postura de time grande.
Mesmo sem grande organização, a equipe paulista conseguiu pressionar o líder e inflamar a torcida, que ignorou as más atuações do time e deu um verdadeiro show nas arquibancadas do início ao fim (não faltou apoio e até paciência, inclusive deste que vos escreve). Mas a falta de gana do Tite faz qualquer deixar de ser paciente.
O técnico corintiano finalmente chamou o Pato na metade do segundo tempo. Em um momento favorável à sua equipe, tirar o inócuo Maldonado e colocar o atacante para ir pra cima é o que faria alguém que quer lutar por algo grande. Mas, definitivamente, não é o caso do Sr. Adenor: Sheik foi o escolhido para sair. Seis por meia dúzia. Para fazer uma mexida como essa seria melhor ter um estagiário (já diria o nosso querido Ricardo Pilat) como o Santos no banco, daria menos raiva.
Ou seja, nosso bravo treinador abdicou de jogar 45 dos 90 minutos de partida, deu "sorte" de não ter tomado uma chacoalhada no primeiro tempo, e quando seus comandados estiveram melhor que o oponente, não fez a menor questão ousar para buscar a vitória. Está de parabéns, Tite, dever cumprido.
Conceitos
Cássio - ÓTIMO: O melhor em campo. Inspirado, fechou a meta com defesaças. Imaginou que era o Chelsea o time de azul?
Edenílson - REGULAR: Foi mal na defesa no primeiro tempo. Cresceu com o time e apoiou bem na etapa final.
Gil - BOM: Foi imprudente em dividida com Borges em que o árbitro poderia ter interpretado como pênalti. De resto, muito bem como de costume.
Paulo André - REGULAR: Vacilou na linha de impedimento, em lances que poderiam ter decidido a partida.
Igor - BOM: Esteve seguro na marcação e apareceu bem no ataque. Atuação surpreendente.
Ralf - BOM: Parece não conseguir jogar tudo que pode ao lado do Maldonado. Mas se acertou ao longo do jogo.
Maldonado - RUIM: Errou passes simples. Mais atrapalha que ajuda.
Romarinho - PÉSSIMO: Se escondeu entre os defensores adversários, completamente inútil no ataque, não consegue nem dar opção de passe para o companheiro. Não sei, até agora, porque não foi substituído.
Douglas - BOM: Até que tentou, mas não tem a quem municiar. Quando teve companheiros se movimentando na frente, como na goleada ante o Flamengo, cumpriu muito bem seu papel de articulador.
Danilo - REGULAR: Muito aberto pela direita, melhorou em relação aos jogos anteriores, mas segue em má fase, errando jogadas simples.
Emerson - REGULAR: Não dá para reclamar de omissão por parte do camisa 11. Errou, mas buscou jogo. Não deveria ter saído.
(Pato) - REGULAR: Finalizou muito mal a chance que teve, mas não pode sair do time. É de longe o jogador mais perigoso e o que mais cria jogadas no time.
Téc: Tite - PÉSSIMO: Foi ridículo na escalação e posicionamento do time. Covarde, não fez a menor questão de vencer a partida. Um gol (contra, inclusive) em seis jogos... vergonhoso! Não é o único culpado, os jogadores pecam muito nas finalizações, mas é o responsável pela ridícula postura do time em campo.
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* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.
por Pedro Silas | pedro_sccp@hotmail.com
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