Chegar num time já montado é fácil, difícil é entrar e decidir aquele que até agora foi o jogo mais importante no ano ou do campeonato.
Pegar um time em crise já é difícil, e ficar ainda pior depois de perceber que mesmo trazendo seus principais homens de confiança, mesmo tendo renome como um técnico especialista em tirar times de crise, se pegar em meio a um turbilhão daquele que provavelmente é o clube mais bagunçado do Brasil.
Nisso, o Inter de Porto Alegre acertou a trave.
Julio Baptista, “La Bestia”, rodou o mundo e se tornou um jogador respeitado. Do inicio no São Paulo a passagens por Sevilla, Real Madrid, Arsenal, Roma e Málaga garantiram isso. Apesar de não ser um jogador “top de linha”, teve lá seus bons momentos com essas camisas.
Já Mano Menezes ficou marcado como um técnico “bombeiro”, sempre apagando crises e levantando os times por onde passou. Assim foi com Grêmio e a mítica Batalha dos Aflitos, assim foi com o Corinthians no período do renascimento alvinegro. Mas após a saída do clube paulista, começou a acumular fracassos. As acusações de convocar jogadores de acordo com seu empresário dificultaram muito a vida do gaúcho, que não aguentou a pressão.
E enquanto isso, o Bahia abre 1 x 0 e o novo arremate chute do Internacional acertou a trave.
Apresentado no Cruzeiro com direito a carro forte (em uma brincadeira que ao mesmo tempo demonstrava a importância e o valor do jogador com sua força física “diferenciada”), chegou para agregar ainda mais o forte elenco Celeste. Não à toa ainda é visto como um “reserva de luxo”, quase uma arma não tão secreta, mas muito poderosa. E na chamada “final antecipada” contra o Botafogo, acabou se tornando o herói do jogo com dois tentos anotados e garantindo o 3 x 0 e a larga vantagem dos mineiros para com a equipe de Seedorf.
Visto como “O Salvador” do rubro-negro carioca, repetindo o fracasso de quando estava na seleção, Mano pela primeira vez na carreira teve de se prestar a humilhação de pedir demissão de um clube. Nobre por um lado, por saber que seria incapaz de reverter o quadro atual do time.
Sai o 2º gol do Bahia. Logo em seguida, Leandro Damião chuta e a bola bate nas traves. Nas traves, sim, pois no mesmo chute, a bola bateu na trave da direita, rodou sobre o travessão e se chocou com a trave da esquerda.
O caminho de Júlio parece bem definido. Com o Cruzeiro em larga vantagem no campeonato, aliado a experiência da Fera, sua experiência e sua qualidade poderão definir a competição até antecipadamente.
Por sua vez, Mano não parece ter algo definido para seu futuro. Boatos rolam sobre um possível retorno ao Corinthians em 2014. O acordo poderia se concretizar após o término do Brasileiro, principalmente se o clube mantiver a má fase comandada por Tite.
E apita o juiz, termina o jogo na Arena Fonte Nova. E mais uma bola na trave do Inter.
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* A coluna O Cara da Semana fala dos personagens do esporte que tiverem seu momento de glória, seja por uma semana, seja por um dia, seja para sempre.
por Helder Rivas | lendasdabola.blogspot.com.br | @LendasDaBola
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