Após
perder o camisa 10 Seedorf, Eduardo Húngaro, o novo técnico do Botafogo,
polemizou: “O craque do time deve ser o número 5”. Não, não estamos
falando daquele camisa cinco que desfilou entre 2001 e 2006 pelos
principais gramados do mundo, Zidane era uma exceção àqueles que
utilizam a numeração geralmente destinadas a zagueiros e volantes.
Mas a verdade é que há tempos não vemos mais o craque com a camisa 10.
Dos grandes jogadores da atualidade, talvez apenas Messi envergue a clássica que
eternizou Pelé, Maradona, Zico, entre outros.
E, quando o treinador alvinegro quis dizer o camisa 5 deve ser o craque,
é a figura do novo volante, não Renato, Marcelo Mattos ou Rodrigo
Souto, mas sim Yaya Touré (foto acima), Schweinsteiger, Paulinhos e outros craques.
Vejamos os últimos campeões pelo mundo: No Brasil, o Corinthians campeão da
Libertadores e do Mundo se destacou com Paulinho e Ralf; o Bayern
conquistou a Europa com Schweinsteiger e Javi Martinez; Barcelona
eternizou Busquets e uma alternância entre Xavi, Iniesta e Fabregas.
A dinamicidade do futebol atual exige muito mais do volante, ele é
obrigado a dar sustentação à defesa, acompanhar o meia, retornar para
buscar joga, organizar o ataque, além de chegar na área para finalizar. É
quase bater escanteio e correr para área cabeçear. É impossível? Não,
quem acompanha o campeonato inglês vê a excelência desse jogador
descrito acima em Yaya Touré. O marfinense há tempos joga o fino da bola
e hoje se destaca pela qualidade técnica e tática.
Seu companheiro?
Fernandinho, o brasileiro que também tem ótimo toque de bola e mesmo sem
tanta grife mereceria uma chance na seleção de Felipão. E o resultado
disso? Atual segundo colocado na Premiere League, os Blues Citizens tem o
melhor ataque e a quarta melhor defesa. Os volantes não dão pontapés e
são os maiores responsáveis pela ótima campanha do time de Manchester.
Então quando Húngaro diz que o craque do time deve ser o número 5,
concordo plenamente. Esse é o futebol moderno. Talvez alguns discordem e
falem dos clássicos jogadores que em dois tapas botavam atacantes na frente
do gol, mas lembrem-se o meia Oscar é quem pode perder a vaga para
Ramires (foto acima) na seleção, e sim, iríamos de Luiz Gustavo, Paulinho e Ramires
para a Copa do Mundo. São três volantes, mas qualidade não irá faltar e
somos fortes candidatos ao caneco.
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* A coluna Futebol de Mesa fala de 4-4-2, 4-2-3-1, 4-3-3, 3-5-2, 3-4-3 e um pouco mais sobre a visão tática de um jogo de futebol.
por Marco Miranda | marmirand@hotmail.com
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