Nesta
quarta-feira, o São Paulo retornou ao palco onde algumas semanas antes
havia protagonizado sua principal pipocada no ano até agora.
O
adversário que nos fez passar vergonha na ocasião foi o Penapolense, pelo Paulistinha. Time do interior de São Paulo, cujo nome começa com
“Clube” e o uniforme usado no fatídico dia era azul.
Quando o CSA
entrou em campo ontem trajando o mesmo azul, e percebi que “CSA” são as
iniciais de Club Sport Alagoano, já me veio o filme daquela
quarta-feira. Aliás, não só aquele filme, como muitos outros.
Em
2004, no mesmo Morumbi, pelo Paulistinha também, o São Paulo perdeu para
o São Caetano e foi eliminado. O São Caetano usa uniforme de cor azul.
Em 2000, na final da Copa do Brasil, o São Paulo levou uma virada
histórica e traumática do Cruzeiro nos minutos finais do jogo e foi
vice. O Cruzeiro usa uniforme de cor azul. Novamente em 2004, pela
Libertadores agora, o São Paulo levou um gol praticamente no último
minuto e foi eliminado pelo Once Caldas. Uniforme? Azul.
O
uniforme azul se tornou um trauma na história recente do time,
principalmente quando o contexto aponta favoritismo ou uma vitória
iminente nossa. Os sustos que levamos ontem – e não foram poucos –
atestam que meu receio de mais uma eliminação bizarra tinha fundamento.
Inclusive, esses sustos foram provocados mais por moleza nossa do que
méritos deles.
O time começou até bem, na verdade, tocando
bastante a bola. Mas bastou Alexandre Pato, o menino feliz e tranqüilo
da quebrada, abrir o placar, para o ritmo de treino tomar conta e a zica
começar a querer dar as caras.
Para a nossa sorte, Souza e
Rodrigo Caio foram (e tem sido) dois monstros em campo e, jogando sério
como de costume, não deixaram a coisa degringolar. Além do mais, o CSA é
até esforçado, mas é fraco mesmo. Pensando bem, os caras são fracos
jogando bola, mas na violência, são bem agressivos. Se quiserem mudar de
esporte ainda, acho uma boa.
Foi somente no segundo tempo, mais
precisamente nos 15 minutos finais de jogo, que conseguimos espantar de
vez o que poderia ser um fantasma. Luis Fabiano, agora o terceiro maior
artilheiro da história do São Paulo, marcou duas vezes de cabeça e
exorcizou o capiroto.
Pelo fato deste jogo ter sido contra um
adversário bem meia-boca, não tecerei muitos comentários à respeito da
partida em si, porém, acho importante mencionar algumas atuações.
Alexandre
Pato foi bem demais. Não só pelo gol e assistência no segundo gol do
jogo, mas se movimentou bastante, demonstrou vontade, foi voluntarioso e
até se revoltou com o juiz em um lance lá. Pelo menos no quesito
passividade, o cara aparentemente melhorou.
Souza: esse cara é o
melhor volante que jogou no São Paulo desde o saudoso Hernanes. Fez
muita falta contra a Penapolense e acho que com ele em campo, não
iríamos perder.
Rodrigo Caio joga sério até pelada de final de
semana, não é possível. O cara desarmou tudo e mais um pouco, evitando
que consagrássemos mais um time escroto por nossa própria culpa.
Luis Fabiano merece os parabéns pela marca histórica, mas agora precisa fazer gol em jogos importantes também, né, porra!?
É
isso. Agora enfrentaremos na Copa do Brasil mais um alagoano cujo nome começa com “Clube”
(CRB). Mas dessa vez o uniforme dos caras é vermelho. Menos mal.
Conceitos
Rogério Ceni – REGULAR: Quase não foi exigido, mas quando aconteceu, fez a defesa sem maiores problemas.
Douglas – REGULAR: Correu bastante, mas falta uma sagacidade nele, de antever as jogadas e proporcionar oportunidades.
Rodrigo
Caio – BRUTO, RÍGIDO E SISTEMÁTICO: Não é à toa que ele vem do
interior. Tem cara de menino da vó, mas sempre joga sério e firme. Ontem
desarmou tanto, que a PM o convidou a fazer parte da corporação. Estará
na Copa de 2018, anotem.
Antônio Carlos – REGULAR: Atuação
discreta. O que é bom. Zagueiro, quando aparece demais, ou é porque fez
merda adoidado, ou porque fez o milagre na Terra. Não foi o caso.
Álvaro
Pereira – PÉ DE CHUMBO: Errou 400 passes e cruzamentos por dar uma
bicuda na bola, ao invés de um passe. Na única vez que dosou a força,
saiu o terceiro gol.
Souza – HERNANES MINEIRO DE JOSUÉ SOUZA:
Melhor volante que temos desde os três citados antes dele. Tomara que
nunca mais se machuque.
Maicon – BOM: Às vezes ele encera tanto
com a bola no pé, que o chão fica sujo. Deu belo passe para o primeiro
gol do jogo, contudo, ele é qualquer coisa, menos volante. Abre o olho,
Muricy
(Wellington) – SEM CONCEITO: Só entrou pra tentar levar amarelo, mas não conseguiu.
Ganso – REGULAR: Nada de extraordinário, novamente. Pelo
menos dessa vez se movimentou mais. E ponto também por usar chuteiras
pretas e manter o tradicionalismo da família brasileira em voga.
(Boschilia) – SEM CONCEITO: Só entrou pra ir ganhando rodagem.
Osvaldo
– RUIM: Pareceu meio perdido. Talvez a obrigação de ir à linha de fundo
e cruzar limitou seus pensamentos. O que é incompreensível, afinal, ele
faz isso sempre mesmo...
(Pabon) – REGULAR: Entrou na metade do segundo tempo e não revolucionou o modo de vida da Armênia pós-guerra civil.
Alexandre Pato – BOM: Eu gostaria de dar
“ótimo”, mas não posso, senão ele vai se empolgar demais. Sabe como é,
os Conceitos do Redação do Esporte são lidos por 95% dos boleiros
brasileiros, segundo dados do Data Pilat.
Luis Fabiano – TERCEIRO
MAIOR ARTILHEIRO DA HISTÓRIA: Agora só falta fazer gols em finais e
jogos decisivos. Mas parabéns, de qualquer forma.
Téc. Muricy
Ramalho – REGULAR: Sacou Pabon para dar lugar ao Pato e, na realidade,
tal alteração não foi a principal causadora da boa atuação do menino
tranqüilo e feliz. O time ganhou porque é melhor que o CSA e só.
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* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.
Por Thiago Jacintho
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