É galera do Redação, parece chamadinha daqueles programas policiais dos finais de tarde, mas foi pura verdade, o Bayern de Munique foi impiedosamente atropelado pelo Real Madrid por 4 a 0.
Na última edição da Rádio da Redação, a maioria dos comentaristas apostou em uma classificação alemã (inclusive eu). A maioria acreditava em uma partida nervosa, equilibrada e que o fator casa poderia fazer a diferença. Mas uma coisa este ser que vos escreve frisou e aconteceu: se o Bayern tomasse um gol nos primeiros 15 minutos, a vaca iria pro brejo. Não estou aqui para me vangloriar e muito menos para ter os meus 15 minutos de fama como vidente, só que o gol de Sergio Ramos desestabilizou o time alemão de uma forma que nós, meros mortais, não estávamos acostumados a assistir.
A torcida do Bayern fez a sua parte gritando e apoiando o time nos minutos iniciais, só que a equipe não fez por onde dentro de campo. Pep Guardiola não conseguiu fazer os ajustes necessários para tornar seu time mais agressivo e, para piorar, o mesmo erro da partida de ida aconteceu: a falta de agressividade.
No lado merengue, para quem apostava que Ancelotti pudesse deixar o time mais atrás, se enganou. Na verdade, nem Guardiola esperava um Real tão ofensivo e tão objetivo como foi. O Real Madrid marcou só no ataque, e na defesa e deu todo espaço do mundo ao meio do Bayern. Dali, não saiu nada, porque o time pouco chuta de fora da área, e assim ficou mais fácil ao Madrid reduzir os espaços mais perto do gol.
Sergio Ramos marcou duas vezes. Pasmem leitores: um lateral medíocre e estabanado se transformou em um bom zagueiro. Primeiro Modric cobrou escanteio na cabeça do espanhol, que saltou sozinho, sem chances para Neuer. Depois, Di Maria cobrou falta pela direita e lá estava ele outra vez para escorar de cabeça. Nisso eram 19 minutos e não foi um balde de água fria e sim, uma caixa d’água do tamanho da Alianz Arena de água bem gelada.

Oh! E agora, quem poderá ajudar o Bayern? Com 3 a 0 no lombo, os atuais campeões precisariam fazer 5 para avançar (e não 6, Galvão), era uma missão impossível. No segundo tempo até melhorou um pouquinho, mas não era nem 1% daquele Bayern que goleou o Barça no ano passado.
Antes das cortinas se fecharem, a torcida alemã começou a ir embora e não viu Cristiano Ronaldo chegar ao seu 16º gol na liga. Um gol de gênio, de quem sabe, à la Ronaldinho: uma cobrança de falta por baixo da barreira. Fecha a conta, passa a régua e carimba o passaporte para a final.
Depois de tanto apanhar do Barcelona, de Pep Guardiola e do tiki-taka, enfim o Real aprendeu a jogar e vencer com autoridade. Não teremos uma quebra de tabu, pois desde a temporada 1989/90 não temos um bicampeão europeu e o Bayern de Munique não foi nem 1% daquele Bayern que assombrou o mundo quando meteu os mesmos 4 a 0 no Barcelona no ano passado (7 a 0 no agregado). Será o fim do “Império Tiki-taka”? Teremos "La Décima" conquista do Real ou teremos alguma surpresa? Depois de uma classificação dessas e como ela foi conquistada, tenho que dar o braço a torcer de que os merengues são os grandes favoritos ao título.
*Se você souber a placa do veículo espanhol que cometeu o atropelamento em massa na Alemanha, favor denunciar aqui no Redação do Esporte.
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* A coluna Gringolaço analisa os principais torneios e acontecimentos do futebol europeu.
por Antonio Lemos | www.paponaarquibancada.blogspot.com.br
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