Comentário da Redação > E só sobrou a gente

O ambiente era muito desfavorável! O acanhado estádio de Assunção era um caldeirão azul-grená e a pressão exercida pelo Cerro Porteño no primeiro tempo deixou o time celeste perdido em campo e extremamente nervoso. Seria sinal de que não era a nossa noite? Jamais! O Cruzeiro foi valente e escreveu mais uma página heroica e imortal na caminhada rumo ao tri da América.

Ontem foi um daqueles jogos em que o coração do torcedor só não saiu pela boca porque ele tinha que se aguentar firme para as emoções finais. Sofremos bola no travessão, dupla de zaga amarelada com 20 minutos de jogo, inúmeras chances de gol desperdiçadas pelo adversário e um golpe quase fatal, a expulsão do Bruno Rodrigo, quando o jogo ainda estava 0 a 0 e caminhando para o final, que não era bom para nós. Mas sabemos da nossa força e quando tudo estava sendo desenhado para a eliminação precoce, o time achou aquela falta que Everton Ribeiro levantou com perfeição para buscar o Mito Dedé, que num lindo toque de cabeça fez explodir a nação cruzeirense no mundo todo. Parecia um gol em câmera lenta, a bola foi caindo no fundo das redes como num lance de basquete: chorou, chorou e caiu.

Eram só mais 10 minutos e os acréscimos para aguentarmos a pressão paraguaia. O nervosismo mudou de lado e o relógio passou a ser nosso aliado. Borges teve que ser sacrificado para passarmos o ferrolho lá atrás. E não é que ainda viria o tiro de misericórdia... Dagol, ainda se recuperando de contusão, recebeu um presente da zaga portenha para fechar o caixão e carimbar o passaporte para as quartas de final da competição. Único brasileiro nesta fase da Libertadores.

Semana que vem já teremos nova batalha contra nossos hermanos do San Lorenzo. Seria muito já dizer que teremos uma final nas quartas? Acho que não! É só um tira-teima entre o campeão brasileiro contra o campeão argentino. O Cruzeirão vai muito forte para mais essa decisão. E agora, mais do nunca, é hora de usarmos a tradição e o peso da camisa, que cá entre nós, é de entortar varal!

Saudações cruzeirenses!

Conceitos

Fábio - ÓTIMO: Participação impecável. Fez uma defesa sensacional no início do jogo que deu moral ao time. Felipão, pode dar uma olhada melhor nessa terceira vaga aí pra Copa hein?
Ceará - BOM: Esteve presente durante boa parte do jogo, principalmente no primeiro tempo, em que a pressão do Cerro era grande. Não conseguiu ajudar muito o ataque, como de costume.
Dedé - BOM: Aparentemente nervoso, se atrapalhou bastante na zaga, mas foi decisivo no lance do primeiro gol.
Bruno Rodrigo - RUIM: Não conseguiu repetir a atuação de domingo contra o São Paulo e certamente seria vilão se o time fosse eliminado com a sua expulsão.
Samudio - BOM: O homem da raça! Arrumou a lateral esquerda do Cruzeiro e é peça fundamental, devido à sua experiência em Copas Libertadores.
Lucas Silva - REGULAR: Bateu cabeça no primeiro tempo, mas depois se achou e ajudou muito na marcação.
Henrique - BOM: Foi bastante exigido e lutou muito nos 90 minutos.
Everton Ribeiro - BOM: Quando precisamos ele esteve lá. Colocou na cabeça de Dedé a bola do gol.
Ricardo Goulart - REGULAR: Precisa reencontrar o seu futebol logo, logo senão o banco o aguarda.
William - RUIM: Só entrou de titular porque o Dagoberto não estava 100%. Esperamos rever o William de 2013.
(Dagoberto) - BOM: Ainda fora de forma, entrou para buscar o gol e foi premiado com o gol da classificação.
Júlio Baptista: REGULAR. Perdeu uma boa chance de gol e pouco fez.
(Borges): SEM CONCEITO. Entrou para buscar o gol e quando ele saiu teve que ser sacrificado para a entrada do Léo. Nada fez em campo.
(Léo) - SEM CONCEITO: Não teve tempo de mostrar nada. Entrou somente para ser mais um homem de defesa, nos 10 minutos finais em que ganhávamos por 1 a 0.
Téc. Marcelo Oliveira: BOM. Conseguiu arrumar o time sem alterar peças na volta para o segundo tempo. O puxão de orelha surtiu efeito.

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* ÓTIMO, BOM, REGULAR, RUIM ou PÉSSIMO? No Comentário da Redação, você fica sabendo o que rolou nos principais jogos da rodada, incluindo análises individuais dos atletas.

por Alexandre Scarpa | alexandrescarpa@gmail.com | @alexandrescarpa